CAPÍTULO 1

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           Depois da briga com Henrique resolvi tomar um banho para ver se conseguia relaxar, estava totalmente arrasada. Nunca imaginei que meu namorado seria capaz daquilo. Ele foi o primeiro namorado sério que tive. Estudávamos na mesma faculdade, contudo fazíamos cursos diferentes. Quando nos conhecemos eu fazia o 4º período de administração de empresas e ele o 5º período de jornalismo. Nos esbarramos por acaso num dos corredores da faculdade e ele derrubou refrigerante em todas as minhas xerox que carregava nas mãos. Aquilo me deixou extremamente chateada, mas Henrique ficou tão sentido pelo que aconteceu que se ofereceu para pagar todo o material que havia sido estragado, então fomos refazer as cópias e começamos a conversar.

          Desde o pequeno incidente, sempre nos víamos e Henrique passou a me dar caronas para ir para casa, já que estudávamos a noite e era perigoso eu voltar sozinha. Um dia nos beijamos quando ele me deixou em casa e a partir disso não nos separamos mais. Foram 2 anos de muito amor, até eu descobrir que amor de verdade só existiu de minha parte, ele nunca sentiu o mesmo por mim.

          Tomei banho com a intenção de que a água que saísse do chuveiro se misturasse as minhas lágrimas e fossem embora pelo ralo, assim como minha tristeza e decepção, mas isso não aconteceu. Coloquei meu pijama de bolinhas e deitei-me na cama sem um pingo de vontade de dormir, mas meu choro fez com que aos poucos o sono chegasse e dormi sem ver a hora.

Acordei com o despertador tocando às 7 da manhã, levantei atordoada, sem a menor vontade de acordar. Olhei-me no espelho e vi o quanto estava feia.

- Meu Deus! Estou um trapo. Olha só essas olheiras e esses olhos inchados. Aqui não tem maquiagem que dê jeito. Aquele traste! Não bastava me colocar um par de chifres, ainda tinha que me deixar parecendo uma panda? Aff...

            Enfrentei uma água gelada na esperança de despertar e melhorar minha cara de defunta, coloquei uma calça jeans, uma blusa de manguinha com estampas de gatinhos e uma sapatilha, sequei os cabelos com uma toalha e tentei arrumar um pouco da minha cara, mas não obtive muito sucesso.

- Ai que raiva! Desse jeito, vou espantar qualquer pessoa que for me entrevistar pra vaga de estagiária. Vou por um óculos escuro e não tiro por nada. Se alguém me perguntar o que tenho vou dizer que estou com conjuntivite, assim ninguém vai querer chegar perto de mim.

            Saí do quarto com a esperança de que ninguém da minha família estivesse mais em casa, só que me enganei. Quando desci as escadas vi todos reunidos na mesa tomando café da manhã, parecendo cena de comercial de margarina. A coisa mais linda do mundo, só que não. Logo que estava acabando de descer os degraus da escada minha maninha do coração, é pode ter certeza que estou sendo sarcástica, Valéria, me olha e diz:

- Nossa maninha! O que você tem que hoje, tá pior que nos outros dias? Alguém morreu e eu não tô sabendo?

             Olho para todos que estavam na mesa, minha mãe Clara, meu pai Alberto, minha maninha Valéria e seu mais novo ficante que eu não sei quem é porque ela vive trocando de namorado. - Maninha acho que não é da sua conta. – Minha irmã tem horas que me dá nos nervos. - Você devia prestar mais atenção no tipo de gente que traz aqui pra casa, já que toda semana é um diferente – Finalizo com um sorriso cínico e junto-me a eles e meus pais que me olham como se eu fosse um E.T e estivesse falando que iria abduzi-los.

- Denise Cavalcante de Oliveira, isso são modos de tratar sua irmã? – Pergunto-me mentalmente qual a necessidade da minha mãe me repreender falando meu nome completo na frente de um estranho, vai que ele faz uma macumba! Credo! - Valéria só fez uma pergunta não precisa tratá-la dessa forma. Você está cada dia pior. Não sei porque não puxou a mim. Devia ser uma moça mais educada e refinada como eu e suas irmãs. – Seguro ao máximo minha vontade de gritar, EU MEREÇO!

De repente é... AMOR! (#Wattys2016)Onde histórias criam vida. Descubra agora