A dor era atroz, uma queimação que começava de dentro para fora, meu corpo todo se convulsionava , minha garganta doía dos gritos que saíam da minha boca. Não sabia o que se passava comigo , mas que estava no Inferno, isso estava. Minhas palpebras se abrem com esforço, sentia algo fresco deslizando por meu rosto, por meu cabelo, mas somente enxergava um vulto. Olhando ao redor vejo um quarto escuro, não havia nada nele que eu reconhecesse, além disso não havia nem uma janela , nem uma luz. Cerrandos os dentes quando uma fisgada de dor retorna sem aviso, agarro meu estomago, gritando alto quando o ardor se instala de novo, parecia que em meu sangue corria fogo liquido e nada o fazia parar.
__ Por favor ... - Suplicante balbuciono as palavras sem saber se teriam algum efeito. __ Me ajudem ...
__ Calma Christine...- Nicholas alisa seu rosto, seu cabelo com carinho, susuurrando palavras meigas em seu ouvido. __ Tudo passará em breve...
A resposta veio num sussurro em meu ouvido, mas a dor também evitando que eu percebesse de quem era a voz e o que dizia. Seria para aliviar toda aquela tortura ? Eu não sabia , mas não tinha resultado. De novo os vómitos surgem, me sinto ser empurrada para o lado, minha cabeça pende para fora da cama e todo o conteudo do meu estomago é libertado. Mas o que se passava? Onde estava? E porque me sentia tão mal?
Algo fresco e doce surge deslizando em minha boca quando me deixo cair de costas exausta, fechando os olhos quando o liquido que me deixava saciada por momentos acalma meu estomago. Tentando relaxar quando o alivio momentaneo surge , deixo minha mente me levar aos momentos anteriores aquele. A lembrança de tudo o que passara com Nicholas me faz esboçar um sorriso suave, fragil, logo dando lugar as lagrimas ao pensar em Eduardo sugando meu sangue totalmente , depois de receber a noticia de que o homem que eu mais amava nessa vida estava morto.
__ Não... não...não pode ser.... - Eu não podia estar nas mãos de Eduardo.
A raiva surge nesse momento, não tinha a noçao do tempo, mas sabia as intenções de Eduardo , mas não ia ganhar , se ele pensava que me poderia ter ali como prisioneira , estava enganado. Me levanto com o intuito de encontrar uma porta ou algo que me deixasse fugir dele, mas sou agarrada com força pela cintura quando outra onda de dor me atinge por inteiro me fazendo gritar ao encolher os joelhos no estomago.
__ Tudo ficará bem!- Nicholas insiste em fazer ouvir sua voz.
__ SEU MALDITO! VOU_TE MATAR POR ISTO!
Nicholas tentava acalmar Christine com sua voz, seu toque , sua presença ali, a dor era alucinante e ele se torturava por ela ter que passar por isso. Seu sangue era forte, envelhecido , por isso era um pouco responsavel por ser tão dolorosa a transformação dela. Havia vantagens nisso, ela teria poderes incriveis depois , mas nada podia justificar ou fazer entender aquilo porque passava naquele momento.
Dois dias confinados naquele quarto, um dos quais passou dormindo, o outro vomitando quando o seu sangue se distribuia por cada veia , não havia hipotese de a drogar ou fazer dormir durante o processo visto que estava inconsciente aquando da transformação. Suas palavras o atingem forte como um golpe afiado em seu peito quando a abraçou pela cintura a impedindo de se machucar naquela escuridão. Tinha que estar totalmente fechada , pois quando todo o processo finalizasse ela estaria com os sentidos apuradissimos, faminta e desnorteada.
A luz do dia seria algo proibido e isso o deixava apreensivo na reação dela quando soubesse. Ele queria ser seu guia , além de seu Criador , mas será que ela aceitaria isso de bom grado? Pelos vistos Nicholas tinha tido a resposta as suas duvidas. Christine abrira os olhos , o encarando fixamente por alguns momentos, parecia confusa, atordoada, mas suas palavras eram fortes , vindas com bastante raiva.
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Livro 4- Vampiro dos meus Sonhos
VampireUma mestiça com sangue humano, testemunha de uma traição cruel. Um vampiro obsessivo que não perde uma oportunidade de a assediar. Christine era uma Dhamphir que somente pensava no amor como algo puro sem interesse , até ser usada por Eduardo, um v...