Watercolor & Drawing.

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Hoseok deixou que sua cabeça caísse para o lado enquanto observava o mural de fotos de Changkyun. Haviam algumas fotos do mais novo; ele devorando um hambúrguer do McDonalds, com uma Sooyoung recém-nascida no colo e alguns desenhos que fazia. Entre eles, estava a silhueta de um garoto, o sorriso era tímido e haviam covinhas nas bochechas, Hoseok pode enxergar, apesar de só ser um rascunho inacabado; apenas com alguns respingos de tinta que davam um ar mais real ao desenho.

Retirou o pequeno tacho que prendia o rascunho no mural e o pegou nas mãos, observando com os olhos cerrados o rosto jovem na folha de papel.

— Hyung o quê voc-

Changkyun congelou, seus pés se enterrando sobre o carpete fofo do quarto enquanto olhava perplexo para a folha na mão do mais velho. Hoseok virou-se para o moreno, o olhando com um sorriso desenhado no canto dos lábios.

— Quem é esse, saeng? — Perguntou, enquanto colocava o desenho de volta no mural e voltava a observar o resto das coisas grudadas. Hoseok sorriu ao ver a capa do disco da banda the neighbourhood que dera para Changkyun pendurado em seu mural.

— Ninguém. — Changkyun corou, tirando o rascunho do mural e o guardando na última gaveta da escrivaninha, entre dois livros pesados e desinteressantes sobre a língua coreana. Hoseok olhou pela janela, o sorriso que havia se apagado em seus lábios crescendo cada vez mais.

— Não precisa responder. — O garoto de fios azuis e loiros – uma mistura que Changkyun nunca conseguiria nomear – disse, enquanto observava o ruivo cortando a grama do jardim vizinho. O mais novo empurrou Hoseok para o lado, observando Jooheon e em seguida fechando as cortinas.

— Não é ele.

— Claro que é, Kyunnie. — Respondeu, jogando-se na cama com as mãos atrás da cabeça. - Não tente me enganar, nós somos amigos desde a infância. Está apaixonado pelo vizinho?

Changkyun suspirou, apoiando as costas na parede e cruzando os braços, ponderando em contar ou não. Não que ele não confiasse em Hoseok - ele confiava, mais do que confiava em si mesmo. Hoseok fora o único que esteve ao seu lado quando seu pai morreu, além da mãe e Shownu.

— Se você contar pra alguém, eu te mato. — Changkyun pronunciou-se, mesmo sabendo que o loiro-azulado não contaria a ninguém, só para não perder o costume. - Eu estou.

— Por que não convida ele pra sair? — Hoseok ergueu uma sobrancelha, levantando apenas a cabeça para olhar o moreno que tinha os lábios presos entre os dentes, aparentemente nervoso e envergonhado.

— Eu não sei se ele é gay. — Changkyun sentou-se na ponta da cama, suspirando mais uma vez. Hoseok apoiou-se em seus cotovelos e o encarou com seriedade. Ficaram um tempo em silêncio, até o moreno sentir a mão de Hoseok atingir sua nuca com força. — Aigoo, hyung! — Choramingou em resposta, o encarando irritado.

— Se você não perguntar, nunca vai saber. — O mais velho revirou os olhos, se levantando da cama e olhando pela janela.

— Ele vai achar que eu sou atirado ou homofóbico. — Resmungou com um beicinho manhoso nos lábios – o típico beicinho que sua irmã mais nova fazia para persuadir alguém. Mas bem, Changkyun não era Sooyoung e seu melhor amigo de anos não cairia nessa.

Hoseok deu de ombros, pegando sua mochila jogada ao lado da cama de Changkyun e andando até a porta.

— Vamos dar um jeito de descobrir duas coisas sobre ele ainda hoje. — Piscou. — Te pego às sete, sem falta e nem atrasos.

Sorriu, antes de sair sem olhar para trás.

— Hyung, você disse às sete, mas ainda não está aqui! — Changkyun praticamente gritou com o outro, que afastou o telefone da orelha, fazendo uma careta de desgosto.

— Certo, olhe pela janela e veja se o seu crush tá aí fora. — Pediu paciente.

Changkyun andou bufando até a janela, abrindo uma fresta entre as cortinas e observando Jooheon começar a enrolar o fio do cortador de grama.

— Sim, ele t-

Hoseok desligou a chamada no mesmo segundo, arrumando sua jaqueta de couro no corpo e andando até a casa de Changkyun. Estava nervoso, tinha medo de que tudo acabasse dando errado e ele perdesse a amizade do melhor amigo. Mas no fim, bateu na porta, olhando de soslaio para a casa vizinha, onde Jooheon olhava com curiosidade para o garoto de cabelo multicores.

ChangKyun abriu a porta com um sorriso animado estampado no rosto; fazia tempos que não saía com Hoseok para fazer qualquer coisa. O sorriso do mais novo não passou despercebido por Jooheon, que tentava ao máximo focar nos fios enrolados em suas mãos e não em como seu vizinho estava bonito com aquela calça de couro apertada e os cabelos alinhados em um topete charmoso.

— Boa noite, hyung. — Changkyun desejou, enquanto fechava a porta atrás de si, escutando a mãe gritar um oi para Hoseok. Depois de se virar, observou seu amigo. Os fios loiros e azuis caíam em sua testa e o sorriso estampado em seu rosto mostrava uma fileira de dentes brancos, a jaqueta de couro que usava dava-lhe um ar de bad boy que o deixava extremamente sexy. ChangKyun tinha que assumir: ele tinha um amigo bem gato.

— Boa noite, Changkyun. — Hoseok disse aparentemente nervoso, enquanto enterrava as mãos nos bolsos de sua jaqueta. — Me desculpe por isso. — Murmurou baixinho, enquanto colocava uma de suas mãos na nuca de Changkyun, que sentiu o choque térmico por sentir as mãos geladas de Hoseok em sua pele quente, o puxando para mais perto.

— Hyung, voc-

Changkyun encarou apavorado os olhos de Hoseok, que calou seus lábios com o sutil toque dos seus, com o olhar do vizinho queimando sobre os dois.

Meu sonho é beijar os labions de Shin Hoseok e o de vcs?

Black Cat ✺ MonstaXOnde histórias criam vida. Descubra agora