CAPÍTULO UM

38 7 4
                                    

Despertar

- Vamos Victor! - exclamou seu pai. - Ainda temos muito o que caminhar.

- Já estou indo pai - respondeu Victor, olhando a paisagem deslumbrante que surgia em sua frente.

O sol estava começando a se pôr, e aos poucos ia se escondendo entre as montanhas rochosas que estavam a alguns quilômetros de distancia daquele local.

- O que foi Victor, por que parou? - perguntou seu pai, que voltou para ver o que estava acontecendo.

- O que será que tem no alto daquelas montanhas pai? - perguntou Victor, apontando com seu dedo indicador, que alias estava com uma luva tão grossa que parecia que sua mão tinha o dobro do tamanho.

Mesmo estando muito longe, era possível enxergar uma construção antiga, que pela sua aparência, parecia estar naquele local há muito tempo.

- Bem filho, segundo a lenda que é passada de geração em geração na nossa família, no alto daquela montanha encontrasse o templo do mais poderoso dos guerreiros da família Radius - explicou seu pai.

- Nossa! Será que um dia vamos poder ir até lá em cima?

- Quem sabe um dia filho - disse seu pai. - Agora vamos que sua mãe está nos esperando para jantar, e já está quase anoitecendo.

Após essa breve pausa eles continuaram caminhando entre a floresta, até que finamente chegaram a um local cheio de casas rústicas, cercado por muros gigantes feitos de toras de madeira com quase 4 metros de altura.

Alguns nativos indígenas chamavam esse local de Tupã, pois naquele lugar as tempestades eram constantes e os trovões ensurdecedores. Quase todo dia chovia a noite, e as manhãs eram sempre geladas, mesmo no verão.

Assim que os portões de madeira se abriram Victor saiu correndo em direção a fogueira que já estava sendo montada, para as festividades a noite.

- Boa tarde Victor - disse o senhor, que estava montando a fogueira.

- Boa tarde, Raoni - disse Victor, com muita educação.

"Raoni era o chefe daquela aldeia indígena, no alto das montanhas do Canadá. Tinha cabelos compridos, pele bem avermelhada e olhos pretos como jabuticaba. No geral, estava sempre com o rosto pintando e um casaco de pele de dar inveja a qualquer um da aldeia, Não me lembro muito bem, o porquê de termos nos mudados para aquele lugar, mas ainda sim era muito divertido".

- Victor! - gritou uma garota, aparecendo atrás dele.

- Kauane! - exclamou ele, surpreso.

- Onde você esteve? Esqueceu que tinha prometido me ajudar a escalar aquela árvore gigante no meio da floresta?!

"Seus olhos castanhos claro, estavam fumaçando de raiva, enquanto seu cabelo preto balançava de um lado para o outro conforme ela ia gesticulando. Não que eu já não estivesse acostumado com essa cena, mas toda vez que a via desse jeito me dava um pouco de medo".

- Desculpe, é que meu pai me chamou para acompanhá-lo pelas trilhas da floresta. Segundo ele eu tenho que aprender quais sãos as frutas venenosas, quais animais são perigosos, essas coisas - explicou Victor, esperando que ela entendesse o porquê de não ter ido com ela.

- Hum... Não sei, acho que você está tentando me enrolar - disse ela, ainda um pouco desconfiada.

- Pode acreditar Kauane - disse o pai de Victor, se aproximando. - Eu o chamei mais cedo para me acompanhar.

A MALDIÇÃO DE RADIUS (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora