Aprendendo A Voar

Um oceano de recordações

Começo a escrever a minha história em um simples grafite, um pedaço pequeno de papel, um barco de pescador, céu azul, oceano. Essas são todas as coisas que eu consigo descrever, isso é tudo oque os meus olhos possam enxergar, não sei até quando estarei vivo, talvez se eu tivesse as azas de Ícaro, ou pelo menos fechar os olhos e simplesmente acreditar que isto é um sonho, seria realmente bom de mais para ser verdade.
Estou sentindo um cansaço em meu corpo, fome é constante, sede, nem se fale, as minhas memórias e lembranças é oque me fazem distrair,ou talvez acreditar que eu consiga voltar para a minha casa, onde tudo era melhor, ou nem isso, ou pelo menos ver o rosto de minha mãe pela última vez, meu pai, meus irmãos, realmente não acredito que tenho saudade deles, afinal nunca nos demos bem.
Percebo que eu sou inútil nesse momento, a morte é a melhor e mais confortável certeza que tenho, Muitas vezes começo a analisar o barco onde estou, passo minhas mãos lentamente sobre esse pequeno barco de pescador, o cheiro não é nada agradável,mas isso é oque me mantém vivo por enquanto.
Saudades, imagens, lembranças e memórias, não paro de pensar, estou tão só, mas ao mesmo tempo há tanto barulho aqui dentro, acho que estou ficando louco com as lembranças, essa saudades estão me afogando, realmente sei oque é solidão.
As veses fico deitado vendo os formatos das nuvens, vejo cavalos, formatos de cobras, até mesmo montanhas. As nuvens me distrai, gosto disso, mas odeio as tempestades, só de lembrar me dá arrepio,talves os deuses tenham me castigado, ou me livraram da morte, está aí, uma dúvida que eu jamais vou conseguir resolver.
Depois da tempestade vejo o arco íris, fico em paz, meus olhos se enchem de lágrimas,apesar de não ter comida, nem roupa, nem esperança, mas estarei para registrar que queria ter vivido mais perto de quem eu amo, e aproveitado os momentos inesquecíveis.