Acordei com um enorme claro vindo da janela, -devido as cortinas azuis esvoaçantes, que deixavam entrar lindos raios de sol para dentro de meu quarto. Conforme a exaustão do dia anterior, eu não havia percebido a decoração do quarto, -tinha uma cama grande que ficava de frente para à janela; um guarda-roupa perto da porta do banheiro e do lado oposto, tinha uma estante com bastante livros, provavelmente os meus pais avisaram tia Beth sobre o que me agradaria. Fui em direção ao banheiro e tomei um longo banho, afim de mandar junto com a água que descia pelo ralo, toda minha preguiça; também fiquei totalmente surpresa ao perceber que tia Beth havia comprado roupas novas para mim e colocado um guia escolar em cima da pequenina cômoda, -que aparentemente era pregada na cama. Desde o momento que decidi deixar sua escola, prometi a mim mesma que não iria criar nenhum tipo de expectativa, mas agora meus pensamentos estavam me traindo quanto a isso. Saindo de transe ao olhar para o relógio, peguei minha mochila, o cartão guia e desci as escadas apressadamente.
➖ Bom dia tia, muitíssimo obrigada pelos livros, pelas roupas... -Sentei-me à mesa esperando o que tia Beth estava preparando, eu realmente me sentia faminta.
➖Bom dia querida, vejo que escolheu uma belíssima roupa. -Uma calça jeans clara e uma regata preta. Sério? Belíssima?, ➖ Só acho que deveria usar seu cabelo solto, destacará bastante a cor clara dele, no preto da regata. A propósito, irei levá-la ao colégio hoje e não poderei ir buscá-la, terei uma reunião com alguns executivos. Como o colégio não fica muito longe, você pode voltar andando ou pegar o ônibus escolar que passa por aqui... Pode ser? -Falou juntando-se à mesa, com uma salada bem colorida de verduras (diríamos que é mais saudável e menos). apetitosa!
➖ Pode ser tia, não tem problema algum.
Demoramos uns 15 minutos para chegar no colégio e alguns alunos já entravam, Dei um beijo na bochecha de tia Beth, saí do carro e saí em busca da sala de aula, com o apoio do cartão guia, é claro. Aparentemente todos já estavam na sala, pois após eu me sentar na cadeira da frente, ninguém mais entrou, além dos professores, que foram extremamente cautelosos ao falar diversas vezes o meu nome, -Segundo eles, era uma maneira de interagir com os outros alunos de forma mais casual, usando meu nome diversas vezes, para assim, também me ajudar a fazer amizades... Logo as aulas passaram e o som de uma sirene avisava para sairmos. Eu queria explorar um pouco mais a dimensão do colégio, assim, peguei o cartão guia e segui alguns corredores, havia alguns alunos rindo baixinho e paravam ao perceberem minha presença -eu podia até jurar que eram fantasmas, pois paravam até de respirar, como se não existissem. Finalmente cheguei a uma enorme biblioteca, que tinha uma placa na entrada "Somos tudo o que conhecemos", a princípio fiquei tentando absorver toda a emoção de estar em um lugar onde toda a imensidão era preenchida com livros. Mas toda minha felicidade acabou, quando lembrei que tia Beth não iria vir me buscar. Diferente de quando eu estava indo para a biblioteca, viera, na volta não percebi nem se havia pessoas no corredor, corri feito o um carro turbinado, que cheguei no estacionamento, praticamente sem respirar. Para minha terrível surpresa, o ônibus não estava mais ali.
Ainda eufórica da corrida, saí andando pela calçada, havia memorizado todo o percurso até o colégio quando vim mais cedo com tia Beth. Um carro preto parou um pouco mais a frente e buzinou, não era o carro de tia Beth, eu tinha certeza; inclinei-me para sair correndo, mas um garoto saiu e acenou para mim, Confesso que eu praticamente enfartei ao perceber que com aquele cabelo bagunçado e o sorriso estupidamente lindo, não havia dúvidas de quê o conhecia -Matthew, o garoto que me deixou encantada no momento em que me acordou no hotel.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sweet Love
RomanceHannah Cerstins pensou que iria viver ainda mais solitária depois que fora morar com a tia, mas acabara supreendendo-se ao embarcar em um romance profundo e intenso. (REVISANDO)