Capítulo II

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Acordei com um enorme claro vindo da janela, -devido as cortinas azuis esvoaçantes, que deixavam entrar lindos raios de sol para dentro de meu quarto

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Acordei com um enorme claro vindo da janela, -devido as cortinas azuis esvoaçantes, que deixavam entrar lindos raios de sol para dentro de meu quarto. Conforme a exaustão do dia anterior, eu não havia percebido a decoração do quarto, -tinha uma cama grande que ficava de frente para à janela; um guarda-roupa perto da porta do banheiro e do lado oposto, tinha uma estante com bastante livros, provavelmente os meus pais avisaram tia Beth sobre o que me agradaria. Fui em direção ao banheiro e tomei um longo banho, afim de mandar junto com a água que descia pelo ralo, toda minha preguiça; também fiquei totalmente surpresa ao perceber que tia Beth havia comprado roupas novas para mim e colocado um guia escolar em cima da pequenina cômoda, -que aparentemente era pregada na cama. Desde o momento que decidi deixar sua escola, prometi a mim mesma que não iria criar nenhum tipo de expectativa, mas agora meus pensamentos estavam me traindo quanto a isso. Saindo de transe ao olhar para o relógio, peguei minha mochila, o cartão guia e desci as escadas apressadamente.

➖ Bom dia tia, muitíssimo obrigada pelos livros, pelas roupas... -Sentei-me à mesa esperando o que tia Beth estava preparando, eu realmente me sentia faminta.

➖Bom dia querida, vejo que escolheu uma belíssima roupa. -Uma calça jeans clara e uma regata preta. Sério? Belíssima?, ➖ Só acho que deveria usar seu cabelo solto, destacará bastante a cor clara dele, no preto da regata. A propósito, irei levá-la ao colégio hoje e não poderei ir buscá-la, terei uma reunião com alguns executivos. Como o colégio não fica muito longe, você pode voltar andando ou pegar o ônibus escolar que passa por aqui... Pode ser? -Falou juntando-se à mesa, com uma salada bem colorida de verduras (diríamos que é mais saudável e menos). apetitosa!

➖ Pode ser tia, não tem problema algum.

Demoramos uns 15 minutos para chegar no colégio e alguns alunos já entravam, Dei um beijo na bochecha de tia Beth, saí do carro e saí em busca da sala de aula, com o apoio do cartão guia, é claro. Aparentemente todos já estavam na sala, pois após eu me sentar na cadeira da frente, ninguém mais entrou, além dos professores, que foram extremamente cautelosos ao falar diversas vezes o meu nome, -Segundo eles, era uma maneira de interagir com os outros alunos de forma mais casual, usando meu nome diversas vezes, para assim, também me ajudar a fazer amizades... Logo as aulas passaram e o som de uma sirene avisava para sairmos. Eu queria explorar um pouco mais a dimensão do colégio, assim, peguei o cartão guia e segui alguns corredores, havia alguns alunos rindo baixinho e paravam ao perceberem minha presença -eu podia até jurar que eram fantasmas, pois paravam até de respirar, como se não existissem. Finalmente cheguei a uma enorme biblioteca, que tinha uma placa na entrada "Somos tudo o que conhecemos", a princípio fiquei tentando absorver toda a emoção de estar em um lugar onde toda a imensidão era preenchida com livros. Mas toda minha felicidade acabou, quando lembrei que tia Beth não iria vir me buscar. Diferente de quando eu estava indo para a biblioteca, viera, na volta não percebi nem se havia pessoas no corredor, corri feito o um carro turbinado, que cheguei no estacionamento, praticamente sem respirar. Para minha terrível surpresa, o ônibus não estava mais ali.
Ainda eufórica da corrida, saí andando pela calçada, havia memorizado todo o percurso até o colégio quando vim mais cedo com tia Beth. Um carro preto parou um pouco mais a frente e buzinou, não era o carro de tia Beth, eu tinha certeza; inclinei-me para sair correndo, mas um garoto saiu e acenou para mim, Confesso que eu praticamente enfartei ao perceber que com aquele cabelo bagunçado e o sorriso estupidamente lindo, não havia dúvidas de quê o conhecia -Matthew, o garoto que me deixou encantada no momento em que me acordou no hotel.

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