Capítulo 1

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Versão Jonathan

Mais um dia inútil na empresa. Assionistas por todos os lados. Vida de CEO não é tão fácil como nos filmes.
-Senhor Delevigne. -Roberta, minha secretária diz pelo telefone.
-O que foi? -respondo secamente.
-Ele está aqui.
-Ele quem?
-O senhor Gustavo.
-Mande-o entrar. -reviro os olhos.
Roberta é extremamente competente mais francamente, as vezes ela se torna mais inútil que uma porta.
-Ora ora! Jonathan! -Gustavo escandaliza entrando em minha sala sorrindo.
Gustavo é o cara mais pilantra que conheço. Não é atoa que sua empresa está falida e afundada nas dívidas.
Ele nunca jogou limpo, desde quando o conheci ele tem tentado me dar um golpe, mais enquanto ele ainda está pensando, eu já estou fazendo.
-A quanto tempo cara! -me levanto sorrindo falso.
Conversamos sobre a vida e depois finalmente sobre a empresa dele, apesar de falida, ainda quero comprá-la. Pra que? Para ampliar minha empresa em uma área com tecnologias avançadas, sua empresa pode me ajudar nisso, então eu simplesmente a quero.
-Os documentos já estão pronto senhor. -Roberta entra na sala.
-Já? Quanta eficiência! -Gustavo sorri obviamente flertando com minha secretária que apenas entrega os documentos e sai.
-Tenho que aumentar o salário dessa mulher. -resmungo entregando-lhe uma caneta.
-Concordo. -ele assina os documentos rapidamente.
-Podemos sair para comemorar. -sugiro. -O que você acha?
-Claro. Vamos sim. Hoje na Emporiu's?
-Fechado.
-Teremos uma reunião em breve. Certo?
-Reunião? -franzo a testa.
-Temos que saber a reação dos assionistas.
-Creio que não é preciso. A junção das companhias só trará melhorias. Tenho certeza que teremos total apoio.
Ele reflete um pouco e dá de ombros se encostando na cadeira.
-Iremos discutir isso hoje mais tarde.

...

A Emporiu's, mesmo sendo um bar, é um dos melhores e mais luxuosos da cidade, onde importantes executivos passam suas noites.
O lugar está lotado. Como eu disse: Executivos para todo lado.
Mulheres elegantes e aparentemente bonitas entram e saem do bar, algumas me encaram, outras passam se esfregando em mim e as mais ousadas escrevem seus números em papéis e colocam em meu terno.
Nenhuma boa o suficiente para chamar a minha atenção. Elas estão cada dia mais iguais. Que decepção.
Alguns minutos se passam e Gustavo chega, não havíamos conversado nem cinco minutos direito quando logo uma garota bonita, loira e alta diz algo no ouvido dele e o puxa dali.
Uma música estridente preenche o bar envolvendo todos em uma dança sensual, as mulheres da noite, pra não dizer prostitutas, aproveitam para  rebolar e tentar chamar a atenção.
Alguns homens realmente parecem satisfeitos, principalmente os que usam aliança.
Vou até o canto, me sento em um banco e sem olhar para o balcão peço um Cosmopolitan sem gelo.
-Aqui está senhor. -uma voz feminina, fria, surge em minha frente.
Me viro em direção da voz e vejo uma garota com os cabelos claro, quase loiros. Os cachos delicados caem sobre os seios, sua pele branca parece porcelana, testaca seus olhos verdes gélidos.
Ela é linda. Tirando a dureza em seu olhar, ela parece pura demais para estar em um lugar como esse.
-Obrigado. -digo pegando a bebida.
Tiro o celular do bolso da calça e vejo algumas ligações perdidas. Minha mãe, minha irmã e um número desconhecido. Guardo o celular e tomo um gole da minha bebida.
Procuro a garota que me atendeu e a encontro atendendo os outros clientes, enquanto eu, por algum motivo, permaneço a seguindo com o olhar.
Ela parecea estar bastante segura de si mesma em relação a todos os homens, eles obviamente estão praticamente delirando por ela, porém, sua expressão fria os afasta instantaneamente.
Ela desaparece por uma porta e volta segurando uma garrafa de whisky, um homem surge da mesma porta, lhe puxa para um canto e a sacode gritando em seu ouvido.
Minha vontade é de ir até lá e ver o que está acontecendo, mais infelizmente não posso, ele provavelmente deve ser o chefe dela.
Sou extremamente contra o uso de força brutal em mulheres, por um momento me passa pela cabeça a idéia de que ele já deve ter a agredido.
Cerro os punhos e tento controlar a vontade de bater naquele homem repugnante.
-Moça. -a chamo. O homem olha pra mim, depois pra ela e sai de lá.
-Sim senhor? -ela respira fundo e aparece na minha frente.
-Você está bem?
Mais que diabos..
-Estou.
-Qual a sua idade? -pergunto.
Não posso deixar de lado a curiosidade, quero saber mais sobre ela, não sei o motivo. Apenas quero.
Controle-se Jonathan!
-19 senhor. -ela responde.
Franzo a testa. Ela é nova.
-O que aquele homem é seu?
Ela me olha desconfiada e suspira logo em seguida.
-Meu padrasto.
-Ele parece estar precisando de uma boa surra para aprender a ter bons modos.
Penso alto. Ela levanta uma sombrancelha surpresa e revira os olhos.
-É um babaca. Assim como todos os homens.
-Não precisa ferir o meu ego. -me defendo.
-Isso não feriu seu ego. -ela ri ironicamente. -Você não parece ser do tipo que se preocupa com a opinião de uma garota que trabalha em um bar.
-Me preocupo com a sua.
Dou de ombros e a encaro. Ela estreita os olhos com uma expressão irônica.
-Não deveria. Sabe aquelas mulheres ali? -ela aponta para algumas mulheres sentadas não muito longe dali. -Estão te comendo com os olhos. Seu ego está muito bem protegido.
Dou uma rápida olhada nas mulheres a que ela se refere. Elas sorriem e piscam pra mim, ignoro completamente e apenas volto a olhar a garota do bar.
Ela é inteligente e sua expressão de frieza está de volta, como se ela precisasse usá-la como um escudo para proteger a si mesma.
-Trabalha aqui a muito tempo? -mudo de assunto.
-Dois anos.
Como nunca a vi por aqui? Ela é apenas uma garota bonita que trabalha em um bar. Porque estou tão interessado?
-Já pensou em trabalhar em outra coisa?
As palavras saltam da minha boca sem que eu possa impedi-las. Droga.
-Outra coisa? Como uma empresa chata?
-Uma empresa chata? -dou uma risada.
Ela dá um breve sorriso e suspira logo em seguida.
-Não posso.
-Não pode?
Ela balança a cabeça negativamente.
-E por que não?
-É uma longa história.
-Estou interessado.
Ela sorri com uma expressão irônica.
-Tá falando sério?
-Estou. -dou de ombros.
-Porque o interesse?
-Apenas quero saber mais sobre você.
Sério que eu disse isso? Logo eu? Estou sendo ridículo. Sei disso.
-Irei pensar no seu caso. Agora se me da licença, preciso atender as outras pessoas. -ela sai de lá e vai atender um homem barbudo que automaticamente começa a dar em cima dela.
Ela não demonstra interesse algum, o olha com cara de nojo. Está claro que ela odeia e que não se encaixa nesse lugar.
O que a torna mais interessante.
As outras garotas que estão servindo bebidas estão todas se jogando pra cima de qualquer um que aparente ter dinheiro, já ela, apenas os ignora.
Parece loucura, mas de alguma forma, que nem eu mesmo sei explicar, ela parece ter muito a esconder.
E isso faz com que a minha curiosidade se desperte.

...

Gustavo está totalmente bêbado ao meu lado.
Começou a chover e eu já quero ir pra casa. Não estou no clima desse lugar.
Acho que me envolvi demais com a garota do bar, não sei se foi pelo fato de ela se manter firme e fria o tempo inteiro comigo ou se foi pelo fato de eu querer saber a "longa história" que ela havia citado.
Não paro de pensar nisso.
É desconcertante.
-Toma uma vooooodkaaaaaa. -Gustavo sorri.
-Já estou indo. - Me levanto.
-Fica mais... Pegue algumas gataaaaaas. -ele está quase desmaiando de tão bêbado.
-Você vai comigo?
-Não... to... de carro.
Ele responde engasgando. Reviro os olhos, dou-lhe as costas e saio de lá.
Um amigo de verdade iria lhe esperar e levá-lo para casa. Ai é que está. Não sou amigo dele.
O bar está quase fechando. Os clientes estão indo embora por causa da chuva forte que está inundando as ruas.
Enquanto espero o manobrista chegar com meu carro, vejo a garota que havia me atendido no bar, ela sai na chuva e ajeita seu casaco para tentar se livrar do frio.
Dou uma gorjeta ao manobrista, entro no carro e dirijo devagar em direção a ela.
Que diabos estou fazendo?
Quando chego ao seu lado abaixo o vidro.
-Eii moça. -a chamo.
Ela para e se vira me olhando desconfiada.
-O que você quer?
-Posso te dar uma carona?
-Eu nem te conheço.
Reviro os olhos.
-Eu sei. Está chovendo muito e você pode ficar doente.
-E você se importa?
-Claro. Seria péssimo saber que você ficou doente e eu poderia ter evitado isso.
O que eu sou afinal? Babá? Médico? Que inferno!
-Você não iria saber. -retruca.
-Poderia descobrir.
-Não seja patético. -ela continua andando e eu sigo atrás dela.
Não vou deixar ela ir sozinha. Não mesmo.
-Prometo que será apenas uma carona.
Ela olha para a rua vazia, para o céu e por último olha pra mim.
-Se tentar alguma coisa eu vou quebrar a sua cara.
E entra no carro.


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Olá queridos ★
O primeiro capítulo está .. Espero que gostem haha é a minha primeira história. Vocês sabem que geralmente eu só escrevo contos.

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