Ainda estou em êxtase com a noite de ontem. Foi uma loucura. Jonathan beija muito bem, devo confessar que se saiu melhor do que a encomenda, sem contar naquela pegada que me deixou totalmente sem fôlego.
Depois de nos beijamos no banheiro, voltei ao trabalho e não o vi novamente.
Me pergunto o que minha amiga Flávia diria se eu lhe contasse. Acho que ela ficaria surpresa. Não por um homem como ele ter se interessado por mim, mas sim pela maneira que isso aconteceu. Até eu estou.
Quer dizer, não saio beijando qualquer homem por aí. Eu mal conheço ele! Deveria manter distância até saber ao certo suas intenções, mas o problema é que estou totalmente atraída e com um desejo absurdo por ele, algo que nunca senti antes, nem mesmo com o Lucas.
Simplesmente não sei o que fazer.
-Amiga me passa o creme de leite.
Me livro dos pensamentos confusos e volto a prestar atenção no que estou fazendo.
Macarrão com molho branco.
Idéia da Flávia. Na verdade estou apenas ajudando, ela quer aprender a cozinhar e eu prometi que ajudaria, macarrão é bem simples e felizmente é rápido pois estou começando a me arrepender de ter prometido ajuda. Eu é quem preciso de ajuda.
Pego o creme de leite e entrego pra ela que me olha desconfiada.
-Que foi? -pergunto.
-Você tá estranha. -faz careta.
-Estou? -dou risada.
-Calada demais, voando em pensamentos.
-Na verdade, eu estou pensando em ir visitar minha mãe mais tarde.
-Que ótima idéia! Queria muito ir junto, mas tenho que limpar a casa.
Ela faz um biquinho dramático que só ela é capaz de fazer e eu dou risada.
-Fica para a próxima.
Ela sorri, confirma com a cabeça e volta a tentar fazer o molho.
Flávia é uma pessoa muito boa, sempre me ajudava. Trabalhava só por trabalhar mesmo, seus pais são ricos e moram na Espanha. Ela diz que não quer mais depender de nenhum deles, quer ser independente e ser uma trabalhadora digna, de certa forma eu a entendo, mas deve ser difícil para os pais dela saber que ela trabalha em um bar para se sustentar. Mas se nem ela liga, quem sou eu para ligar?
Como todos os outros, Flávia não sabe que trabalho para o Bob pagar o tratamento da minha mãe, ela apenas sabe o necessário, Bob é um babaca. Bob me maltrata. Bob é rico e perigoso. Minha mãe está doente.
Não posso me abrir com ela, na verdade, eu posso, mas tenho medo das consequências. Prefiro não arriscar.●○○○●
Minha mãe continua do mesmo jeito. Sua pele continua mais branca que o normal, sua cabeça continua sem nenhum fio de cabelo, seus olhos continuam fundos e roxos, e só Deus sabe o quanto está doendo em mim. Dói vê-la dessa maneira, dói pensar em como sinto sua falta, dói mentir pra ela, dói cada vez mais.
-Como estão as coisas?
Ela tenta sorrir com a voz fraca que mais se parece com um sussurro.
-Estou bem mãe. Sinto a sua falta.
Tenho que me esforçar para não chorar, não posso chorar, não posso parecer sem esperanças, preciso ser forte.
-Ah querida, também sinto a sua.
Abro um sorriso enquanto aperto sua mão de leve.
-Em breve iremos fazer uma viagem, assim que a senhora receber alta.
Ela sorri novamente com minhas palavras, palavras essas usadas apenas como conforto, palavras que eu não queria acreditar serem falsas.
-Iremos sim, de preferência Paris.
Nesse momento uma enfermeira entra no quarto e sorri calorosamente quando nos vê.
-Olá, vim medir sua pressão senhora Watson.
A moça se aproxima de minha mãe com um aparelho de pulso.
-Adoro medir pressão. Esse negócio me faz cócegas. -minha mãe soltou uma risada fraca.
Ri também. É bom vê-la bem humorada apesar de seu estado de saúde.
Conversamos sobre muitas coisas, como sempre, disse que Bob estava ocupado com o trabalho mas que logo iria vê-la. Minha mãe sabe que os dois não teriam mais nada, não eram mais um casal, só que eu não poderia julgá-la por sentir a falta dele, por achar que ele é uma boa pessoa.
-Mãe, tenho que ir. -sorri pra ela.
-E eu tenho que descansar.
-Voltarei em breve.
Nos despedimos e eu sai do quarto abalada. Toda vez que a via tinha a mesma reação, doía muito.
Respirei fundo e andei pelos corredores do hospital, quando estava quase chegando na saída ouvi uma voz que fez todos os meus sentidos paralisarem. Jhonatan.
-Sarah?
Pensei em sair correndo e fingir não ter ouvido, mas as coisas quando se tratavam dele passaram a não ser tão simples assim.
-Oi! -me virei para não parecer mal educada.
Havia uma mulher loira ao seu lado. Ela era bonita, me encarava com atenção e parecia um pouco confusa.
Jhonatan estava de terno como sempre. Será que ele ficava o tempo inteiro assim? Se ficasse, que sorte tinha as mulheres que o viam todos os dias. Ele é gostoso.
Droga. O que estou pensando?
-Que surpresa ver você aqui.
Ele abre um sorriso enquanto a mulher ao seu lado continua me encarando.
-Vim visitar uma amiga.
Minto. Não preciso que ele fique com pena de mim, mas se for informado o suficiente, vai saber que estou mentindo.
-E como ela está?
-Melhor. -dou de ombros.
-E você? -indaga.
-Estou ótima.
Ele inclina a cabeça para o lado como se estivesse me analisando.
-O que vai fazer hoje a noite?
Olho nervosa para a mulher ao lado dele. Eles por acaso tinham algo? Ela estava me comendo com os olhos. É irritante!
-Trabalho.
-A que horas você sai?
-Acho que 2:30.
-Um pouco tarde. -diz pensativo.
-Sim. -dou de ombros novamente.
A verdade é que eu já estou começando a me sentir incomodada com o olhar da mulher que está ao lado dele, como se ela estivesse com ciúmes ou sei lá, só quero sair correndo pra casa e fingir que não encontrei com ele.
-Sairia comigo?
Pisco rapidamente. Será que eu ouvi direito?
Pensa Sarah.
Sarah!
-Hã... Pode ser.
Pode ser? Pode ser? Eu realmente tinha dito isso? O que sou afinal? Uma adolescente de catorze anos?
-Te busco às 2:30.
Ele sorri educadamente e vai embora. Eu permaneço em pé, paralisada feito uma idiota.
Mas que droga.
Por que ele me afeta tanto? No começo não era assim, ficou pior depois do beijo. Não deveria ter o beijado, não deveria.
Pego um táxi e sigo para casa frustada comigo mesma por me sentir estranha com uma pessoa que mal conheço.●○○○●
Oiii! Mais um capítulo. Bem pequeno porque eu realmente estou bem ocupada com a faculdade.
Capítulo novo em breve.
VOCÊ ESTÁ LENDO
PURO DESEJO - Conteúdo Adulto
De Todo"Perturbante, tentadora e extremamente sensual, lhe convido para conhecer a enigmática história de Sarah Watson e Jonathan Delevigne. Sarah é uma garota de 19 anos com um temperamento difícil. Perturbada por seus demônios do passado, ela é criada p...