Capítulo 2

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Versão Sarah

Estou tremendo de frio completamente encharcada, não acredito que estou pegando carona com um executivo. Logo a área que mais desprezo.
Apesar de sua profissão idiota, não posso negar... Ele é lindo. Muito jovem, aparenta ter vinte e três anos.
Seu corpo é bem definido, seu cabelo é bem preto e infelizmente não consigo distinguir a cor de seus olhos, pois está escuro. Seus traços são familiares, como se eu já o conhecesse.
Ele percebe que estou com frio e liga o aquecedor.
-Obrigada. -falo baixo enquanto tiro o casaco.
-De nada. Então... Onde você mora?
Olho pra ele com a testa franzida. Será que posso confiar nele? Como sou burra. Se aceitei a carona dele, provavelmente já estou encrencada, isso se ele for uma pessoa ruim.
-Não sou um assassino, nem um ladrão e nem nada do tipo. Me chamo Jonathan. - ele completa rapidamente como se estivesse lendo meus pensamentos.
De repente a ficha cai.
-Jonathan? Jonathan Delevigne? -estreito os olhos duvidando que aquilo seja real.
Ele confirma com um asceno de cabeça. 
Mal podia acreditar. Ele era um dos filhos da puta mais ricos de Los Angeles, daqueles que passavam na TV e tudo mais, já havia visto uma entrevista dele, só que apenas vendo-o não pude reconhecê-lo, agora com a menção de seu nome, me lembrei.
-Bem, eu moro perto do Meet's. Setor Norte. Sabe onde é?
-Sei. Já fui lá algumas vezes jogar boliche.
-Você já foi lá?
Estou realmente surpresa. Quer dizer... Meet's é lugar de gente como eu. Não de gente como ele.
-Já. Por que não iria?
-Você não é do tipo que vai em um boliche num bairro pobre e afastado.
-Você fala tanto no meu tipo. Poderia ser mais específica?
-Você sabe.. Seu tipo é de CEO milionário.
Ele me olha ofendido.
-Sou um CEO milionário. Mais isso não faz de mim um babaca.
-Não disse que você é babaca.
Me defendo fazendo um esforço extra para não revirar os olhos.
-Praticamente disse.
-Tem certeza que quer me dar uma carona?
Olho pra ele com as sobrancelhas levantadas.
-Tenho. É muito longe pra você ir sozinha. E além do mais é bem perigoso.
-Não tenho mais 14 anos. -reviro os olhos. -Sei me cuidar.
-Você vai me contar a longa história?
Ele ainda lembra disso? Realmente está interessado. Suspiro.
-Não.
-Você disse que iria me contar.
-Não. Eu disse que pensaria no sei caso.
-E não pensou?
-Pensei. E decidi não te contar.
Dou de ombros e olho a chuva pela janela.
-Por que não?
-Não te conheço. Não gosto de falar sobre isso. Não sei se devo confiar em você.
Minhas palavras saltam da boca antes que eu possa impedi-las.
-É uma bela lista.
Fala baixo mais para si mesmo do que pra mim.
-Eu me chamo Sarah. -digo.
-Sarah... -repete.
Passo as mãos pelos braços tentando aquecê-los. Mesmo com o aquecedor ligado, ainda estou morrendo de frio.
Jonathan, sendo uma pessoa aparentemente observadora, percebe a minha situação e começa a tirar o blazer.
Percebo sua intenção e balanço a cabeça negativamente.
-O que está fazendo?
-Pega. Vai ajudar a aquecê-la.
-Não precisa, estou bem.
-Não está. Você está com frio e encharcada.
Como ele sabe se estou bem ou não? É irritante!
-Olha, você não precisa bancar o paizão ok? Eu já disse que estou bem.
-Você quem sabe. -ele dá de ombros e joga o blazer em meu colo. -caso você mude de ideia.
Ele volta a olhar para a estrada batucando os polegares no volante de vez em quando. Ele realmente é muito bonito.
Não estamos nem na metade do caminho. Isso é o que dá morar em um bairro tão afastado.
Como o frio permanece, acabo me embrulhando no blazer. Está com o cheiro dele, uma mistura de loção de banho com um perfume importado provavelmente mais caro que a minha casa.
O trânsito está um caos por causa da chuva e por causa do horário. Que saco. Pelo menos Jonathan parou de me fazer perguntas pessoais.
-Então.. Pra onde vou agora?
Ele pergunta depois de um tempo assim que para o carro em frente o boliche.
-Pode me deixar aqui. -digo.
-Vou te deixar em frente a sua casa.
Ele é todo autoritário. Ver um homem que nem conheço direito tentar mandar em mim é tão engraçado que se torna fofo.
-Não vai não.
Abro um sorriso irônico.
-Já estou aqui não estou?
-Não quero que faça isso.
Ele me encara aparentemente irritado comigo.
-Tudo bem.
-Aqui está o seu blazer. Obrigada.
-Pode levar. -ele oferece.
-Não precisa. -reviro os olhos.
-Você vai morrer de frio até chegar em casa. Por que não para de ser teimosa e aceita logo a droga do blazer?
Ele levanta uma sombrancelha pra mim. Droga. Eu realmente o irritei.
-Nossa! Tudo bem sr. Estressadinho.
Me dou por vencida, coloco o blazer que vai até o meio das minhas coxas e desço do carro.
-Espera!
-O que? -olho pra ele.
-Vou te ver novamente?
Ele quer me ver novamente? Uau! Me seguro pra não dar um sorriso. Que mal tem nos encontrarmos novamente? Bob? Quero que ele se foda. Não vou parar de sair por causa da doentia perseguição dele e além do mas, eu poderia sair escondida.
-Sabe onde me encontrar. E de qualquer maneira, terei que lhe devolver isso.
Abro um sorriso e aponto para o blazer.
-Até logo Sarah.
Ele dá um breve sorriso e vai embora.

...

Chego em casa intorpecida. Vou direto para o quarto.
Tiro o blazer e não posso evitar um sorriso. Balanço a cabeça. Como sou iludida.
Jogo o blazer em cima da minha poltrona, termino de tirar a roupa molhada e entro no banheiro. Escovo os dentes e ajusto o chuveiro para tomar um banho quente.
Deixo a água lavar meu corpo e passo a bucha macia sob a pele. Meu dia foi tão cheio e tão corrido que só quero dormir. Estou exausta.
Saio do banheiro assim que termino o banho. Abro o guarda-roupa, pego meu pijama e o visto.
Está frio e infelizmente não tenho aquecedor, porque nessa época do ano tem que ser assim? Ainda bem que essa estação está quase acabando.
Corro para a cama e me embrulho com três cobertas. Apago. Acabo sonhando com um executivo bonitão chamado Jonathan Delevigne. 

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Olá queridos!
Estou aqui para pedir-lhes PACIÊNCIA!

É a primeira história continua que escrevo. Nos próximos capítulos será mais interessante. Prometo!

PURO DESEJO - Conteúdo AdultoOnde histórias criam vida. Descubra agora