Capítulo 05° - Duas borboletas e uma lagarta

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BOA LEITURA!!!

"Às vezes me pergunto, quantas borboletas mais terei que ter em meu estômago, para que saibas que sou o seu jardim e adoro quando encontra abrigo em mim

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"Às vezes me pergunto, quantas borboletas mais terei que ter em meu estômago, para que saibas que sou o seu jardim e adoro quando encontra abrigo em mim."


- Jéssica Medeiros

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Dezembro, 1960.

Amado Bob.

Sabia que as borboletas têm seus jardins preferidos?

Facilmente encontram aquele jardim que se torna sua morada, podem migrar para qualquer lugar, mas quando voltam é para sua casa, não importa para aonde irão, sempre voltarão. São diferentes dos outros insetos, por tal coisa.

Agora mais do que tudo, me sinto como uma delas, que bateu asas para o verão distante, tendo um jardim preferido como casa e que conseguiu voltar para o lar.

Meses atrás lhe enviei uma carta em que falei tudo que sentia, revelei meu medo e arrependimento do mundo amargo e sem graça. Declarei meu amor e a dor que estava sentido. Percebi o grande erro que cometi e admiti para mim mesma que fui à única culpada por está sem você. Eu não posso realizar meus sonhos se não lhe tiver ao meu lado. Com você eu sonhava de olhos abertos, e ao ficar longe passei a ter pesadelos sombrios e decadentes. Eu tinha o mundo todo para mim e mesmo assim me sentia sozinha.

Escrever a última carta foi à melhor coisa que fiz, pois, consegui colocar para fora toda aflição que estava sentindo, e não fora essa a melhor parte, o melhor foi receber uma carta sua, a primeira que me escreveu. Contou que o seu mundo também estava em preto e branco, entristecido, sem vida, contudo, escreveu palavras doces e gentis que trouxe ao meu coração esperança e alegria. Deu-me pouco da quietude que ansiei tanto.

Não consegui conter o nervosismo, nem os batimentos acelerados do coração, muito menos o tremor das mãos ao pegar o envelope branco. O meu sorriso fez com que minhas bochechas ficassem dormentes. Tudo piorou quando comecei a ler, quis da atenção a cada frase sua, parece loucura, enquanto lia podia ouvir sua voz falando cada palavra que meus olhos estavam lendo. Quando cheguei à última linha do papel você escreveu: estou à sua espera!

Me tranquilizei, meu coração encontrou a paz e o diabo devolveu minha alma. Porque não desistiu de mim e nem do meu amor.

Obtive a certeza que as borboletas voltam para seu lar. Fiquei convicta que você era meu jardim, desejei voar de volta para me aconchegar em seus braços e dormir como nunca tinha dormido em toda a minha vida. Só assim para acabar com a insônia. Quis me sentir em casa, protegida e amada. Quis ter companhia.

Água para Borboletas (Nova Versão)Onde histórias criam vida. Descubra agora