Bem-vindos ao reino de Ur!
Caro leitor, desejo a você uma ótima estadia por esse mundo. Aqui você pode encontrar gigantes, ogros, faunos, e principalmente, para a tristeza do rei, as bruxas.
Cuidado por onde anda e qualquer coisa, eu posso ajudá-los.Boa leitura!
***************************************************************Eram tempos de guerra. O rei era Roberto II, o qual não estava preparado para Esmeralda. Os tempos que antecederam a primeira grande guerra com as bruxas eram tranquilos. Os pais podiam brincar com seus filhos nas praças, os comerciantes poderiam deixar suas barracas no centro e voltar para elas, intactas, no dia seguinte. Rei Roberto era um rei justo, mas não era um guerreiro. Seu pai, Roberto I, era o conselheiro do Rei Stweart, o grande guerreiro que veio a morrer em lutas para aumentar o território de Ur. Uma morte inútil, mas que serviu para Roberto, um grande crânio, porém um braço pequeno, assumir o trono real, o deixando eventualmente para seu filho que assumiu depois que o pai morreu de velhice, aos 112 anos.
"Os livros, meu filho, são o alimento da mente. Stweart, os deuses o tenha, trabalhava o corpo e morreu em mal uso do próprio. Eu, pobre conselheiro, trabalhei a mente e o deixo agora, uns 30 anos depois do que esperavam.", foram as últimas palavras de Roberto I.
Roberto II era filho melhor que era rei e assim seguiu os passos do pai. Era um homem inteligente, um rei coerente, mas não era nenhum guerreiro. Não era o rei que Ur precisava para enfrentar o exército das bruxas, liderado por Esmeralda, a pior que existia. A sorte dos habitantes de Ur morava nas mãos do Espachim e do seu conselheiro leal.Era a tradição, todo rei escolhia, numa grande cerimônia com grandes batalhas, um jovem espadachim que se tornaria Espadachim protetor de Ur, e o escolhido escolheria o seu companheiro leal, um conselheiro que servia de parceiro, geralmente um jovem com habilidades com outras armas que faziam assim uma dupla com um relacionamento simbiótico, onde um constantemente completava o outro. E esse era o caso de Ur durante a Primeira Guerra contra as Bruxas.
Richard e Pietro, o primeiro da família Monteiro e o outro dos Ventana. Richard o escolhido por Roberto II para ser o espadachim, um jovem alto e com cabelos loiros que brilhavam quando em contato com sol. E Pietro que era tão habilidoso quanto um deus com sua lança no braço direito e seu escudo no braço esquerdo. Os dois tomaram a linha de frente onde o rei não poderia, tinham almas de guerreiro, tinha o sangue fervente para o combate.
Ao todo, houve um mês de batalha intensa. Mês esse que mais pareceu um ano.
Dias sangrentos, batalhas perdidas, fortes destruídos. Era poderio de guerra contra magia. A luta podia sim, por mais que não pareça, ser considerada justa. A magia não era tão forte assim ainda em terras tão ao norte e várias das bruxas lutando não tinham metade da magia que sua maestria, Esmeralda.
Ao longo dos dias, com as perdas constantes e fortes perdidos, o rei Roberto II teve que sair de seu castelo, entrar em campo de guerra.
"Deixo meu trono com relutância. Um homem sábio é um homem que conhece seus limites e esse que vos escreve reconhece que não viveria dois dias como soldado num campo de batalha. Abandono meu posto contra minha vontade como homem, mas com minha postura como rei. O homem que toda a sua vida alimentou a mente, entende que sai de seus aposentos para uma morte certa, mas o rei que se levanta do seu posto real entende que nesse momento é onde mais se faz necessário. Deixo o homem em lágrimas, deixo um reino orgulhoso."Roberto II era um rei viúvo, sua mulher morrera do mal misterioso anos atrás e até o momento não se sentia preparado para uma nova parceira. No meio do caminho para a batalha, quando passava por um vilarejo e encontrava umas mulheres que se davam ao prazer sentiu que essa seria a sua última oportunidade antes do seu destino.
Ao tirar a camisa, Roberto se lembrou de seu pai, olhou para o seu abdômen e encontrou sua marca de nascença: uma curva cheia de carne que se assemelhava a uma meia-lua.
- É sua primeira vez aqui, meu senhor? - perguntou a mulher.
- E a última, madame. - Falou sorrindo, pois aprenderá que toda relutância não era o suficiente para abaixar seu humor. Seu reino precisa de um rei sorridente.Ao chegar no campo principal da batalha, em Torre Viva, principal entrada para Ur, Roberto encontrou um povo sem esperança, ensanguentado e esperando uma morte certa. Um povo inteiro desolado, sem chances de ganhar, com exceção de dois homem: Richard e Pietro. O espadachim e seu conselheiro lutavam como se o amanhã não existisse - o que era uma possibilidade para eles - e não paravam para nada.
- Que os deuses me ajudem. - Roberto suspirou e tirou a espada da cintura.Sangue fora espalhado para todos os lados. Roberto lutava ao lado dos seus fiéis guardas, e todas as pequenas bruxas tremiam na presença do rei. Roberto I ficaria orgulhoso.
Richard nunca manuseara uma espada tão rápido, só não conseguia acompanhar a velocidade em que Pietro, seu fiel parceiro, girava sua lança no ar e bloqueava qualquer coisa que jogassem nele ou em Richard.
- Pietro, quais são nossas chances? - Richard perguntava enquanto juntava suas costas as costas de Pietro.
- Sinceramente, Rick... - E Pietro se defendeu de um golpe. - Quase nenhuma.
- Ótimo... significa que não tenho nada a perder.Enquanto a batalha durava, Roberto fazia o que era melhor: aprender. Tentou entender todos os aspectos dessa guerra - e conseguiu.
A magia na parte norte, onde Ur estava localizada, estava apenas começando e isso tinha um motivo: o exílir de magia, onde toda a magia começa, tinha recentemente sido colocado em Ur, pela bruxa Esmeralda. Tudo que Roberto tinha que fazer era se livrar dele, seu sacrifício final.Roberto combinou sua estratégia com Richard e Pietro e assim fizeram. Os rapazes foram abrindo caminho e Roberto foi, certeiro, até o covil de Esmeralda. A bruxa, que tinha 200 anos de vida, tinha tomado a Torre Viva e assumido o controle das suas operações ali, onde a magia era, obviamente, mais forte, pois era onde o exílir se localiza. E Roberto sabia.
- É aqui que nós paramos. - Pietro falou enquanto paravam nas portas da Torre Viva.
- Vamos cuidar para que nenhuma bruxa maldita passe por essas portas, senhor. - Richard guardou sua espada e estendeu a mão para o rei. - É o máximo que podemos fazer.
- E eu agradeço. - Roberto II respondeu ao aperto, logo depois se virou e subiu as escadas.Eram trinta andares, os quais Roberto subiu sem interrupções, o que significava que Esmeralda o esperava. Roberto estava nervoso, mas sabia o que estava enfrentando. "Deixo um reino orgulhoso.", era o pensamento que o regia. Era tudo ou nada, mas era tudo ou nada para o reino, não para o homem.
Roberto adentrou o ambiente e encontrou um ambiente muito mais organizado do que esperava. O acalmou.
- Bem-vindo, docinho. - Disse Esmeralda, a qual não aparentava ter 200 anos.
- Isso pode acabar agora e eu deixo você se exilar para o sul, para as florestas, ou isso pode durar por muito tempo e terminar com sua morte. - Roberto se mantinha seguro, com a mão longe da espada. A briga era na conversa, no intelecto, no que os dois eram muito bons.
- Os bons homens morrem. Seus bons soldados morrem. Minhas fieis bruxas morreram, por que eu não poderia morrer ? Morrer para um propósito maior que eu mesma, por quê não? Essa terra é uma terra que foi de mágica e a magia deve retornar. Eu sou só uma pobre serva que tive o trabalho sujo de trazê-la de volta e que estou disposta a ir até encontro de meu fim se for o serviço for feito. - Esmeralda falava e focava em Roberto e como reagiria a isso. Roberto, por sua vez, focava em onde o exílir estaria. Livros, poções, roupas, e uma pedra que brilhava dentro de uma gaiola feita de plantas.
- Não posso lhe julgar por morrer por uma causa que vai além de você quando eu, esse pobre rei que nada de guerra entende, estou aqui fazendo o mesmo - Falava dando a impressão de se aproximar dela, mas chegava mais perto do exilir.
- Quem somos nós perto das causas pelas quais lutamos, não é verdade? E o que nós, militantes que sabem bem pelo que lutam, podemos fazer?
- Você, militante da magia, eu não sei - E Roberto fica de frente para o exílir. - Mas eu, um leigo de magia, mas um bravo rei, entendo que em situações insanas, o necessário é cometer uma loucura - e enfiou a mão dentro da gaiola envolvendo o exílir em sua mão.
Roberto foi sucumbindo, desaparecendo. A pedra o consumia na mesma velocidade em que ele consumia ela.
- O homem vai em lágrimas, o reino fica orgulhoso. - E Roberto teve toda a sua existência consumida. Rei Roberto II tinha morrido em prol do bem para todos.A guerra terminou tranquila. Com a magia extinta, os soldados não tiveram problemas em eliminar as bruxas. Richard e Pietro lutaram bravamente até o final, até a última bruxa ter sido morta ou presa.
Ao saberem da morte do Rei, os soldados não choraram, mas foram levados ao aplauso junto a Richard e Pietro.
- Ele lutou bravamente... mesmo pensando que não conseguiria.

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O Filho Perdido - As Crônicas de Ur I
FantasíaDepois da Grande Guerra, o maior desafio de Ur é manter-se longe da magia das bruxas. No entanto, numa aventura a pedido do rei, o espadachim e seu conselheiro, protetores de Ur, podem despertar novamente a relação do reino com as bruxas. Ur faz par...