Quem diria, ein?

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Acordei mais tarde que o normal e com uma leve ressaca. Me vesti, fiz minhas higienes, desci as escadas e me deparei com o olhar curioso do Luiz.

Luiz
Parece que a senhorita se divertiu na noite passada.

Monica
Muito! - Soltei um sorriso. -Mas não como você tá pensando, me diverti dançando na festa.

Luiz
Eu não quis insinuar nada, não se preocupe. - Sorri e a convidei para tomar uma xícara de café. Logo Otaviano apareceu na sala.

Otaviano
Bom dia! - Eles me responderam e me chamaram para tomar café. - Tô sem fome agora, depois eu alguma coisa. - Tentei ir até o sofá mas fraquejei no meio do caminho e acabei sentado no chão e confuso.

Monica
Cê tá bem?! - Corri até ele.

Otaviano
Tô, tudo bem. - Mentira, eu nem conseguia levantar sozinho. Monica e Luiz me ajudaram a chegar ao sofá.

Monica
Deita aí e não se mexe que eu já volto! - Corri até meu quarto, peguei minha maleta de enfermagem e voltei para examiná-lo. - O que você comeu ontem?

Otaviano
Não lembro.

Monica
Aposto que comeu besteira. - Eu media a pressão dele enquanto lhe dava broncas. - Pois foi a última vez! Só vai comer frutas, verduras e pratos saudáveis.

Luiz
Pode deixar que eu cuido disso! Nada de salgadinhos, biscoitos recheados e refrigerantes na dispensa.

Otaviano
Fala sério!

Monica
Ei, sem drama! Ordens médicas.

Otaviano
Sim, doutora. - Dou um sorriso, até porque eu sei que ela não vai mudar de ideia e ela só quer o meu bem. - Mas nem fricassé eu posso comer?

Monica
Claro que pode! Vou fazer de almoço pra você. Fricassé de legumes. - Sorrio e ele revira os olhos. - Você não vai nem sentir a diferença, para de drama. Agora senta que você vai tomar um café saudável. - Surpreendentemente ele me obedece.

Já se aproxima a hora do almoço e eu vou até a cozinha preparar o fricassé. Otaviano quer ir trabalhar mas eu já avisei que hoje ele não sai dessa casa.

Monica
Ota, tá pronto o almoço! - Eu o chamo enquanto coloco os pratos na mesa. Ele se serve e dá uma garfada.

Monica
E aí?

Otaviano
Nossa, que delícia! O que tem aqui?

Monica
Legumes, eu só substituí requeijão por um mais saudável e pronto. Eu disse que não dá pra notar a diferença.

Otaviano
Muito bom mesmo! Você é boa em tudo que faz? Não pode ser. - Eu rio. -Dançarina, cozinheira, médica...

Monica
Aé! - Solto uma risada. - Se algum não der certo eu tenho o outro. - Brinco.

Eu não sei bem o que o Otaviano pensa que somos, mas temos algo além do profissional, a amizade.
Enquanto ninguém comenta sobre a noite passada acho melhor ficar assim mesmo.

Monica
Ota, eu preciso dar uma saída.

Otaviano
Sem problema, você pode sair sempre que precisar. Só avisa o Luiz porque daí ele te leva.

Monica
Não precisa não, eu vou sozinha mesmo. Até mais tarde. - Ele sorri e eu retribuo. Vou até o orfanato no qual ajudo a cuidar da saúde das crianças. Elas são adoráveis, quando estou lá nem lembro dos problemas da vida. Elas não tem família, casa e dependem de serem adotadas mas nunca tiram o sorriso do rosto, isso me faz pensar o quanto reclamo por bobagens.

............

No dia seguinte, Otaviano já está melhor e eu o libero para ir trabalhar. E aproveito para ir ao mercado com Luiz, precisamos comprar frutas, verduras e algumas guloseimas lights, ele até pode comer bobagem mas em menor quantidade.

Chego no escritório e faço as coisas que ficaram pendentes ontem. Mais tarde, já de noite, Calyne me liga, sendo que em menos de dez passos ela poderia chegar à minha sala.

Ligação on

Otaviano
Alô.

Calyne
Vamos sair hoje?

Otaviano
Hoje não dá, querida.

Calyne
É aquela garota, não é?

Otaviano
Quê? Do que você tá falando?

Calyne
A morena da festa! Vocês estão namorando?

Otaviano
Claro que não.

Calyne
Você sente algo por ela? - Por longos segundos Otaviano fica mudo. - Otaviano?

Otaviano
Não, ela é minha amiga.

Calyne
Então não vejo problemas em nos encontramos hoje. Daqui quinze minutos passo na sua sala. Beijo! - Desligo antes mesmo dele responder.

Ligação off

Dito e feito! Calyne entra em minha sala e traca a porta. Ela se aproxima e senta em meu colo.

Otaviano
Olha, Calyne... Hoje eu não tô com cabeça pra isso. - Levanto tirando-a de cima de mim.

Calyne
Que palhaçada é essa? Você me dispensou na festa e agora de novo? Qual é o seu problema?

Otaviano
É que os caras aqui da empresa estavam lá na festa e agora eu tenho que ir.

Calyne
Tudo bem. - Saio bem puta da sala. Vou direto ao estacionamento, procuro o carro dele e uso um estilete para furar o pneu. Volto rápido e espero ele sair da sala para segui-lo.

Otaviano
Que merda! Como que essa droga furou do nada?

Calyne
Se você quiser eu posso te dar uma carona. - Finji que tinha acabado de chegar para pegar meu carro. - Você só tem que fazer uma coisa. - Me aproximo e ele desvia.

Otaviano
Tá tudo bem, eu vou de ônibus. - Saio andando em direção ao ponto e Calyne continua parada e indignada.




Contratada Para AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora