Tula (INCOMPLETO)

O divórcio?

(...)

Aquelas palavras, ou melhor, a palavra DIVÓRCIO especificamente fez com que Henrique ficasse completamente mudo diante da esposa.

- Henrique, não dá mais pra continuarmos com essa história. Cheguei ao meu final. Quero reconstruir minha vida.

O marido ainda atordoado com aquela revelação, levanta-se e vai até a sua charuteira, abre e logo acende um.

- Tula, acho que você está confusa... Você fala em divórcio como se fosse um resolução tomada apenas por uma pessoa.

A esposa olhava seu marido encostado na porta do banheiro nu e fumando um charuto, argumentando com ela como se ela fosse uma imbecil.

- Henri, pra casar necessita que os dois estejam de acordo, mas divórcio não! Eu quero que você me dê o divórcio, não porque eu preciso de sua autorização, mas sim porque quero que seja amigável este final.

Henrique fuma seu charuto, olhando -a com uma expressão confusa.

- Talvez você queira evitar um escândalo, Tula. Mas será impossível evitar isso, afinal Henrique e Tula Krueger são um casal de sucesso e conhecido. Quando você diz divórcio, já pensou em tudo que está envolvido? Nossos negócios? A exposição de tudo isso? Os meu sentimentos? - Fala ele sério!

Tula sai da cama, agarrando um penhoar de seda negro, mostrando -se nervosa.

- Eu preciso pensar em mim, Henri. Não posso continuar pensando em todos, menos em mim. EU QUERO SER FELIZ! - Grita ela para o marido.

Henrique solta o charuto e a puxa para os seus braços.

- Tula,tudo que fiz até hoje foi tentar te fazer feliz. Pensei que estava conseguindo, mas vejo que não. Me diga onde errei! Por favor...

Ela rompe em um choro convulsivo nos braços de seu marido sem saber como explicar a confusão em sua cabeça.

- A gente junto vai conseguir resolver qualquer coisa, Tula. Por favor calma... Eu te amo!

- Henri me deixe ir por favor! Eu preciso viver a minha vida.
O marido a abraça desesperado com os soluços da esposa e sem saber como consolá-la...

- Eu não posso, Tula! Eu te amo demais pra abrir mão de você assim...

- Mas eu não te amo!

Aquelas palavras fizeram Henrique ficar gelado e rígido.Mas os dois são interrompidos pelo som do telefone. Os dois encaram o aparelho,nenhum quis tomar a iniciativa de atender, mas como insistiu o telefone, Tula tomou a frente e arrancou o telefone do gancho.

- Alô. Oi, tia. Como?

Um silêncio se fez enquanto a tia de Tula lhe revelava algo que poderia mudar a vida do casal.

- Como, tia? Como isso pôde acontecer?! - Tula geme e começa a chorar com a notícia dada pela tia.

Henrique toma o telefone da mão da esposa e pergunta :

- Oi, tia.Tula não está em condições de conversar.O que está acontecendo?

- Oi, meu filho. Liguei pra avisar que Rubens sofreu um acidente de carro. Não sei se você chegou a conhecê -lo. Ele foi marido da minha Joana.

- Ahhh sei... - Comenta Henrique sem saber bem o motivo do choro da esposa.

- Então Tula, Joana e Rubens eram muito amigos quando jovens. Ai Rubens casou com Joana, mas infelizmente alguns anos depois perdi minha filha pra aquela doença maldita. Mas continuei com contato com ele, porque ele é um amor. Apenas não conseguíamos nos reunir sempre, porque ele seguiu a vida dele. Sabe... Acho que ele evitava a gente por causa das recordações.