Capítulo 8 - Cara a cara

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Um ano sem colocar pés no escritório. Continuava com meus vencimentos. Ainda mais depois que Luana soube o que me motivou a viajar, ela exigiu que eles aceitassem a minha licença remunerada. Uma parte do meu trabalho poderia ser feito a distância. Colocamos Flávia, que era minha assistente como responsável pelo setor. Combinamos que tudo que precisasse da minha atenção seria feito por vídeo conferência.

Durante esse tempo quase não se tocava no nome da Fernanda. E foi assim até a minha volta ao Brasil.

Marcamos com Luana após o almoço, na expectativa de conseguirmos encontrar alguma informação sobre a família de Adele.

Estávamos na sala da Luana, quando alguém bate na porta e vai entrando.

– Lua, já que você está livre agora à tarde a gente podia começar a ver... – Ela se cala quando percebe que tem mais gente na sala além de Luana. Abre e fecha a boca, sem saber o que dizer ao se dar conta que Adele e eu estávamos alí. Até que consegue falar. – Desculpa Luana, sua secretária não estava lá fora, eu fui entrando. Desculpa mesmo.

– Tudo bem Fernanda. Sem problemas. Mariana você já conhece. Só não foi apresentada ainda a namorada dela. Adele essa é a Fernanda. Fernanda, Adele. – Luana faz as apresentações. Minha inglesinha estende a mão, e tem o gesto retribuído.

– Prazer Fernanda. Ouvi falar bastante de você.

Fernanda me olha e fico vermelha na mesma hora. Adele não precisava ter falado isso. Se bem conheço a peça, ela queria ver a reação da Nanda.

– Como vai Mariana? – Vem me cumprimentar. – Pensando em voltar a trabalhar com a gente ou é só uma visita?

– Ainda não resolvi se volto ou não pra Inglaterra, mas é o mais provável que aconteça. Namorar a distância nunca foi minha praia, mas como ainda estou de férias, nada está decidido.

– Entendi. Bem, eu volto outra hora Luana. Vocês devem estar ocupadas e não quero atrapalhar. – Vira-se e sai da sala.

Luana percebendo o climão entra no assunto que nos trouxe ao escritório.

– Então, me digam que informações vocês têm sobre a sua família Adele.

– Só consegui descobrir o nome da minha avó. Catarina Souto Carvalho. Sei que ela é do interior de Minas Gerais, mas não sei mais nada.

– Nem o nome da cidade?

– Nadinha. Fizemos uma buscamos na internet, não encontramos nada, nem mesmo nas redes sociais. Só sabemos que ela deve ter por volta de sessenta e quatro anos.

– Bom, vamos passar esses dados para o pessoal da pesquisa. Eles têm acesso a vários sites, cartórios, vamos começar por Minas e depois vamos expandindo.

– Não sei como te agradecer Luana. E você também meu amor. Brigada! Vocês não fazem ideia do quanto eu gostaria de conhecer a família da minha mãe. Ser filha única de pais sem parentes é muito ruim.

– Imagina Adele, é um prazer te ajudar. E você já faz parte da nossa família.

O telefone da Luana toca.

– Oi. Não acredito que ela vá querer, mas vou perguntar. – Tapa o fone, para que a pessoa do outro lado não escute o que ela vai falar. – Mariana, é a Fernanda querendo saber se pode dar uma palavrinha com você. Cinco minutos no máximo.

– Agora não Lua.

Adele aperta minha mão.

– Vai lá Mari. Cinco minutos passa rápido. Eu fico aqui esperando com a Luana.

Recomeçar (romance lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora