Capítulo 7 - Coração partido

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Entro sem falar nada. Finjo estar concentrada no celular. Chegamos ao térreo. E ela me faz um convite.

– Almoça comigo Mariana. – Reduzo o passo, respondo sem me virar.

– Obrigada, mas já tenho companhia.

Saio, mais uma vez sem olhar para trás.

Quando chego lá fora, Carlinha já está me esperando.

– Oi irmã! – Me dá um beijo no rosto. – Que cara é essa Mari?

– Ai Carla, problemas no trabalho. Melhor nem comentar, porque depois do almoço tem tudo pra piorar!

Vamos almoçar no meu restaurante árabe preferido, sinto que vem um pedido de empréstimo pela frente.

Não deu outra, Carla quer fazer um intercâmbio de seis meses com os amigos da faculdade. E quer ajuda financeira.

Carlinha é doze anos mais nova que eu. Sempre fiz tudo que podia para ajudar, inclusive financeiramente. Ela é dedicada aos estudos. Nunca nos deu trabalho. Não que ela seja uma santa. Mas nunca foi nenhuma peste. Já que estava virando sócia do escritório ia poder ajudá-la. Ela me conta todos os detalhes e ficamos de falar com mamãe à noite.

Terminamos o almoço e volto para o escritório.

Entro em minha sala e Luana está lá.

– Poxa, nem pra me chamar pra almoçar hein.

– Ah Lua, desculpa. A Carlinha me mandou mensagem chamando pra almoçar, pois precisava falar comigo. Depois daquela reunião fiquei meio baratinada.

– Com a reunião ou com a Fernanda?

A Luana me conhece como ninguém. Sabe que tem alguma coisa com relação à Fernanda. Eu preciso contar essa história toda para ela. Mas agora não é o momento.

– Depois a gente conversa sobre isso ok. Já, já, vão nos chamar para falar sobre o tal problema da Fernanda.

– E o que a gente tem a ver com isso?

– O problema é que ela quer que você aceite o caso dela. Pedir a guarda das filhas dela.

– Não mesmo! – Levanta e fica andando pela sala.

– Lua, se ela vai ser nossa sócia e é amiga pessoal do Ricardo, não tem porquê você não aceitar o caso dela.

– Tem vários advogados aqui no escritório. Não tem por que ser eu a aceitar esse caso.

– Tem sim, porque você é a melhor nessa área.

Alguém bate na porta da minha sala.

– Pode entrar.

Era a Marta, secretaria do escritório avisando que eles já estavam nos aguardando.

– Mariana, o doutor Ricardo está aguardando vocês na sala dele.

– Ok, obrigada Marta.

– Já que não tem jeito, vamos logo. – Luana levanta e vamos em direção a sala do Ric. – Mas ainda não terminamos a nossa conversa não viu.

– Ai Lua! Já falei que mais tarde tá.

– Vou cobrar, pode esperar.

Bato na porta. E ouço a voz da Fernanda.

Recomeçar (romance lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora