Capítulo 4: O reino está em perigo

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Meu braço estava aranhado, gotas de sangue nadavam ao meu lado, eu precisaria ser rápida ou chamaria atenção dos tubarões. O gelo que havia no corpo de Ash começava a se quebrar.

- Ash? Irmão, acorde - Dizia enquanto balançava seu corpo já do lado de fora da caverna.

Olhos verdes começam a se abrir lentamente.

- Sy, o que houve? - Respondeu Ash em uma voz fraca

- Dilan, ele congelou á caverna para que não saíssemos. Precisamos voltar ao reino e avisar nosso pai antes que seja tarde demais.

- Eu mato ele Sy, eu juro que mato. Vamos logo para o reino.

Ash sai em disparada em minha frente e vou nadando logo atrás. Só esperava que nosso pai não nos culpasse.

O Reino continuava em festa e alguns perguntavam onde estávamos, Ash sorria e respondia que fomos dar uma volta, ele era melhor do que eu na parte de sorrir e acenar como se estivesse tudo bem, alguns me olhavam preocupados, meu ferimento parara de sangrar mas o arranhão era evidente, coloquei a mão sobre o ferimento para disfarçar.

Nosso pai se encontrava ao redor de alguns peixes e sereias.

- Com licença, Papai precisamos falar com você. - Disse, enquanto Ash cumprimentava quem estava ao redor de nós. - É importante - Ressaltei encarando em seus olhos.

- Tudo bem, com licença volta já. - Falou educado como sempre. - O que houve? - Perguntou quando já estávamos a uma distância segura.

- Dilan - Murmurei

- O que tem ele? - Perguntou papai preocupado.

- Fugiu - Respondeu meu irmão fechando seu pulso com força para não socar nada.

- Como assim fugiu?

- Ele sabe papai. - Disse enquanto segurava meu cristal que repousava em meu pescoço.

Seu olhar fica severo.

- Atlântico venha aqui - chamou meu pai para seu mais leal soldado e seu melhor amigo. Eles cresceram juntos, Atlântico era o responsável pela segurança no palácio, seus cabelos eram loiros e longos, porém diferente de meu pai deixou a barba crescer, sua calda era roxa, como das suas duas filhas, Ondaneia á mais nova e Blu á mais velha que meu irmão já tivera alguns casos e elas eram apaixonadas pelo meu irmão, sonhavam em ser rainha.

- Em que posso ajudar? - Falou ele prestativo como sempre.

- Chame a banda, entretenha todos, vamos ter que sumir por alguns instantes, depois nos encontre na sala do comando. - Ordenou meu pai.

- Sim senhor - Disse Atlântico sem fazer perguntas.

- Vamos

E seguimos nosso pai até o castelo, passando pelas cortinas de alga da sala do comando assim que entramos.

- O que Dilan está aprontando? - Perguntou meu pai enquanto passava as mãos por seu cabelo preocupado, sua calda balançava nervosa.

Contamos tudo que sabíamos, aquela confusão toda não parecia ser real.

- Precisamos impedir ele

- Como papai? - Perguntei, não havia solução, nem sabíamos como ele se passaria por humano.

- Eu sei o que ele vai fazer e sei como impedir, só precisamos esperar Atlântico chegar aqui.

Ash não havia falado nada ainda, ele estava observando o reino pela abertura da torre da sala, eu sabia como ele amava todos e daria sua vida por eles sem pensar, ele era o verdadeiro rei, não eu.

- Senhor o que esta havendo? – Era Atlântico que perguntava ao entrar na sala.

- O infeliz do Dilan, vez a mistura das poções e quer subir para o mundo humano – Esbravejou meu pai dando um soco na mesa de pedra da sala.

- Precisamos agir  logo. – Respondeu o soldado com firmeza.

- Como? Ele por acaso vai criar pernas e viver entre os humanos? – Perguntei aflita por não entender a história.

- É exatamente isso minha peixinha – Falou meu pai me encarnado.

E como se por um momento eu não fosse mais capaz de respirar em baixo da água, minha brânquias param com a informação que eu acabará de receber, desde que minha mãe morreu eu guardava aquele pingente com a minha vida sem ao menos saber do que ele era capaz. Meu irmão já estava ao meu lado com a mão sobre meu ombro.

- Literalmente pernas? – Perguntou Ash ao meu lado.

- Sim, com os ingredientes certos e colocado dentro do cristal ele dá a possibilidade de nós sereias andarmos entre os humanos, mas isso sempre foi extremamente proibido e protegido. Esse cristal veio dos destroços de um meteoro que caiu em nossas águas a muitas ostras atrás nem eu nem seu pai se quer existíamos, e o reino tem o dever de proteger os fragmentos, porém a fuga que ocorreu nas cavernas nortes foi planejada com o objetivo de roubar os três cristais que restavam em nosso reino, graças a Poseidon apenas um foi saqueado, e levado para o polo norte, provavelmente Dilan, com sua família lá conseguiu recuperar e usar. O outro está em seu pescoço e o terceiro com seu pai. – Explicou Atlântico.

- Pelas ondas de Poseidon – Murmurou Ash – O que vamos fazer?

A perguntou dele já havia respostas mas ninguém queria dizer, só havia uma maneira de impedir Dilan e com certeza seria a última coisa que eu desejaria fazer.

- Um de vocês irá atrás de Dilan junto comigo. – Informou nosso pai.

- Senhor deixe-me ir em seu lugar – Disse Atlântico – Eu protegerei Ash, como se fosse meu filho.

Eu não acredito que eles simplesmente estavam ignorando a possibilidade de eu poder ajudar, com certeza entrar no mundo dos humanos não era meu maior sonho, mas jamais deixaria meu irmão subir sozinho.

- Eu vou – Minha voz quase fraquejou, mas eu sabia que era o certo.

- Não mesmo, você vai ficar aqui onde é mais seguro – Tentou ordenar meu irmão, como se não soubesse que sou teimosa.

- Pelo amor de Deus Ash, a possibilidade de você não querer voltar é grande demais, alguém vai precisar por juízo na sua cabeça de tartaruga e nós precisamos de Atlântico protegendo o reino caso algo saia errada, e todos confiam no Papai, se você sair e eu não para justificar algo político todos vão desconfiar que algo está errado. – Meus argumentos eram bom mas as dúvidas estampavam o olhar de todos.

Meu pai se aproximou nadando lentamente até mim e passou as mãos pelos meus cabelos ruivos sorrindo.

- Eu disse que você se parecia com ela, e cada dia mais você só se prova que será uma ótima rainha.

Com certeza aquelas palavras mexeram comigo e me senti feliz por um momento, minha mãe sempre foi uma heroína para mim e eu sabia que estava fazendo o certo e ela não pensaria duas vezes em meu lugar.

- Então está decidido nós vamos para o mundo dos humanos. – Afirmou meu irmão segurando minha mão.

- Atlântico prepare tudo – Ordenou meu pai e ele saiu da sala obediente.

Meu pai olhou para nós por um momento como se quisesse registrar nossos rostos em sua memória.

- Eu estou muito orgulhoso de vocês – Disse.

E como se tudo já não estivesse bizarro suficiente eles nós abraçou como nunca mais tinha feito desde o afogamento de nossa mãe ou morte como os humanos chamam.

Ontem eu era apenas era Syrena a irmã gêmea de Ash, a princesa, ou filha do rei, hoje me tornei Syrena a rainha e amanhã eu seria Syrena a humana, eu não sei se seria capaz de salvar o reino, mas com Ash eu meu lado talvez fosse possível.


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⏰ Last updated: Aug 11, 2016 ⏰

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