Sensações

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2 de janeiro de 2016

Eu imagino a vida como alguém que não é nem seu amigo, nem seu inimigo, mas que muda de lado facilmente, muda para o lado que a convém.
Era como Alaska pensava, definitivamente. Era hoje seu primeiro dia de aula na maldita escola com nome de bombom , como seria? Acho que no mínimo ela encontrará um babaca para brigar. A Phantovine se levanta para fazer sua higiene pessoal, colocara uma roupa demasiada estilosa ou demasiada fofa? A albina desce para a cozinha a procura de sua mãe que já havia saído de casa, mesmo depois de procurar tanto não havia achado nenhuma das duas, "até minha tia me deixou?" Pensava frustrada. Voltando a cozinha encontra com seu primo, o mesmo estava lendo sentado no balcão, "por que diabos no balcão? Isso não é um assento! Idiota!" Pensou a menina. Os olhos vermelhos do mais velho se encontraram com os dela, sua expressão era difícil de ser lida, era mais como: "o que está olhando verme?" Phantovine ri mentalmente com a dedução.
-O que? -O mais velho pergunta friamente, no fundo ele realmente não se importava com a mais nova
-n...nada. -A albina responde desviando o olhar, por que ele é tão idiota?
-então pare de me secar garota estranha. - O moreno voltara a ler o livro com atenção.
-hmmmm...-ela continuava o encarando com um bico irritado, precisava perguntar para alguém sobre a roupa. - L...Lucas..?
-o que? - o moreno responde sem nem olhá-la.
-q...qual...fica melhor em mim? -a mais nova mostra suas escolhas para o primo, envergonhada.
-uh? -O Winchester a olha com os olhos levemente arregalados, tinha que admitir o quão fofa a prima estava, sorriu de leve e fechou o livro com calma- acho que todos ficam bem em você, mas você combina mais com coisas simples e fofas do que com uma roupa super extravagante. -o moreno termina a frase com um sorriso no rosto - acho que ficará belíssima com a segunda opção.
Sem dúvidas Phantovine estava boquiaberta, ele a mandou sair? Não. A xingou? Não. Ele a tratou com desprezo? Não. Ele a ignorou? NÃO. QUEM É ESSE AÍ? - Lucas...obrigada. -a albina sorri satisfeita, será que Deus havia lhe ouvido e resolveu ajudá-la com o primo?
-oh...de nada, pirralha. -o moreno desce da bancada e caminha até a platinada, levando sua mão a cabeça da mesma, lhe fazendo um leve cafuné, sua expressão era dócil, parecia um anjo.
-Lu...cas? - Alaska dá um passo para trás corada, PERTO DEMAIS, perto demais!Pensou a menina corada, Phantovine sempre achou seu primo um garoto de causar ataque cardíaco, sim, era bonito. Era lindo.
-oh...-o moreno se afasta levando a mão a nuca, envergonhado - desculpe...-sussurra desnorteado
Alaska corre imediatamente para seu quarto, estava mais vermelha que um tomate, mas que maldito! Como consegue ser tão lindo quando acabara de acordar? Ainda estava de pijama e cabelos bagunçados! Phantovine amaldiçoou sua tia por ter parido um filho tão lindo.
-idiota...tarado...bicho das sombras! -grita sozinha, era hora de se vestir não? A platinada se veste com a roupa escolhida pelo primo, pega suas coisas e sai, iria tomar café na escola depois dessa.
#Lucas pov's on#
-O que eu estou fazendo?- me ajeito no sofá e suspiro frustrado.
Eu sou idiota? Olho para minhas mãos com os lábios entreabertos sentindo calafrios.
-eu a toquei...eu toquei na Alaska...-olho paras minhas mãos que estavam tremendo- eu não posso fazer isso...se ficássemos lá só mais um pouco...eu iria...-engulo o seco, eu realmente sou idiota, eu sou imbecil.- ela estava tão quente...-sussurro - eu...por que eu quero toca-la de novo? Que...que que é isso?! Somos primos! -me repreendo mentalmente, por que diabos estou me arrependendo de não tê-la beijado?
#Alaska Pov's on#
Lucas...por que? Por que eu estou pensando tanto nele? Por que estou triste pelo fato de ele não ter continuado? Ah...eu que sai correndo, suspiro frustrada com a lembrança, eu sou idiota.
Chego em frente à escola e já tenho uma surpresa, os portões estão trancados. Por que? Estou atrasada? Olho meu relógio e vejo que estou no horário, então...por que?
-oh...espera...-pego o informativo da lojas de doces a minha frente e vejo: minhas aulas começam amanhã. -MENTIRA! -Grito demonstrando toda a minha raiva, soltara vários palavrões durante o caminho de volta para casa, sim, voltaria para casa...voltaria para Lucas.
#Alaska Pov's off#
A albina entra devagar em casa com a intenção de não chamar a atenção do moreno.
-vagabundo pervertido...-a menor entra na sala resmungando maldições contra o primo
-você acaba de chegar e já está me amaldiçoando...? -o moreno diz com uma voz rouca de quem acabou de acordar, o que causou arrepios a platinada.
-vai ser útil em algo. -a garota diz irritada e larga sua bolsa em cima da mesa, se sentando ao lado do primo no sofá.
Lucas instintivamente arregala os olhos e dá um pequeno pulo para trás, se mantendo longe da platinada que agora estava também de olhos arregalados com uma mistura de tristeza pela rejeição e surpresa por seu primo sedentário ser capaz de saltar assim.
-fi...Alaska...longe...- o garoto diz nervoso
-pra que isso Lucas? Estás com ebola?! -a garota corre pro outro lado da sala protegendo seu corpo com as mãos.
-O QUE!? Não! Idiota, se eu estivesse com ebola eu estaria no hospital! -ele suspira frustrado com a ignorância da menor.
-verdade...-a garota murmura e se senta no sofá agora cabisbaixa, então por que? Por que ele nunca tenta estar comigo? A menor agora chorava baixo em decepção
O winchester sente seu coração se quebrar em pequenos pedaços ao ver a sua frágil prima chorando.
-Alaska...por que? -o garoto cede aos encantos da menor e se aproxima um pouco se ajoelhando na frente da menina, o corpo do moreno estremecia de nervosismo por ter feito a pequena chorar.
-por que? Por que você me odeia, você nunca fica perto de mim, me trata como uma inimiga! -a garota se apoia nos ombros do moreno, chorava desesperada por um sinal de que estava errada.
O winchester ficou  choque, ela pensava assim? O moreno segura ambos os pulsos da albina e se aproxima lentamente
-Alaska, a última coisa que eu sinto por você é ódio. -Lucas sussurra suas palavras e abraça a Phantovine com força.
Ambos se encontravam em um estado de vergonha muito avançado. E lá estavam dois adolescentes idiotas, ambos com os corpos quentes, ambos desejando mais que um abraço, ambos loucos de paixão. Mas nenhum daria o primeiro passo. A garota não perderia a oportunidade de tocar seu primo o máximo que ela conseguia, acariciava seus cabelos, suas costas, seu rosto, era raro uma demonstração de afeto entre eles, na verdade essa é a primeira.
-Alaska...-o winchester que estava completamente entregue a Phantovine sussurrou já sem aguentar, como ele iria se controlar diante de toques tão gentis?
-ssshhhh...só fica quieto. -ela aperta o abraço se ajoelhando também na frente do moreno, que favorável não? Alaska enterra seu rosto no peito de Lucas aproveitando cada segundo, o moreno se sentia da mesma forma, envolvia o corpo da menor com seus braços a colando cada vez mais em si.
Até que...
Agatha entra com sua irmã (e mãe de Alaska) se deparando combate cena, ela não pode deixar de gritar.
-LUCAS! Para com isso garoto! - a tia da Phantovine praticamente voa em cima do filho e o tira de perto da Alaska- meu filho, eu já disse, com a sua prima você não pode! -parecia que ela estava falando com um bebê.
-o que? -o moreno estava meio desnorteado, quando minha mãe chegou aqui?!
-tia! Eu posso explicar! -Alaska ri nervosa e continua - meu primo e eu simplesmente paramos de nos odiar.
-eu sei minha sobrinha, de você eu não duvido, eu duvido do seu primo! Ele é um garoto tarado.
-oh mãe...-o moreno faz uma expressão decepcionada.
-trouxemos pão e salsicha! - Priscila, mãe de Alaska diz com um sorriso gentil
-eu não estou nem aí. -o moreno sai da roda familiar e sobe para seu quarto muito irritado.
-Lucas...-Alaska sussurra em tristeza. Mais um pouco, só mais um pouco e os lábios dos mais velho seriam dela. Só dela, ele seria dela. Mas que malditas sensações são essas? Por que só agora? Por que só  nessa cidade? Só nessa casa?
#Lucas Pov's on#
-Mas que merda mãe, tia...AAARRRGGHHH! - me jogo na cama sem nenhuma vontade. Eu estava quase beijando a Alaska...que sensações são essas?

"2 de janeiro de 2016.
Querido pai, hoje foi um dia um tanto...estranho. Sabe pai, acho que Deus realmente me ajudou, eu e o Lucas...estamos diferentes, talvez mais maduros? Talvez mais imaturos? Continuamos brincando um com o outro mas...algo está diferente...sinto que ele é meu, mas não meu primo, sinto que ele é minha paixão, estranho...não? Eu sei que ele é meu primo, mas é anormal eu querer tanto um garoto como eu quero o Lucas. Quero não, como eu preciso do Lucas, amanhã realmente começam minhas aulas, e...estou com uma boa impressão, amanhã eu vou beijar o Lucas, eu preciso saber o que eu sinto por ele.
Querido pai, você me faz falta...se estivesse aqui me explicaria o que esta havendo comigo e com meu coração, pai. Eu sinto sua falta."

Cartas de Alaska- A dor da indecisão Where stories live. Discover now