Reluzente

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3 de janeiro de 2016
Hoje era sem duvidas seu primeiro dia em sweet amoris, ou, escola sonho de valsa, como seu primo havia apelidado.
"Eu chamaria de escola sonho de valsa, é rosa como a embalagem e só tem gente docinha"
Alaska ri com a lembrança de hoje mais cedo, agora ela caminha devagar e nervosa em direção aos grandes portões da escola, o que a esperava? À Phantovine se permite suspirar desanimada com as várias ideias que estava tendo, realmente, o que diabos estava fazendo lá?

-você fala sozinha? -um garoto com cabelos vermelhos pergunta com uma carranca.

achei meu babaca. Pensou a albina com os lábios levemente curvados em um sorriso sarcástico.

-não falo sozinha, eu penso alto. -retrucou.
-de qualquer forma não está falando com ninguém então está falando sozinha. -o ruivo se encosta na árvore e fecha os olhos despreocupado.

Sem dúvidas Alaska tinha achado um parceiro para brigas.

-e te interessa? -a garota cospe já irritada.
-interessa já que sua voz é um incômodo.

Foi como um tapa, não havia se atingido ou se magoado mas foi como um tapa que havia ativado toda a sua irritação, voaria no pescoço do ruivo, definitivamente.

-olha aqui...-Alaska se vê interrompida por um leve toque em seu ombro.

[Alaska Pov's on:]
quando estava prestes a matar aquele garoto, sinto algo quente em meu ombro, era macio.
Logo um cheiro amadeirado e refrescante como hortelã invade minhas narinas, me sinto obrigada a olhar para trás e vejo um garoto, não era como os garotos que eu estava acostumada, ele tinha cabelos brancos, olhos heterocromáticos sendo o direito verde e o esquerdo âmbar, a primeira coisa que penso ao julgar por suas roupas é que ele é um príncipe da Disney que está aqui tirando um intervalo para estudar, ou que apenas gosta da moda vitoriana. E de qualquer forma, combina com ele.

-Castiel. -ele diz calmo, sua voz era rouca e suave, não tão grave mas máscula, ele tinha um olhar gentil. - pra que todo esse mau humor? Ela acabou de chegar...
-é. E já sabe que ela me irrita. -o ruivo, Castiel, continuou encostado na árvore de olhos fechados como se nada estivesse acontecendo.

Que ódio.

O platinado suspira pesadamente enquanto encarava Castiel um pouco decepcionado.

-Pensei que depois do que aconteceu com a Lynn você aprenderia. -o personagem da Disney diz triste.

Aquilo pareceu ter chocado o ruivo, que agora estava abraçando seus joelhos, com os lábios entreabertos, e olhos levemente arregalados encarando o nada

-tu...tudo bem...-Castiel agora me olhava com um leve rubor nas bochechas - me desculpe. -ele se levanta e estende a mão para mim, eu a aperto meio impressionada com o poder de persuasão do platinado.
-está tudo bem. -respondo com um sorriso
-Sou Castiel Collins, e não é um prazer te conhecer. -ele sorri de lado meio brincalhão
-digo o mesmo. -rio fraco- sou Alaska Phantovine.
-o nome é bizarro como a dona. -Castiel me dá língua, que crianção!

Meu olhar se direciona para o platinado que estava agora concentrado no...nada...ele parecia perdido em seus devaneios, me pergunto quantas via-lácteas ele estaria conhecendo agora.

- e você? -pergunto de forma delicada e baixa para não assustar o mais velho que viajava em dimensões completamente diferentes
-uh? -no começo ele parece um pouco perdido mas se recompõe e volta um instante de Nárnia - me chamo Lysandre Lafayette. -ele sorri em seguida e beija minha mão, no mesmo instante sinto minhas bochechas ficarem quentes e consequentemente rosadas. - é um enorme prazer.

Por um segundo me sinto a Cinderela e deixo escapar meus pensamentos

-encantada. -digo meio perdida e quase faço uma reverência, o que faz o ruivo se abrir em gargalhadas.
-essa foi ótima! -Castiel expressa seu deleite pela cena em berros e gargalhadas exageradas.

O sinal toca.

Está na hora da aula, meio que fujo do "par de dois" e corro para minha sala que se não me engano é a B.
Sento-me na primeira cadeira que eu vejo e respiro bem fundo.

-será um ano longo. -sussurro com um leve sorriso, estava com uma ótima impressão.

[Alaska Pov's off]

As horas se passaram e Alaska já estava encaixada na turma, conhecera Nathaniel, o representante que tinha uma rivalidade com Castiel e nele viu um aliado.
Conheceu também kentin e praticamente o adotou como filho por ele ser fofo.
Conheceu os gêmeos Armin e Alexy, e carinhosamente os apelidou de "clones"
Criou uma afinidade absurda com Rosalya, uma garota que havia conhecido a apenas algumas horas.

Tudo estava perfeito

No fim da aula, após o toque do sinal, todos saíram apressados, Alaska ficara na sala estudando um pouco.
As horas se passaram rapidamente e o sol já estava se pondo.
Phantovine imediatamente se levanta e corre para fora do prédio da escola se deparando com Lysandre ali no pátio, os únicos do turno diurno que ainda estavam na escola, talvez nem aja uma turma noturna.
O mais velho estava sentado embaixo da árvore com fones no ouvido, seu rosto angelical estava tranquilo, o mesmo estava cochilando, essa foi a conclusão de Phantovine. Os raios dourados do pôr-do-sol batiam contra o corpo do garoto dando a impressão que ele possuía uma aura celestial, o vento acariciava a pele do mesmo lhe fazendo um leve cafuné nos cabelos brancos que dançavam no mesmo ritmo do vento. A pele branca que estava banhada pelo dourado lhe dava um ar inocente assim como seus lábios agora entreabertos.

Lindo. Perfeito.

Essa foi a conclusão de Phantovine. O garoto a sua frente era reluzente como uma estrela.

A albina chegara em casa depois de ter acordado o platinado que se desculpou dizendo que havia esquecido de acordar.
Como sua tia e sua mãe estavam fora acabou fazendo uma mini festa com seu primo, com pizza, filmes, refrigerante e tudo que tinha direito.

Posso estar errada sobre a vida.
concluiu a platinada.

"3 de janeiro de 2016
Querido pai, meu dia hoje foi cheio de emoções, tive um café animado com minha mãe, minha tia e com meu primo que parecia mais bem humorado hoje.
Meu dia na escola foi incrível, conheci pessoas incríveis como o lys, a rosa e o Alexy, mas também conheci gente podre como a Ambre. Mas fazer o que? Nem todo fruto é bom de comer.
Pai, nada está tão ruim como eu pensei que seria. Mas a dor e a culpa continuam intactos. Pai, eu poderia me apaixonar por essa vida de você estivesse nela.
Sinto sua falta, te amo
-Alaska Phantovine "

Cartas de Alaska- A dor da indecisão Where stories live. Discover now