Consummation - Amanhecer

As coisas parecem diferentes pela manhã

Alguém uma vez me disse que as coisas podem parecer diferentes na manhã depois que você dorme com uma pessoa. Seja o que for, a clareza vem de alguma forma pela manhã, quando a luz lança seu brilho sobre qualquer que seja a situação ou problema. Claro, eu não conseguia dormir; a minha mente estava embaralhada em milhares de coisas diferentes ao mesmo tempo. Uma centena de pequenas sensações que senti na noite passada.

Eu poderia me prolongar nos detalhes da nossa primeira noite juntos. Eu poderia lembrar o gosto de seu cheiro, aquele cheiro saboroso e floral na minha língua. Me lembro de fazer as coisas que eu tinha apenas imaginado fazer com ela, sentindo coisas que eu nunca senti na minha existência. E ela, claro, obsequiosa e concedente com qualquer solicitação. Ela estava incoerente na maioria das vezes, alheia à raiva acontecendo fora de sua mente induzida à luxúria. Nas primeiras horas da manhã, eu não demoraria para ver o que tinha feito na escuridão. Seria trazido à luz o horrendo feito que eu tinha cometido.

A noite de paixão que ambos compartilhamos foi imensurável, é verdade, e eu me sentia mais completo com ela agora. Tanto quanto eu sabia que éramos compatíveis em todos os sentidos, eu estava aliviado ao descobrir que eu poderia satisfazê-la bem. Eu não me lembro de nenhuma confissão de inadequação vinda dela. Ela parecia gostar de tudo o que eu tinha visto e sentido na noite passada...

Mas este não era o momento de pensar sobre isso. Eu não consegui me controlar. Olhei para a penugem que cobria nossa cama como uma nuvem celeste, fazendo alusão à noite de puro êxtase. Mas, em meu lado sombrio, estragou esta noite. Eu peguei o que não era meu por direito o tempo todo e destruí. Deflorando uma criatura linda e ingênua como a minha Bella e e chegando muito perto de matá-la no processo de nossa união física.

Os travesseiros confirmavam as nossas atividades na noite passada.

Se talvez eu tivesse sido forte o suficiente, me alimentado um pouco mais do que o habitual na noite anterior... não. Não. Não! Eu não sou nada mais do que uma criatura sanguinária e lá estava eu, tirando a virtude desta mulher para satisfazer meus próprios desejos lascivos. Eu sou um monstro imundo.

Eu assisti a lua mergulhar por trás do oceano, os raios do sol tingidos de rubi distribuindo brilhos em minha pele. Deitado ao lado de Bella, cuidando para não machucá-la mais, eu estava angustiado. Tortura, dor agonizante. Eu tinha a machucado, em um momento que devia ser de puro prazer, meu pior pesadelo se tornou realidade.

Quando ouvi seus batimentos cardíacos aumentando, a cor em suas bochechas floresceram enquanto ela se movia. Ela era totalmente linda, e ainda assim eu havia manchado sua reputação. Não importa o quão bonita, maravilhosa, perfeita a primeira noite foi, eu tinha a machucado, de uma maneira que eu nunca havia planejado. Me lembrei de algo que Alice tinha me dito antes de sairmos da recepção naquela noite. Minha irmã com jeito de fada me disse para simplesmente ser gentil. Olhei para ela, perplexo.

"Edward... Eu sei que você me disse para não olhar", ela disse, sua voz aumentando. "Você me pediu especificamente para não olhar para esta parte do seu futuro, mas eu não pude evitar. Simplesmente aconteceu." Seu rosto parecia tenso e lívido, suas feições, normalmente com um sorriso afetado, agora indignado.

"Edward, você não pode... Eu a amo! Ela é minha melhor amiga!" Sua visão flutuou em um turbilhão de momentos, nada específico, mas três ocasiões: todas as três com Bella deitada fria, morta, em meus braços. Eu, lamentando num grito de dor inegável, embalando seu corpo nu em meus braços. O corpo dela machucado, quebrado, sangue escorrendo de seus lábios e no pescoço...

Eu fervia de raiva. Eu não poderia me permitir fazer isso. Eu não poderia fazer amor com ela. Alice sabia disso. Ela me avisou. Eu tinha feito uma promessa para minha esposa, mas eu também fiz uma promessa a mim mesmo: eu nunca, jamais, a machucaria novamente. As duas possibilidades nunca iriam conceder uma coisa a outra.