Consummation - Amanhecer

Homem Em Chamas

 Nós chegamos horas mais tarde no aeroporto de Seattle. Tivemos uma escala em Houston, que demorou mais do que qualquer ser humano deveria sofrer. Eu poderia ter corrido mais rápido do que o tempo que os patéticos humanos levaram pilotando o avião. Eu poderia ter carregado Bella nas minhas costas e corrido todo o caminho até Forks...

Bella. Oh, minha Bella...

Por mais que eu sussurrasse "eu vou cuidar disso", ela nunca respondia. Ela estava tentando ser forte por mim? Ela não precisava ser forte por mim de nenhuma forma. Eu seria forte por ela. Eu arderia em chamas mil vezes antes que eu deixasse que algo fizesse mal a ela. Nada aconteceria a ela de forma alguma. Eu encontraria uma maneira de parar isso, de livrá-la desta... gravidez. Ela não precisava disso. Bella não poderia querer isso! Quem poderia dizer que era verdadeiramente uma criança? Ninguém. Nunca houve nada como Bella e eu antes.

Eu nunca permitiria que a vida dela fosse sacrificada por meu erro terrível de julgamento. Sua gravidez com minha semente venenosa não podia ser a sua morte. Eu não permitiria isso. Se Bella deixasse de existir... Eu deixaria de existir.

E eu ardi em chamas lentamente com a possibilidade de que ela poderia apenas... deixar de existir.

Por minha causa.

Por causa do meu egoísmo e minha incapacidade de recusar à ela qualquer coisa que ela desejasse. Para um humano, ela sempre me surpreendia com sua obstinação implacável.

Isso foi um erro desde o início. Eu nunca deveria ter concordado em fazer amor com ela na nossa noite de núpcias. Eu deveria ter deixado Carlisle transformá-la após a sua formatura. Eu deveria ter apenas ficado longe dela, tão longe dela quanto possível, desde daquele primeiro dia na aula de biologia.

Eu deveria ter ficado no Alasca. Eu teria queimado por ela de longe, assegurando que sua vida nunca cruzaria com a minha. Ela teria ficado segura, saudável, feliz. Sua vida nunca teria ficado em perigo novamente. Tudo o que já havia acontecido com ela, foi porque eu havia me envolvido em sua preciosa vida humana.

Mas eu não era forte o suficiente para fazer isso. Eu a amava demais para fazer isso. Então, em vez disso, eu faria tudo ao meu alcance para protegê-la. Uma pequena voz sarcástica na minha cabeça zombou, me lembrando de quão bem eu fiz isso. Eu balancei a minha cabeça livre desses pensamentos, sabendo que não iria ajudar. Eu só precisava levá-la para Carlisle para que ele a examinasse.

No entanto, quando nós descemos do avião, a emoção mais forte que eu sentia não era tristeza ou arrependimento. Era uma enorme frustração. Ela estava quieta demais por tempo demais e se recusava a olhar nos meus olhos. Eu tentava tranquilizá-la, tentava trazê-la de volta de onde ela tinha ido em sua mente. Mas, mesmo envolver seu corpo inchado com meu braço, era em vão. Ela não dizia nada, ela nunca olhava para mim e simplesmente mantinha seu queixo erguido enquanto caminhávamos para a porta.

"Tudo vai ficar bem", eu murmurei ao pé de seu ouvido.

Esta era uma mentira convincente que eu estava repetindo há várias horas. Antes, cada vez que eu dizia a mentira, ela suspirava e olhava para longe de mim. Mas, conforme nós andamos através do portão e eu disse a mentira novamente, ela visivelmente estremeceu e tentou se libertar do meu alcance. Eu segurei mais firme e franzi a testa enquanto eu olhava para ela.

Ela tinha de, alguma forma, percebido que era uma mentira? Que eu não tinha como prever o futuro? Que eu estava apenas esperando que ela ia ficar bem, mas na verdade, as coisas iam muito mal? Pelo amor de todas as coisas sagradas, no que diabos ela estava pensando?

Então eu, de repente, congelei em choque. Eu estava no portão como uma estátua, enquanto os humanos apressavam-se em volta de mim. Rosalie estava praticamente gritando em seus pensamentos, enquanto minha família estava lá como um exército esperando para perder uma batalha.