Capítulo X - Apenas humanos

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   Dina encarou Cris, como quem estivesse implorando para que ela fosse gentil e ao mesmo tempo pedindo ajuda, sem saber que resposta daria sobre isso de "campos", se mentissem perderiam a confiança do estranho, mas e se falassem a verdade? Cabeças cortadas fora? Queimadas vivas? Talvez não fosse para tanto, afinal, seria melhor manter o otimismo.

- Não somos de nenhum campo. - respondeu Cris, arriscando com a verdade e mostrando-se meio prepotente, mas com um medo que não cabia dentro do peito.

-Então, estão expulsos como eu? - o estranho perguntou com um brilho nos olhos e uma curiosidade estampada no rosto.

-Nós somos os que vieram morar na ilha à alguns dias atrás. - Dina se intromete na conversa.

   O estranho recuou um pouco, seu semblante mudou, e passou de um feliz e curioso para triste e desamparado, seus olhos encheram de lágrimas e Cristy começou a pensar se elas tinham a opção de escolherem como seriam mortas, "cabeça cortada é muito clichê, queimadas vivas é muito caça às bruxas, talvez câmara de tortura".  

- O que há? - perguntou Dina, com cara de quem tinha falado demais.

- Vocês são horríveis! - o estranho apontava o dedo para as duas.

- Nós viemos ajudar vocês! - Cris tenta acalmar o clima pesado(como se ela servisse para isso), o estranho ficou confuso, e Dina percebendo isso, tentava explicar.

-Eles querem fazer coisas com vocês, e nós viemos ajudar.

-Você está falando a verdade?

-Veja bem, você acha que se nós quiséssemos prejudicar vocês, teríamos salvado você?- Cris fala, e Dina olha para ela com uma expressão de indignada no rosto, porquê Cristy, à quarenta minutos atrás, não queria salvar o nativo.

-O que está acontecendo então?

   Depois da pergunta, elas começaram a explicar toda a história para o nativo, em algumas partes ele fazia uma cara de confuso, -"Drogas na comida? Mas o que é droga?" - a história demorou uns quarenta minutos para ser contada por completo, mas no final cada cena passava pela cabeça das duas: a mãe de Dina, uma arma para elas, os péssimos cafés-da-manhã de Cristy, um pé quase quebrado, uma cachoeira linda, talvez se suas netas escutassem essa história, imaginariam que suas avós estavam no declínio da idade, afinal tudo aquilo era surreal. 

   Mas a luta ainda tinha que continuar, elas precisavam avisar os nativos o quanto antes, o rapaz tinha que ajudá-las, eles tinham que fazer algo, mas Dina, em todo esse tempo andando pela ilha, só pensava em encontrar os nativos, ainda não havia parado para refletir no que diria a eles quando os encontrassem de verdade, então um frio percorreu sua espinha e suas mão começaram a suar.

-Qual é o seu nome? - Indagou Cris ao nativo com cara de surfista/cantor de rock

- Nilou, e o de vocês? 

-Nilou? Sério? Esse nome existe, Dina? -Cris começou a rir, olhando para o nativo com cara de deboche, enquanto sua amiga olhava para ela com desaprovação.

-Prazer, meu nome é Helena, mas todos me chamam de Dina. - Esticou a mão para o seu mais (provavelmente) novo amigo - Essa é Cristina, Cristy para os amigos; ela melhora com o passar do tempo - disse a última frase se aproximando mais, na intenção que Cristy não escutasse (o que era impossível, porque ela escutaria de todo os jeito)-  Onde você mora Nilou?

-Pra lá- disse apontando o dedo na direção que as meninas estavam indo.

-Olha, acho que encontramos uma carona- diz Cris estampando um sorriso no rosto - já estava ficando cansada de olhar esse mapa chato -Dina revira os olhos e o nativo ri.

   Então a segunda parte da caminhada começou, eles se levantaram, e começaram a conversar sobre assuntos idiotas enquanto andavam, as coisas ficaram mais leves, nada daquele clima meio  tenso, que Cris as vezes fazia questão de proporcionar, parecia mais uma excursão de adolescentes do segundo ano, eles pareciam se conhecer a anos.Dina e Cristy estavam apaixonadas pela paisagem, as árvores estavam verdes e também alguns arbustos tinham flores de várias cores, já estava entardecendo e o céu parecia ter sido pintado a mão, detalhe por detalhe. Uma hora e meia depois de terem saído da queda d'água chegaram a uma ponte de madeira, ela parecia ser um pouco antiga, mas ainda sim bem feita, elas abriram a boca de surpresa com aquele espetáculo de vista: uma ponte de pedras, um lindo pôr-do-sol e muitos arbustos de flores, aquilo mais parecia um jardim.

-Meu Deus, que incrível! - exclama Dina, maravilhada com tanta beleza num único lugar.

  -Visitas Nilou? - Uma voz ecoa atrás deles e quando viram-se, se deparam com uma garota, aproximadamente da mesma idade que eles, tinha os olhos verdes e um porte meio atleta, cabelos loiros e nariz arrebitado, tinha um rosto harmonioso, cheio de sardas, mas sua voz não era muito amigável.

-Myeta! Por que não avisou a chegada?Quase fico sem ar - Nilou pareceu mais calmo ao ver quem era.

-Deixe de aplicar sempre dramatizar as coisas que estão em sua volta, Nilou - deu uma risada meio estranha, sua voz não era tão bonita, Dina franziu o cenho, a garota tinha dito 11 palavras e já parecia mais inteligente que os cientistas do Laboratório 3, Nilou revirou os olhos e Cris ficou encantada com tanto conhecimento em palavras difíceis.

-De qualquer forma, estas são Helena e Cristina, fazem parte do novo campo, ao leste - Cristy estreitou os olhos, estava como um cão desconfiado, atenta e de orelhas em pé.

-Por que você está com elas? -  Dina olhou para Nilou, com os olhos desesperados, como se o pedisse para ele  explicar a situação.

-Myeta, calma! Elas querem nos ajudar - o nativo pareceu entender os olhares de Dina, mas sem muito sucesso, a garota com uma cara de ódio estampada no rosto começava a avançar na direção de Dina (ela parecia ser bem mais vulnerável que Cris), então o nativo e Cris seguram nos braços da jovem, mas ela tinha bem mais força que os dois juntos, e quando conseguiu se livrar deles partiu com tudo para cima de Dina que, tentou correr, mas uns 100 metros depois tropeçou e bateu a cabeça no chão, não ficou desacordada então começou a gritar e gemer de medo e dor, Myeta recuou, percebeu talvez que Dina era tão humana e sensível como ela. 




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Hello amoresss <3 Como estão?? O capítulo longo de hj (direito a 1.000 palavras, rsrssrs ) foi pra recompensar vcs, viu?! Amo todos as pessoas que clicam na estrelinha e  comentam SV, viu??  <3 <3 Obrigada por acompanharem Sobre Voar, e fazer do meu sonho, o de vocês!!!!!!! Um beijo, um queijo e até o próximo capítulo...  <3 Ahhh!! Antes que eu me esqueça, eu e a linda autora LehHGodois, estamos  trocando divul, ela tem um livro do gênero Mistério, deêm uma olhadinha nele!!  Aqui tá o link :  https://www.wattpad.com/story/78247215-o-quarto-ao-lado-wattys2016 <3 <3 <3


Beijinhos, Isa <3



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⏰ Última atualização: Oct 13, 2016 ⏰

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