"What I've done
I'll face myself
To cross out what I've become
Erase myself
And let go of
What I've done"
What I've done- Linkin Park
Ajeito minha jaqueta de couro preta, que eu sempre uso, e bato na porta da sala da conselheira da escola. No começo do dia, recebi um aviso de que ela queria me ver, com a desculpa de que sou nova aluna.
Escuto um "entre", abafado pela porta, e assim faço. A sala dela é pequena e possui uma estante enorme em uma das paredes, que vai do chão ao teto, repleta de livros. Isso me fez perder o fôlego.
-Olá, Angeline. Sente-se por favor- A conselheira fala, apontando para a cadeira vazia. Me surpreendo pela aparência jovem que ela tem, com uma pele morena impecável e cabelos perfeitamente arrumados, sem falar na postura que ela exibe. Ela se levanta de sua cadeira e se senta na ponta da mesa, de frente para o assento que ela me indica, e posso claramente ver que pelo seu corpo ela ainda está na casa dos quase trinta anos.- Meu nome é Rosaly Johnson, mas você pode me chamar de Rose- ela fala exibindo um sorriso, e estica a mão para eu apertar, o que eu faço, sentando logo após.
-Então, você queria falar comigo?- digo, na esperança que ela vá direto ao ponto, para eu sair o mais rápido possível.
-Isso. Primeiro, gostaria de saber como está na escola. Está gostando?
-Sim.- Respondo simples, com um sorriso amarelo.
-Soube que você entrou no time de vôlei da escola...
-Aham.
-Ok, já vi que você não é muito de falar. Angeline, eu lhe chamei aqui porque eu sei do que aconteceu com você e sua mãe, e fico um pouco preocupada sobre como você está lidando com isso. Imagino que não deve ser fácil ver, sozinha, sua mãe passar pelo que ela passou.
-Não quero falar sobre isso- falo irritada.
-Percebo. Mas alguns amigos seus estão se mostrando preocupados com você. Sua irmã me disse que ela acha que você não está aceitando a situação, e quero que saiba que isso é completamente...
-Ela o que?-Pergunto, interrompendo ela e me levantando.
-Ela me procurou, naturalmente preocupada com você. Vejo que ela tem um pouco de razão, Angeline. Mas quero que você saiba que eu estou aqui para conversar com você e lhe ajudar a superar isso. Veja, tenho uns folhetos aqui que lhe devem ser úteis- ela fala e começa a mexer em uns papéis numa gaveta.
-Eu não quero seus folhetos!- exclamo irritada e ela olha para mim.- E eu não vou falar com você sobre mim, sobre minha mãe ou sobre qualquer outra coisa. Eu nem lhe conheço e você fala como se soubesse de tudo sobre a minha vida. Você não sabe de nada sobre mim ou sobre minha mãe. Você não é ela, então não tente agir como se fosse- falo e saio da sala, fazendo questão de bater a porta. Alguns alunos que se encontram no corredor olham para mim, mas estou irritada demais para ligar.
Isso foi ridículo. Eu não acredito que ela teve a coragem de me chamar para falar isso, como se ela me conhecesse ou se soubesse alguma coisa sobre o que eu sinto, que por um acaso é nada. Eu sinto nada. E nunca senti alguma coisa desde o momento que minha mãe... tanto faz. Não quero nem pensar nem falar sobre isso nem comigo mesma, quanto mais para uma estranha.
Faço meu caminho até o refeitório, onde eu assumo que minha irmã está. Eu sou capaz de soltas fumaça pelos ouvidos e fogo pela boca agora, de tanta raiva que eu estou. Pior do que a conselheira ter me chamado para conversar sobre isso, foi saber que razão da conversa foi minha irmã.
Quando chego no local, não dou a mínima para o fato de minha irmã estar com Nash, Cameron e Larissa na mesa, apenas começo a gritar.
-Como você pôde?-Falo. Todos da mesa olham assustados para mim, inclusive minha irmã, que fica sem entender sobre o que eu falo.
-O que? O que aconteceu? Senta aqui, você precisa se acalmar- ela fala abrindo espaço para eu sentar. Ignoro-a completamente.
-Como você ousa falar sobre mim e minha mãe para a conselheira da escola?- Manu fica com uma expressão surpresa.
-O que você esperava que eu fizesse? Você precisa de ajuda, Angel. Nos duas sabemos disso.
-Cala a boca antes que você diga algo mais estúpido!- Falo com um riso sarcástico.- Você não sabe de nada, Manuella, não haja como se soubesse. Falou a menina que nunca precisou lavar um prato na vida, ou que nunca precisou trabalhar para sustentar uma mãe doente. Como você pôde ser tão idiota ao ponto de ir contar minha vida para outra pessoa?
-Angel... se acalma- Cameron pede, se levantando e ficando ao meu lado.
-Eu não preciso- falo me soltando dele.-Nós duas,- aponto para mim e para ela- acabamos por aqui. E eu pensei que podia confiar em você. Volta para sua vida perfeita com um pai perfeito e uma mãe perfeita e me deixa em paz. - falo. Manu já nem olha mais para mim. Está apenas sentada, olhando para baixo, enquanto todo mundo alterna o olhar entre ela e eu.
Saio do refeitório, bufando. Assim que passo pela porta do colégio, a raiva começa a diminuir e uma pontinha de arrependimento surge, mas afasto-a logo. Entro no carro e faço todo o caminho até em casa assim, tentando me decidir se eu exagerei ou não, e agradecendo pelo refeitório que estava vazio, assim ninguém presenciou meu "espetáculo".
O que vocês acham? Será que Angel exagerou?
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Welcome to LA | C.D.
Fanfiction"Assim que percebo quem é, meu coração parece parar de bater. Acabo ficando super nervosa pela presença dele. Não pelo fato dele ser Cameron Dallas, o famoso viner e ator; ou por ele ser um dos meninos mais atraentes que eu já vi. Fico nervosa por s...