37 | Manu

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Cá estou eu, um ano e meio depois da minha última atualização. Com o tempo, escrever essa fic não fazia mais tanto sentido para mim. Relendo ela, muita coisa na escrita e na história não me agrada. Entretanto, essa foi a primeira que escrevi e teve um grande papel no amadurecimento da minha escrita e tive um reconhecimento que jamais imaginei acontecer. Então, decidi que, enquanto tiver uma única pessoa lendo, votando e comentando, eu estarei postando ela aqui. Eu devo isso à vocês. 

Então, aproveitem, porque WTLA está perto de seu fim. Mas vocês não vão se livrar de mim tao fácil. Continuarei postando outros livros meus aqui!

Aproveitem e chequem minha nova história! Se chama Dark Angel, e já tenho vários capítulos prontos para publicar aqui.Estou trabalhando nela tem bastante tempo e gosto muito dela.

...


-Prestem atenção, meninas!- A treinadora fala enquanto todas estamos sentadas no chão da quadra, escutando.- O campeonato nacional está quase chegando, e preciso saber que posso contar cem porcento com vocês. Se não me escutarem, estão fora. Não haverão segundas chances. Agora, para o chuveiro!- ela termina e solta um apito. 

Absorvo o que ela diz. 

Não tenho me dedicado o quanto sei que deveria, então meu desempenho tem estado abaixo do que sei que sou capaz. Todos os acontecimentos de ultimamente têm me distraído. Conhecer meus avós, a  gravidez e perda do bebê inesperadas de Manu, Cameron e a ida de e dos meninos... Aconteceu mais coisas nesses seis meses que estou aqui do que em dezoito anos de minha vida. 

Preciso focar nas minhas prioridades e conseguir uma bolsa numa boa universidade com o vôlei é uma delas. Fora que é uma boa para me distrair da falta que sinto de Cameron. Só de pensar nele, meu coração aperta um pouco. O fato de quase não conseguirmos nos falar não ajuda em nada.

Me levanto e faço meu caminho até o banheiro, mas não antes sem retribuir o olhar de ódio que Rachel me lança. Deus, como eu odeio essa menina. 

Quando finalmente chego em casa, encontro Larissa e Kelly sentadas na mesa da cozinha, comendo uma fatia de torta que parece ser de chocolate. 

-Olá, querida! Como foi o treino?- ela pergunta e cumprimento as duas com um beijo na bochecha.

-Puxado, nosso primeiro jogo já é depois de amanhã- suspiro.- Como está ela?

-Acho que melhor. Pelo menos ela desceu para almoçar- Larissa fala, enquanto Kelly olha para baixo, pensativa.  

-Angel, será que você poderia tentar falar com ela? Já se passou uma semana, o médico liberou ela para voltar para a escola e acho que se distrair iria fazer bem para ela...

Olho para Kelly. Sua expressão é de dor.  Não consigo imaginar como deve ter sido para ela não estar presente durante o que Manu passou. Mas, pelo menos, ela tem estado aqui. Kelly tirou uma licença do trabalho depois que Manu perdeu o bebê, prometendo que iria voltar apenas quando ela estivesse bem. Mas ela não tem estado nada bem. 

-Claro- assinto.- Vem comigo?- pergunto para Larissa.

Nós duas fazemos o caminho até o quarto de minha irmã e suspiro quando chego na porta, entrando em seguida.

Manu se encontra deitada em sua cama, dormindo.

-Manu?- chamo por ela, sentando em sua cama. Faço carinho em seus cabelos, para ela acordar. Larissa permanece em pé, ao lado da porta, nos observando. - Vamos lá para baixo, por favor- peço.

-Não quero, prefiro ficar aqui- ela responde virando para o outro lado da cama.

-Olha para mim- peço, e ela faz. Consigo ver seus olhos vermelhos de chorar.- Se lembra alguns meses atrás, quando a situação era o inverso? Eu estava na minha cama, deprimida, e não queria sair por nada. Você foi quem tentou a todo custo me fazer melhorar, lembra?- Pergunto e seus olhos marejam.

Larissa se aproxima, sentando na cama junto conosco, e pega a mão de Manu, para mostrar que também está lá para ela.

-Suas palavras foram duras, Manu, mas você sabia que eu precisava ouvir aquilo. Agora, quem precisa ouvir é você. Tem uma semana. Eu não estou tentando diminuir sua dor, nem posso dizer que sei pelo que você está passando. Eu não posso imaginar o que é passar o que você passou, mas é meu dever tirar você desse buraco em que está afundando.

Tento ao máximo me segurar para não chorar, mas é difícil quando ela e Larissa já se encontram com os olhos cheios de lágrimas.

-Eu não sei o que é perder um filho, mas sei como é perder uma mãe. Eu garanto a você: tenho certeza que nunca irá parar de doer. Mas essa dor que você está sentindo, vai diminuir, eu prometo. Mas, para isso, você precisa se esforçar também. Ficar trancada no seu quarto não vai ajudar em nada. Se você não começar agora, não vai nunca, pois nunca irá parecer que é a hora.

-Nós estamos aqui para você, Manu. Eu sei que não deve estar sendo fácil para vocês sem os meninos aqui e, acreditem, eu sinto falta deles também. -Larissa fala, dando um sorriso-A gente precisa uma das outras- ela completa, pegando em minha mão também, e eu sorrio. Nesse pouco tempo, Larissa também se tornou uma irmã para mim.

Manu se senta na cama e nos envolve em um abraço.

-Obrigada, meninas, Não sei o que seria de mim sem vocês aqui- Manu, fala, enxugando a lágrima que escorria em seu rosto.

-Eu sei! Nada!- Larissa fala e nós rimos.- Mas é sério, eu sei do que a gente está precisando: de uma boa noite das garotas!

-Não sei, não me sinto no clima para isso- Manu fala.

-Mas eu estou! Já está bom de murmurar pela falta de Cameron aqui, preciso me divertir. E ficar bêbada- rio. -E você vem conosco- falo para Manu.

-Além disso, preciso aproveitar o máximo vocês. Não falta muito para eu ter que voltar para o Brasil- Larissa fala.

Passamos o resto da tarde no quarto de Manu, comendo pipoca e assistindo filmes de terror. Tudo o que eu queria era congelar esse momento na minha memória. 


Welcome to LA | C.D.Onde histórias criam vida. Descubra agora