Precisava fazer isso

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Dia seguinte ao da balada

Cody passou a noite inteira aqui comigo, saiu quando eram seis horas da manhã para que minha mãe não pudesse ver. Minha mãe não liga se Cody dormisse aqui, mas iria ficar toda iludida achando que estávamos tendo alguma coisa, e definitivamente isso não vai acontecer.

O sonho de dona Clarice é me ver namorando com ele, segundo ela Cody é perfeito para mim, mas isso é ridículo! Não passamos de melhores amigos.

– Onde você estava ontem à noite Melissa? – Jeniffer perguntou assim que pisei os pés na escola.

– Bom dia, estou bem e você? – ironizei recebendo um olhar de reprovação da mesma – Fui à uma festa com Cody, quer dizer, não literalmente com ele, ele foi com Louren, e eu com Brandon... – dei de ombros observando a boca de Jeniffer se transformar num sorriso malicioso – Nem começa!

– Como assim saiu com o Hayes e não me contou? – ela disse pausadamente enquanto tentava me alcançar, pois eu estava andando rápido na tentativa de fugir de toda essa cena.

– Não sei se você se lembra, mas seu mundo agora é o Boyd, há tempos você não conversa comigo... Afinal o que tá fazendo aqui conversando comigo? Brigou com ele? – cruzei os braços em frente ao peito com a sobrancelha esquerda arqueada, vendo Jeniffer arregalar os olhos.

– Nossa Mel, que grosseria! – revirei os olhos impaciente – Pra falar a verdade brigamos sim, e eu estou muito triste.

– Nossa que surpresa! – sorri sínica – Então vá procurar outra pessoa pra poder te ajudar com isso, eu estou fora disso. Cansei de só servir pra você quando está sozinha, reveja suas atitudes e depois fala comigo. – saí pisando duro dali, estava tão estressada que não notei quando passei por Cody que estava atracado com uma loira, voltei onde ele estava e o puxei pelo braço recebendo uma cara de indignação da loira.

– Você não cansa de estragar meus esquemas não Melissa? – ele bufou impaciente.

– Cala a boca, te fiz um favor! Essa garota é mais rodada que peão, me poupe. – suspirei estressada.

– Você não tem respeito não garota? Eu estava com ele primeiro. – a loira disse autoritária e eu gargalhei.

– Obrigada pelo livramento, te amo! – Cody sussurrou. Ele odeia garotas que acham que são donas dele, exceto por mim, que mando e desmando nele, ele só não sabe disso. – Sabe o que é? Teve uns problemas e eu tenho que resolver tá? Desculpa aí, tchau. – Cody acenou para a garota e saiu me puxando corredor a fora. – Ficou sabendo da Jeniffer e Boyd?

– Não a história inteira, só sei que eles brigaram. – dei de ombros enquanto caminhávamos rumo ao banco debaixo de uma árvore na lateral da escola – Por quê?

– Ele me disse que brigaram por causa da prima que chegou pra morar na casa dele, ciúmes.

–Jura? – Cody assentiu – Jeniffer às vezes ultrapassa o limite do ridículo. – disse negando com a cabeça. – Que se exploda, cansei dela só me procurar quando briga com Boyd, pessoas que trocam amizades por namoro não merecem meu respeito.

– Concordo, mas enfim... O que rolou de verdade entre você e o Brad? – ele perguntou antes de dar uma mordida na maçã que estava em minhas mãos.

– Adivinha? – apontei para mim e Cody gargalhou – Você sabe que eu não sei flertar, nem manter os flertes perto de mim, mas quem se importa? Eu tô bem sozinha. – dei de ombros e vi Cody franzir a testa desacreditado.

– Sei muito bem disso, mas se bater carência pode contar comigo. – ele deu uma piscadela o que me fez rir da cara dele.

Se não fossemos tão amigos, olhando assim, Cody seria um bom pretendente, nunca me dei tão bem quanto me dou com ele. Ele me trata como se eu fosse algo muito precioso, delicado, me trata com cuidado pra não me machucar, se importa até com o que eu sonhei.

Cody tem um brilho no olhar, tem alegria no falar, o mundo pode estar caindo, mas ele ainda acredita que tudo vai dar certo no final.

– No que tá pensando? – ele perguntou interrompendo minha breve análise sobre o mesmo.

– Nada... – sorri tímida e ele franziu a testa confuso – Te amo – sorri e pulei para o colo dele o abraçando, e neste instante, pela primeira vez, vi Cody Christian sem reação, mas logo sorriu abertamente e me abraçou como costuma fazer: quase me guardar dentro dele.

– Tá a fim de matar aula hoje? – ele perguntou malicioso assim que terminamos o momento melancólico.

– Minha mãe me mata...

– Melissa, é o nosso último ano na escola, você tem que sair da escola com estilo.

– E sair com estilo é matando aula? – questionei e ele assentiu – Que mentira esfarrapada! – dei um tapa em seu braço e ele gargalhou.

– Vamos? A gente vai lá pra casa e fica fazendo vários nadas. – Cody disse divertido.

– Certo, vamos!

***

Chegamos na casa dele, e fomos direto para cozinha comer alguma coisa, e tia Clarie, secretária que trabalha na casa deles, fez waffles com mel.

– Aprendi uma música no piano, vem ver. – dei uma última mordida no waffles, lavei meu prato e subimos para o andar de cima da casa dele, onde ficava a segunda sala de estar. – Senta aqui do meu lado. – Cody indicou um espaço no banquinho do piano e eu me sentei. (se quiserem colocar a música pra tocar, está no final do capítulo.) – Feeling used, but I'm still missing you and I can't see the end of this, just wanna feel your kiss against my lips and now, all this time is passing by but I still can't seem to tell you why it hurts me every time I see you, realize how much I need you... – Cody deu uma pausa e olhou pra mim sorrindo me encorajando a cantar junto com ele – I hate you I love you, I hate that I love you, don't want to, but I can't put nobody else above you. I hate you I love you, I hate that I love you, you want her, you need her, and I'll never be her... – Sorrimos um para o outro e ficamos no encarando por um longo tempo, até Cody colar nossas testas e me beijar delicadamente. Ao percebermos o ato nos separamos rapidamente. – Desculpe, mas juro que precisava fazer isso.

Eu perdi vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora