Perfeito

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Markus POV

*** 06:00h ***

Tinha acabado de chegar a Sidney, quando sem crer lembro -me da Maya. A mulher da qual eu estive a namorar durante cinco anos. O nosso relacionamento tinha acabado a uns três anos atrás, acho eu…

E acabou porque eu já não aguentava mais aquele sufocante ciúme. E por essa mesma razão tinha perdido por completo a minha liberdade de escolha, e o privilegiado sentimento da felicidade.

Entretanto depois de inúmeras tentativas, fui-me embora de vez. Inventando uma desculpa de meia tigela, dizendo-lhe que só iria a uma viagem de trabalho.

E como era de esperar nunca mais apareci e nem quis dar-lhe satisfações de tal.

Bem, eu tenho a perfeita noção de que fui horrível ao ter-lhe feito o que fiz, mas  o quê que eu poderia fazer com ela depois de saber que tinha um leque de opções tão restritivo?

Porém, se fosse para ter algo com ela agora, neste exato momento, eu não teria problemas com isso, mas eu sei que ela nunca me perdoará por tudo aquilo que lhe fiz passar…

No entanto, enquanto andava de táxi até ao hotel tive a excelente ideia de mais tarde ir-lhe fazer uma visita surpresa!

Agora só falta saber qual será a reação dela… não é mesmo?!

***. 14:50 ***

Enquanto caminho até a minha antiga rua, com um enorme ramo de flores nas mãos, sinto-me nervoso e fico a pensar nas mil e uma reações que ela poderá ter ao me ver.

Finalmente frente a frente à porta que me levava de volta ao encontro do meu passado...

Suspiro e por fim toco a campainha.

Ainda de sorriso no rosto espero ansiosamente pela abertura da porta. Distraído, só mais tarde reparo que já se tinham passado cinco minutos.

Será que ela não está em casa?

Retiro a chave sobressalente, que tinha deixado escondida num tijolo junto ao portão.

Abro a porta, e reparo que todo o resto continuava igual.

Tudo no seu lugar de costume. O mesmo cheiro, o mesmo ambiente. Era como se o tempo parasse de vez, e que de maneira nenhuma se atrevera  de tal ousadia de murchar ou mesmo estragar cada recanto desta moradia.

Não encontro ninguém, no andar de baixo. Nem escudo algum ruído dentro de casa.

Ahm, será que espero por ela cá dentro ou lá fora?

Não. Deixa estar, passo por cá noutro dia, mas antes de ir -me embora, vou deixar-lhe este ramo junto com um bilhete por cima da sua cama.

Subo às escadas, e quando menos espero encontro a Maya caída no chão!

Abismado, tento negar para comigo mesmo este cenário aterrador.

O quê que aconteceu meu Deus?!

Corro até ao corpo estendido e arrisco-me a despertá-la.

-Maya! - Chamo-a desesperado. - Acorda por favor!

Os seus lindos olhos castanhos brilhavam, com um cintilar nunca antes vistos por mim.

Todavia tinha a pura consciência de que aquilo não duraria por muito mais tempo…

-Markus.- Balbucia o meu nome com dificuldades enquanto lhe escorriam lágrimas pelo seu pálido rosto.

- O quê que tu fizeste Maya? -Pergunto preocupado.

Ela não me responde. Somente só se reduzira a dar-me um breve sorriso.

Reparo na lâmina de comprimidos por cima da cama, e na garrafa de Whisky vazia no chão…

-Maya, por favor fica comigo. - Abano o seu corpo. - Não adormeças… - A minha voz finalmente falha. - Isto não me pode estar a acontecer. - Digo ainda chocado.

Retiro o meu telemóvel do bolso e logo telefono para uma ambulância.

E assim que desligo à chamada, olho para ela e noto que mesmo com os olhos abertos ela já não respirava...

Ela já não respirava!

Choro como um louco pela minha perda, mas isso já não valia de nada.

Até então era difícil acreditar, que a Maya tinha morrido nos meus braços.

Porquê que eu fui tão estúpido ao ponto de abandoná-la?

Porquê?

Ainda desconsolado e incrédulo, deito o seu corpo na cama, e de seguida deito-me ao seu lado.

-Perdoa-me Maya.- Digo-lhe ao sentir-me péssimo comigo mesmo.   

Fim

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Espero que tenham gostado de vivenciar esta experiência com Maya.
Porém, a minha única preocupação neste momento é saber como é que vocês agora estão.
Mais precisamente : psicologicamente...
Foi muito forte?
Se tiverem perguntas, estejam à vontade!
Hoje finalizo uma obra, sempre confiante, desde o iniciode que tudo daria certo para que este dia chegasse.
Orgulhosa de mim mesma e de vocês também!
Conselho: Não vale a pena desejarem a Morte sempre que algo vos corre menos bem, porque infelizmente ela não costuma bater à porta mais do que uma vez.
Uma boa continuação de semana para todos vocês!

Daqui  vos escreve com muito amor Ruby Platten!   ❤


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