Com muito esforço, consegui acompanhar o Alce até chegarmos na Grande Árvore de pedra. Ele buscou mais uma vez e sumiu.
— Espero saber o que estou fazendo. — Disse comigo mesmo.
Ao chegar lá, mais dúvidas surgiram na minha mente e a que mais me perturbava era: O que eu devia fazer.
E a primeira coisa que veio à cabeça foi abrir o livro.
Quando o fiz, notei que ele estava brilhando muito mais em uma coloração avermelhada é com apenas escrito um texto em que Thor dizia...
— Eh... Vamos ver... — Eu estava começando a me sentir estranho com o que ia fazer mas, como estava sozinho, continuei. — Grande árvore, me conceda a sua magia, o seu poder e revele o caminho correto. Óh, Grande Yggdrasil, me leve até Asgard!
O mesmo barulho de vento forte se iniciou, o livro começou a ficar mais quente e a árvore parecia acompanhar a lua brilhando de vermelho, depois olhei para o céu e da própria lua parecia descer uma explosão de cores de arco-íris e entrou do buraco de cima da árvore até a parte oca de dentro, onde só se dava para ver aquela luz colorida.
Estendi a minha mão lentamente para dentro do tronco para ver se era seguro e, certamente, parecia ser.
— Bom, espero que eu esteja vivo amanhã. — Respirei fundo antes de decidir o que fazer. — Aqui vou eu!
E entrei na direção daquela luz de olhos fechados. Tudo o que sentir foi uma forte sensação de estar caindo e é um forte enjoo. Não sabia o que estava acontecendo, só sei que eu gritava muito, igual uma garotinha é depois de um tempo, senti uma forte dor na cabeça me fazendo desmaiar...
***
Eu acordei com algo cutucando a minha cabeça. Abri meus olhos e era o mesmo alce branco e gigante que tentei caçar. Ele bufava e fazia sons estranhos tentando me acordar.
— Está bem, já estou levantando!
Achei que nada daquilo que ocorreu fosse verdade, mas mudei de opinião quando sai de dentro da árvore.
Eu me engasguei ao ver a imagem mais surpreendente da minha vida: Eu via cadeias de montanhas ao norte de várias cores e florestas imensas se estendiam por imensos vales. Ao oeste, havia montanhas e vulcões que pareciam estar sempre em erupção. Ao leste havia uma floresta muito maior que a do Norte, porém, nesse havia uma Cachoeira que se estendia por todo lugar e parecia nunca acabar, até um pequeno Lago se formava à minha frente com as suas águas.
Comecei a correr e explorar os locais que parecia fazer com que eu estivesse andando em um imenso Jardim que brilhava com várias cores deslumbrantes. Ao olhar para o céu, eu notei algo que me deixou de queixo caído: A lua vermelha estava tão próxima que parecia que poderia tocá-la e a que me surpreendeu mais foi a árvore de pedra que, agora estava tão alta quanto podia imaginar e no seu topo não possuía aquele vazio e galhos secos mas... o próprio Planeta Terra, isso mesmo, eu via a Terra de cabeça para baixo presa às raízes da árvore que parecia fazer ligação com este lugar onde estava...
Onde estava? Onde é que estou? Perguntei para mim mesmo. Eu pretendi me beliscar para ver se estava sonhando mas, aquilo doeu muito. Neste momento, prestei atenção para mim mesmo e notei que não estava usando mais as minhas roupas normais. Estava usando um casaco vermelho bem brilhante com alguns adornos e desenhos de um alce dourado. Nesta hora eu apontei para o desenho e perguntei para a criatura que estava apenas me olhando:
— Este é você?
Mas ele apenas bufou como se dissesse: "Dãh"
Eu também estava usando uma calça azul escura e botas de couro. Apenas meu arco-flecha e meu livro continuaram comigo.
Olhei o meu reflexo no lago e meus cabelos estavam bagunçado e meio caído no meu rosto, quando tentei ajeitá-lo, ele voltou para onde estava, então não tive escolha a não ser deixá-lo aonde está.
Olhei para o animal que estava comendo uma flor azul.
— Eu sei que você me entende. — Eu disse confiante mas, não era verdade. — Pode me mostrar algo mais surpreendente?
Eu não sei se ele entendeu porque, em vez de me guiar como fez antes, ele simplesmente soltou um berro bastante alto e sumiu. Antes de eu perguntar o que estava acontecendo, escutei um grito de alguma fera que me parecia muito hostil. Olhei para todos os lados para ver onde ele estava mas, não o encontrei, então resolvi olhar para cima e bem ali, muito longe de mim, estava um imenso pássaro vermelho que aprecia se aproximar cada vez mais. Mas cada vez que ele chegava perto eu começavam a perceber que ele, na Verdade era...
— Um Dragão!? — Disse eu com espanto enquanto olhava para o imenso réptil que pousou à minha frente, dentro do lago sem mostrar nenhuma importância.
— Um Mortal, de Midgard? — Perguntou ele, mexendo a sua boca perfeitamente com cada palavra que saia dele exata.
Eu apenas encarava aquela bela criatura, pois, não sabia se devia estar assustado ou maravilhado.
Ele possuía uma cor dourada meio escura e em vez de escamas, a sua pele era uma couraça dura. Seus olhos eram cor de fogo do tamanho de minha cabeça e eles pareciam estar me ameaçando é ele devia ter uns vinte metros de comprimento.
— Você não me parece grande coisa... — Continuou ele. — Porém, vejo magia em você, uma magia muito misteriosa. Então terei que te destruir agora enquanto é apenas um inseto!
Ao ouvir aquilo, os meus sentidos se apuraram e a primeira coisa que eu fiz foi me abaixar para me desviar de uma mordida, que com certeza se ele me pegasse, seria engolido de uma só vez.
Tentei correr na direção oposta mas, com um só pulo, o imenso Dragão parou na minha frente.
— Você não vai escapar, Mortal! — Disse ele com um tom mais alarmante. — Não de mim!
Ele abriu sua boca gigante e percebi que ela estava se enchendo com uma luz vermelha. Percebi tarde demais que aquilo era fogo antes de ele cuspir tudo para fora. A única coisa que pude fazer foi fechar meus Olhos e esperar pelo pior, porém, nada aconteceu. Ao abrir os olhos, percebi que não estava mais sozinho com aquele monstro mas, havia uma pessoa à minha frente segurando uma espécie de escudo que, com certeza, devia ter desviado o fogo. Quando prestei mais atenção, vi que esta pessoa era uma garota com vestes de guerreira.
— Quem lhe deu permissão para interferir, menininha? — Perguntou o réptil, o que deixou a garota zangada.
— E quem lhe deu permissão para andar por aqui, sua fera maldita? — Respondeu a menina de volta, com mais rigidez. — Saiba que meu pai lhe proibiu de passar por perto de Yggdrasil! Ainda mais, era para você está em Niflheim!
O Dragão riu.
— Aquele lugar é muito frio e também, o velho do seu pai nem sequer pode sair do lugar, está quase morrendo, ele...
— Basta! — Ela gritou tão alto que até eu tentei ficar mais quieto e sua roupa brilhou em cor de Prata a deixando mais intimidadora.
— Olha aqui, garotinha. Você não tem poder suficiente para me derrotar, e seu pai já está em suas últimas horas de vida e... principalmente, não podemos deixar de lado... o "grande dia" se aproxima, não podemos deixar de lado qualquer banquete, não é mesmo?
— Ele não é banquete — Dessa vez, ela olhou para mim como se eu fosse algo importante. —, ele está comigo!
Os dois apenas se encararam em una discussão silenciosa, no que pareceu que a garota ganhou.
— Muito bem, então. — Disse o monstro desistindo. — Mas saiba, que quando o "Grande Dia" chegar, nem você, nem este garoto e nem o Pai de Todos serão poupados do meu fogo!
E assim, com um grito de ferir os ouvidos, a incrível criatura alada partiu para bem longe, ao noroeste, para as montanhas de gelo.
A garota suspirou de alívio e olhou para mim.
Seus olhos eram dourados assim como seus cabelos que eram longos e caídos até os ombros . Sua pele era um pouco branca e seu sorriso muito caloroso. Ela vestia uma camisa branca com adornos prateados, possuía um cordão de ouro em seu pescoço, usava calça cinza e sapatos pretos. Em seu braço esquerdo havia um escudo prateado que emitia uma luz estranha e nele também havia um desenho de um alce mas, quando ela o sacudiu ele tinha desaparecido.
— Você está bem? — Perguntou ela em um tom mais acolhedor.
Eu apenas assenti.
— Espero que não se importe com os habitantes deste lugar, alguns podem ser bastante nervosos. — Ela começou a se esticar como se estivesse a vontade, se ajoelhou perto do lago e lavou o rosto.
— Você sabe que lugar é este? — Eu perguntei, e fim.
— Sei! — Disse ela como se aquilo respondesse tudo.
Eu esperei ela dizer mais alguma coisa mas, ela permaneceu em silêncio se lavando.
— Está bem, que lugar é este?
—Aqui é Asgard! O principal Reino de todos os nove reinos. Lar de Odin e... — Ela se interrompeu, e levantou andando em minha direção. — Não me faça dizer todas aquelas bobagens, isso é com meu pai.
Eu esperei um pouco para assimilar tudo.
— Nove reinos? — Continuei e depois apontei para a árvore. — Quer dizer que aquele negócio estranho...
— Não diga isso... Aquela árvore é a Yggdrasil, o Portal de Pedra. Mas chega de conversa. Venha! — Ela ordenou e segurou em minha mão, o que me deixou um pouco sem graça. — Você precisa conhecer meu pai!
Depois ela apontou para o Sul, onde eu não tinha reparado antes. Notei que lá havia uma floresta imensa e bem no meio dela, havia uma imensa estátua de madeira em forma de homem.
—Quem é seu pai... ? Não, quem é você?
Ela olhou para mim como se eu fosse tonto, te virou os olhos e respondeu:
—Eu sou Sherishe...
— Xêrixe? — Perguntei tentando traduzir.
— E eu sou filha de Odin, o Pai de todos!Espero que tenham gostando, até a próxima.
Tchau!!! ;)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Yggdrasil: O Portal de Pedra
FantasíaO mundo real, o lugar mais chato que já existiu e ainda existe. Por que não há um mundo em que seres mitológicos se encontram por todos os lados? Por que temos que viver em um lugar tão sem graça como este mundo? Sem magia, sem mistérios, tão sem gr...