Capítulo 04 - Invasão de privacidade

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Por algum motivo acordei assustada. Meu coração estava ligeiramente acelerado.

Tinha começado a cochilar há mais ou menos uma hora atrás enquanto mexia no notebook e ao contrário do que pensei, consegui dormir um pouco.

Me levantei, lavei o rosto e desci as escadas, a casa se encontrava silenciosa demais.

Fui até a cozinha e preparei um sanduíche pra mim. Peguei um suco de laranja que havia na geladeira e fui pra sala ligando a TV em seguida.

Ouvi um pigarreear e Jean se sentou ao meu lado.

- Comendo no sofá? A minha mãe não vai gostar nada disso.

- Como se ela ligasse pra isso. - respondi dando uma mordida no sanduíche.

- Me dá um pedaço? - ele pediu.

- Não. - ele tentou pegar, afastei meus braços para que ele não alcançasse, era difícil deixar eu comer meu sanduíche em paz?

- Me dá.

- Não Jean. - neguei irredutível.

- Tudo bem então. - disse se levantando.

Sem que eu percebesse ele se aproximou por detrás do sofá, apoiando no mesmo e deu uma enorme mordida no meu sanduíche enquanto eu estava destraída prestando atenção na tv.

- Seu idiota. - xinguei com raiva.

- Se você soubesse dividir as coisas não precisaria que eu desse meu jeito. - deu uma piscadela com um sorriso sacana e se sentou novamente ao meu lado no sofá - Hum... Isso está bom. Bem que você poderia fazer um pra mim, maninha.

- Há Há, engraçadinho você, não?

Comecei a mudar de canal, procurando algo interessante na TV, completamente em vão.

- Apenas te fiz um pedido.

- Uhum. - murmurei - Não tem mais ninguém em casa?

- Não, nossos pais saíram, não sei pra onde.

- Hum... - murmurei - Vamos lá na casa da Isa, não tem nada pra fazer aqui.

Ele deu de ombros. Terminei de comer e de beber o suco e guardei meu copo na cozinha, peguei meu celular e seguimos pra casa da Isabella que é a uma quadra da minha.

- Eu acho que o Matt está a fim da Isa. - comentou do nada.

- O quê? Isso é sério? Tipo, sério mesmo? - perguntei espantada, ele nunca havia dado indícios disso, por isso a Isa dizia que nunca teria chances com ele.

- Acho que sim.

- Como assim, acha?

- Ele só falou dela algumas vezes, comentou do "jeitinho" - fez aspas com os dedos enquanto revirava os olhos - dela. Ele nunca falou de nenhuma menina comigo antes, não da maneira que falou dela.

- Ah. Enfim, chegamos. Parece que eu andei quilômetros. - disse sorrindo enquanto batia a campainha da casa da Isa.

E era verdade. Talvez pelo fato de eu ser muito sedentária, quando eu saio de casa para ir até a esquina eu já me canso. Acho que só de pensar em caminhar eu já me canso.

- Oi. - tia Ali disse animada enquanto abria a porta - Entrem. - deu espaço para que pudéssemos passar.

- Oi tia. - dei um beijo em sua bochecha - A Isa está por aí?

- Está lá em cima, podem subir. - sorriu.

Me virei e fiquei parecendo uma estátua no lugar. Um homem muito bem vestido, de terno e tudo, um garoto de mais ou menos minha idade - bonito até - aparentemente achando tudo tedioso e uma mulher muito bem vestida, até parecia que estava indo pra uma festa. Estavam todos conversando com o tio Nando. Me senti estupidamente burra por não ter trocado de roupa antes de vir, afinal, estava apenas com um short curto de malha e uma regata.

Considerávelmente IrmãosOnde histórias criam vida. Descubra agora