Capítulo 09 - Quanto errado isso pode ser?

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Jean narrando

Os caminhos da vida não vem rotulados como errados ou certos, você só saberá tal coisa quando chegar ao fim desse caminho; e talvez tenha como voltar, mas muitas vezes por preguiça, ou até mesmo por falta de vontade, preferimos continuar no caminho errado.

Também existem coisas na vida que deixamos de fazer por medo, por insegurança e na maioria das vezes por culpa dos "e se". E se não der certo? E se isso for errado? E se der algum problema? E se não for pra ser? E se eu me arrepender?; entre milhares de outros.

Os "e se" penetram nossa mente, nos colocam com dúvidas e na maioria das vezes faz-nos fazer coisas totalmente contrárias as que realmente queremos.

Mas também tem outras vezes, que fazemos as coisas sem pensar, por um imenso impulso misturado com uma imensa vontade e desejo. Essa mistura nos instiga a fazermos as coisas sem preocupações com as consequências que certos atos podem causar, sem nos preocupar se aquilo é certo ou errado, se aquilo vai trazer problemas, se aquilo vai atrapalhar alguma coisa ou simplesmente se aquilo pode destruir uma família. Ou seja, essa mistura não se importa nem um pouco com os "e se" que a vida coloca em nosso caminho.

E foi exatamente essa mistura de impulso com vontade e desejo que me levou à loucura de beijar Victória, exatamente sem me preocupar com absolutamente nada.

Mas na verdade eu não me importo se isso é uma loucura, afinal, pessoas loucas cometem loucuras, certo?

E eu não me arrependo. Pode ser que mais tarde eu o faça, mas nesse momento não. Céus, como eu poderia me arrepender? Se é como estar no Paraíso mesmo não sendo totalmente correspondido, imagina só se estivesse sendo. Paraíso não seria uma palavra boa o suficiente para descrever, aliás, eu realmente não sei se existiria uma palavra boa o sufuciente para isso.

Mas todo o encanto acaba quando eu sou bruscamente empurrado para o lado, batendo minhas costas contra o chão frio. Desnecessário tanta brutalidade. De onde ela tirou forças mesmo?

- Que diabos você pensa que está fazendo? - Vick pergunta se levantando do colchão e passando o braço pela boca, parecendo realmente brava.

- Agora? Com uma pequena dorzinha nas costas por ter sido jogado bruscamente no chão frio.

Pensei seriamente em dar uma resposta correta, sem gracinhas ou ironias, mas o clima ficaria mais pesado do que ele já está.

- Jean, não seja idiota, por favor. Você sabe do que eu estou falando. Você estava mesmo... - abaixa o tom de voz, completando quase em um sussurro - Me beijando?

- Pensei que já tivesse feito isso antes Vick. - me levantei do chão, recebendo um olhar intimidador dela - O quê? Sério, eu realmente pensei que você já soubesse que o que acabamos de fazer foi nos beijar.

- O assunto é sério Jean, pare com as ironias por favor. E você fala isso na maior normalidade? " O que acabamos de fazer foi nos beijar" - faz aspas com os dedos, tentando imitar a minha voz. Sua imitação sai uma tragédia e me dá vontade de rir, mas eu me contenho, agora não é o momento certo para isso - E não! Nós não nos beijamos! Você, exclusivamente você, me beijou.

- Eu e você sabemos que uma pessoa não pode beijar sozinha Vick. Portanto, sim, nós, nos beijamos.

- Nós somos irmãos. - se sentou no sofá ao meu lado - Eu não queria isso. Você não podia ter feito isso.

- Não, nós não somos e você sabe disso. Por Deus, tira isso da sua cabeça!

- Você só pode ter bebido, fumado, ou qualquer coisa do tipo. Ou então você ficou maluco de vez. O que deu em você hein? Colocou o pouco juízo que você tinha em um pote e mandou na mala dos nossos pais para longe com eles? Meu Deus, Jean, se os nossos pais soubessem... Oh... - interrompo-a, antes que comece o seu discurso.

Considerávelmente IrmãosOnde histórias criam vida. Descubra agora