Quebrando a máscara

2 A primeira quebra 2

Sehun tinha-se adaptado bem a esta nova escola. Era bastante sociável e fez amizades rapidamente. Integrou-se bem, mas, infelizmente para Baekhyun, num grupo diferente. Baekhyun tentou várias vezes aproximar-se do mais novo, mas sempre sem sucesso. Desde que a professora o tinha apresentado na aula que queria ter-se apresentado. Queria ter-lhe mostrado a escola e falado com ele e todo o tipo de coisas. E depois quem sabe: livrar-se do Chanyeol, daquelas amizades falsas e de todo aquele mundo que não lhe pertencia. Mas isto tudo não passou de pensamento. Ou era porque o seu grupo de amigos o chamava, ou porque alguém falava com Sehun no momento, nunca conseguia. Olhava tanto para ele pensando em como o abordar, em como quebrar o gelo, que se perdia com um olhar sonhador.

Chanyeol começou a notar nestes olhares constantes e apesar de não sentir muitos ciúmes, incomodava-o que alguém pensasse que Baekhyun o traía. Começou a espalhar rumores e sempre que o via comentava com os amigos o quão estranho lhe parecia. Formulou todo o tipo de histórias sobre o porquê de Sehun ter abandonado a escola anterior. Rapidamente estas se espalharam e todos começaram a olhar diferentemente para o rapaz novo.

Com isto foi ainda mais complicado aproximar-se, porque agora todos reparavam em quem estava junto dele e Baekhyun não se podia dar ao luxo de quebrar a sua máscara, ganha com muito esforço. Sehun parecia-lhe agora um sonho fugidio e cada vez mais impossível de alcançar.
Baekhyun todos os dias almoçava na cantina como a maioria dos estudantes. Almoçava numa mesa muito comprida onde se sentavam todos os miúdos mais conhecidos. Ele sentava-se no meio e todos se queriam sentar com ele. Todos queriam falar com ele e estar com ele. A toda a hora! Era enervante e esgotante às vezes. Por isso antes de começar o período de tarde ia para a sala, para ter um tempo sozinho. Gostava de lá estar com os estores meio fechados. A luz difusa e esparsa e o ambiente calmo pós almoço eram ideias para relaxar um pouco e limpar a alma.

Chegou à sala e sentou-se numa cadeira junto a uma janela. Pôs os headphones com uma música calma a tocar no telemóvel e deixou-se ficar. Acalmou-se e estando bastante cansado começou a adormecer. De repente sentiu alguém soprar-lhe no pescoço. Assustou-se e saltou na cadeira. Voltou-se com os olhos muito abertos e viu um sorriso matreiro por debaixo de uma franja loira. Era adorável e rapidamente passou de modo de ataque para modo embaraçado. Atrapalhado consigo disse:

- Então? Que foi isso?
- Tens um pescoço tão bonito... - disse o mais novo, sorrindo.
- Porque é que estás aqui?! - sem saber o que responder, começou a corar.
- Oh, desculpa hyung... queres que eu vá? - meio triste começou a levantar-se, quano Baekhyun, impedindo-o, o agarrou pelo pulso. - Não... não vás. Por favor - pediu suavemente, suplicando com os seus olhos de cachorro.
- Ah quer dizer, também não é preciso isso. Podes ficar. - respirou fundo e tentou recompor a máscara.
- Sou o Oh Sehun e tu és o Byun Baekhyun, certo? És o namorado do Chanyeol não é?
- Sim, o que tem?
- Podes pedir-lhe para parar de espalhar rumores sobre mim? Sim sou gay, mas nunca fiz metade daquilo que ele diz!! Não percebo porque é que ele diz aquelas coisas. Nem o conheço...
- Oh ele é um bocado parvo...
- QUEM É QUE É PARVO?!

Na porta da sala estava a origem daquele grito: um Chanyeol muito zangado e vermelho, rodeado pela turma inteira.