O que fazer? - capítulo 14

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~Narração por Leonardo~

Hoje é domingo, acordei muito bem pela manhã, não vi o lindo rosto de Clara, mas ao menos me deliciei com as lembranças de sexta a noite e o dia de sábado. Clara é uma boa pessoa, linda e gentil, eu gosto dela. Ás vezes não sei como a tratar, pois nunca gostei de alguém desta forma, nunca tive que me preocupar como devo agir ou tratar alguém, mas acho que não fiz nada de errado, estamos indo bem.

Agora pela manhã apenas tomei meu café e fiquei no meu quarto pensando em algumas coisas. Eu estou me envolvendo com Clara, digo isto por tudo que rolou entre nós nos últimos dias, só não sei o que pensar disso, nós éramos amigos mas parece que está tudo indo além da amizade, não que seja ruim, mas isso me deixa nervoso. Eu mato pessoas por diversão, não sei se Clara iria aprovar isso, eu deveria contá-la? Não sei o que fazer, nós não temos nada estável ou mesmo um compromisso para que eu me sinta mal por esconder algo, porém de alguma forma sinto que devo dizer à ela, mas não faço idéia de como ela irá agir, isso me deixa inseguro.

A porta do quarto se abre, me despertando de meus devaneios. Através da brecha de porta aberta posso observar os olhos verdes e cabelo castanho da mulher que se encontra ali.

- Chegamos, filho. - ela anuncia.

- Estou vendo. Poderia aprender a bater na porta? - digo rudimente, eu realmente não me importo com ela e detesto quando abrem a porta do meu quarto sem antes bater - deseja alguma coisa? - perguntei impaciente.

- Desculpa, só vim avisar que cheguei mesmo. - ela fecha a porta novamente me deixando sozinho.

Eu estava deitado tranquilamente até o momento em que meu celular toca e na tela aparece "número desconhecido", sem cogitar a idéia de quem fosse atendi.

~Ligação on~

- Oi?

- Leonardo, você está sendo convocado pelo chefe a uma tarefa. - a pessoa com voz masculina e grossa diz do outro lado da linha, o que me provoca risos, não se é todos os dias que alguém te liga dizendo esse tipo de coisa.

- Como? - pergunto em meio a risada.

- Você deve um favor ao chefe e caso não o faça, não hesitarei em te matar moleque. - ele diz elevando o tom de voz, fico sério.

- Ta, o que quer? - eu realmente não estou afim de brincar disso agora.

- Apareça na praça às 14:30, vou te pegar lá. - ele diz e sem aguardar uma resposta, desliga.

~Ligação off~

Merda, merda, merda.. digo repetidamente em meus pensamentos abominando a idéia de ter que prestar serviços àquele imprestável.

☆☆☆

- Olá, jovem Leonardo. Até que enfim resolveu aparecer. - diz o mesmo velho gordo que eu vira da primeira vez em que estive neste local.

- O que quer? - pergunto impaciente, já que não faço idéia do que vim fazer aqui.

- Preciso de você para um serviço, até porque me deve isto. - ele diz após tragar o cigarro que se encontra em sua mão - eu preciso que invada a casa de um cara e pegue alguns papéis que me pertencem. Não só quero que os pegue mas também que mate Michael Stokes, ele interferiu em muitos negócios meus, já chega de me atrapalhar. - ele diz calmamente.

- Por que eu? Você tem muitos cachorrinhos, mande eles. - digo encostando-me na parede.

- Não quero colocar nenhum de meus homens neste serviço, além de estarem marcados pela segurança do local, seria arriscar, pois alguns dos seguranças de Michael logo deduziriam que poderia ser um dos meus, mas como você é o novo rostinho daqui pode passar despercebido. - O velho diz andando a passos lentos de um lado à outro.

- Não quero me envolver muito entre vocês, o trato será este serviço e nada mais. Está certo? - digo sério. O velho solta gargalhadas.

- Como preferir, Senhor Leonardo. - ele diz estendendo a mão para que eu a aperte, olho para sua mão mas não me movo, o deixando com a mão estendida.

- O que tenho que fazer? - pergunto, ele guarda a mão no bolso da calça e anda para o lado novamente.

- Você vai desfarçado de entregador, irá entrar pela porta da frente da casa de Michael e entregará a encomenda que eu preparei, você dará um jeito de entrar no quarto de segurança dele que vou te orientar em como chegar por meio de uma escuta - ele me entrega o pequeno aparelho e eu o guardo no bolso - fará isso daqui a dois dias, esteja preparado. - ele da um sorriso falso e eu permaneço sério.

- Pode ser. - digo.

- Leven-o de volta. - o velho sinaliza para um dos seguranças e da as costas saindo do local.

Apaixonada por um psicopataOnde histórias criam vida. Descubra agora