- Tudo bem - Digo enquanto me olho no espelho - eu consigo.- É Claro que você consegue - diz Rafael deitado em minha cama - vai da tudo certo ok.
Hoje é véspera de natal, e sempre tem aquela palhaçada de amigo secreto aqui na minha casa, eu sempre ganho alguma que nunca vou usar. E hoje eu vou me assumir pra minha família e assumir Rafael como meu namorado. Sim, minha família não sabe, e eu estou muito nervoso.
- Cara se acalma, vem aqui e deita comigo - disse Rafael me puxando pelo braço.
Me deito do seu lado e lhe dou um beijo.
- Pelo menos minha irmã vai me ajudar - Digo.
Rafael olha pra mim espantado.
- Como é que é!? Ela sabe sobre nós?
- Sobre nós não - digo me levantando da cama - sobre mim
Ele senta ereto na cama. E eu volto para o espelho.
- Como ela descobriu? Você contou?
- Não - digo - você sabe que eu tenho um problema de falar enquanto eu durmo. Então ela disse que eu falei "Me beija gato".
Ele cai da cama e começa a rir descontroladamente.
- Me beija gato hahaha! - ele levanta me me abraça por trás - não sabia que você me amava tanto ao ponto de sonhar comigo.
Me viro e dou um soco no seu peito.
- Palhaço! - digo - Ah e não era você no meu sonho tá! Era aquele cara que fica na praia pra salvar pessoas que se afogam por serem teimosas de mais sabendo que não podem ir tão fundo.
- Você quer dizer o Salva-vidas!? - pergunta ele.
- É, ele mesmo - digo tirando a blusa para experimentar outra - e ele estava pelado. E olha, que dote! - faço o tamanho com minhas mãos.
- Talvez devêssemos chamar ele pra uma orgia - diz Rafael balançando a cabeça.
- É devíamos - digo enquanto coloco outra camisa.
- Ei! Eu tava brincando - diz ele me puxando pra cama, eu fico sentado em cima dele.
- Mas eu não - digo dando um beijo nele. As coisas estavam começando a esquentar quando escutamos...
- MENINOS VENHAM, JÁ VAMOS COMEÇAR! - minha Mãe grita lá de baixo.
Saio de cima dele e dou uma última olhada no espelho.
- Continuamos depois - digo já abrindo a porta - vamos logo antes que minha mãe chame a policia só porque demoramos dois minutos.
Descemos as escada e saímos na sala de estar onde tinha uma enorme árvore de natal, toda cheia de luzes e enfeites. E invés de uma estrela no topo tinha uma folha de maconha.
- Bem conceitual - Digo.
- Obrigada querido - Diz minha mãe tentando abrir um pacote de biscoitos.
Quase toda a família estava aqui, Nossa vai ser difícil, Penso.
- Não se preocupe - Diz Rafa como se tivesse lido meus pensamentos.
Todos se sentam nas poltronas e no sofá, eu e Rafa nos sentamos nos puff que tinha ali. A primeira pessoa que começou foi meu pai.
- Muito bem - diz ele procurando o presente de baixo da árvore - Meu amigo secreto e alguém que sempre que vem aqui na minha casa e acaba com toda a bebida antes da Hora.
Então todos gritaram.
- É o Roger !
Tio Roger. Meu Tio preferido, ele sempre dava os melhores presentes de Natal, mas também tinha um leve problema com bebidas.
Meu pai entrega o presente dele. Era um sapato, pelo menos ele gostou.
- Calem a boca - Diz Tio Roger - meu amigo secreto é alguém que todos gostam dele, e ele não tem papas na língua.
- É o Henrique! - todos gritaram.
Ótimo. Ele pega uma caixa grande pesada de baixo da árvore. Eu levanto e vou em sua direção.
- Puxa que pesado - digo pegando o presente.
- Abra!
Começo a rasga o papel que ainda embrulhava uma caixa. Quando eu abro não acredito no que vejo.
- Puta que pariu! - Digo - um Xbox one!
Caramba eu não sabia nem como reagir. Meus Deuses eu ganhei o melhor presente Ever.
- Ah, caramba, muito obrigado tio.
- você merece - diz ele indo sentar
Coloquei meu presente no puff perto de Rafael que já começa a bisbilhotar a caixa. Pego o meu presente que era um par de brincos muito caro que chega a doer na alma. Meu amigo secreto era minha prima esnobe. Kris.
- Meu amigo secreto não é ninguém importante, ninguém gosta dela, é sério, a Voz dela parece um rato com muita dor.
- Henrique... - diz minha mãe
- É verdade, mas tudo bem, eu tirei a Kris, e espero que você goste do presente porque se não vou te matar e fazer você usar no seu velório.
Todos riem. Ele pega o presente e pela cara acho que ela gostou.
Todos já aviam dado e recebidos presentes. E nossa! Que coisa chata.
Quando terminam nos reunimos na mesa para comer, mas antes meu pai começa a fazer um discurso.
No meio do discurso dele eu grito.
- Pai, ninguém se importa, a gente que comer!
Então ele se cala e nós atacamos a comida. Okay, chegou a hora. Me levanto da mesa e peço a atenção de todos.
- Bem, Família eu quero contar uma coisa para vocês - digo, minha irmã está sentada do meu lado e segura minha mão.
- O Henrique tá namorando, o Henrique tá namorando! - Canta meu priminho. Nessa hora de vontade de socar a cara dele.
- Bem, é isso mesmo - digo - eu estou namorando.
- Quem filho? - pergunta meu pai.
- Mãe, pai... Eu sou gay.
Um silêncio mortal está no ar.
- E eu estou na morando o Rafael - digo apontando em sua direção.
Nesse instante minha vó começa a ficar vermelha e a tossir bastante. Ele abre a boca como se não pudesse respirar.
- Oh meu Deus! Sua vó engasgou.
- Alguém ajuda!
- Levem ela pro hospital!
- Chamem uma ambulância!
- Ahhh!
Minha vó acabou se engasgando com que eu disse, talvez fosse um choque pra ele.
A ambulância chegou e há levou pro hospital. E nós fomos juntos no carro.
- Mas que noite heim - Diz minha irmã.
- Então tá tudo bem, mãe, pai? - pergunto - quer dizer por eu ser...
- Ainda vamos conversar Henrique. Mas agora você quase matou sua avó quando disse aquilo
Vou anotar isso na minha lista de "cagadas do Henrique"
Antes que eu pudesse dizer alguma coisa o celular da minha mãe toca. Ela faz silêncio e uma cara triste.
- A Dona Luiza acabou de falecer.
Eu matei minha avó, que legal.
- Pai... Podemos comer pizza?
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O Irreverente ( Romance gay )
Novela JuvenilHenrique é um garoto de 17 que mora na Califórnia com seus pais, avós e sua irmã mais velha. Ele é um garoto diferente dos outros pois ele fala tudo que vem na cabeça e vive a vida do modo que se sentir feliz e à vontade. Junto com seu namorado Rafa...