12 - Pretty Little Gays

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Todos ficamos em silêncio. POOW!

- Aahh - grita Ingrid - Gente o que foi isso?

- Será que tem algum animal querendo entrar e...

- AAHH! - grito interrompendo Rafael- eu vi alguém! Eu vi alguém!

Aponto para a janela. Mas já não havia ninguém.

- Meu Deus que cagaço - diz Ryan - tem alguém lá fora.

Todos estão juntos no chão da sala. Todos morrendo de medo. Se passa alguns minutos e todos em absoluto silêncio.

- Não escuto mais nada - diz Ed.

Todos concordam com a cabeça. Eu não estava com medo, apenas curioso para saber quem estava do lado de fora da casa.

- Eu vou nas janela - digo me levantando, mas Danni me puxa de volta.

- Tá doido?! - diz ela me dando um tapa na cabeça - você nunca viu filme de terror não? Quem sempre banca o curioso sempre morre!

- Eu vou tomar cuidado - digo me levantando novamente, nem mesmo Rafa me empede. Vou até a janela da cozinha e dou uma olhado para a floresta, depois para os arredores.

Quando volto Danni me puxa novamente.

- Eai? O que você viu?

- Não vi nada - digo - vou olhar pela janela da sala.

Me rastejo até a janela de vidro que fica ao lado da porta. Afasto a cortina. Vejo apenas a praia e nossa fogueira se apagando.

- Henrique volta logo pra cá - diz Danni baixinho - esse garoto que morrer.

Continuo observando quando vejo um homem com uma máscara preta cobrindo o rosto. Não fode. Ele anda até nossa fogueira e pega alguma coisa da areia. Um celular. O celular de Ingrid.

- Ingrid onde está seu celular? - digo desviando o olhar da janela.

- Não sei - diz ela pegando nos bolsos - Eu levai para a praia e... ai não, MEU CELULAR FICOU NA PRAIA!

- Eu sei - digo encarando-a - e o cara que tá lá fora acabou de acha-lo.

- O QUÊ?

- QUE CARA?

- TEM ALGUÉM LÁ FORA?

- VAI NOS MATAR!

- Mas que merda - diz Rafa quase gritando - Minha carteira também tava na praia.

- Porque você levou a carteira pra praia? - pergunto.

- Havia um esquero que usei pra ascender a fogueira dentro dela. A chave do carro também tava nela.

- Pronto - diz Danni levantando os braços - vamos todos morrer aqui.

Apenas olho na janela novamente. Nesse exato momento meu corpo gela. Ele estava a uns cinco metrôs de distância da janela. Me encarando.

Me jogo no chão fazendo a cortina cobrir a janela.

- Henrique o que houve? - pergunta Ryan.

- Ele me viu! Ele me viu.

- Calma - diz Rafa me abraçando - vou tirar a gente desse.

- Você vai fazer o que? - pergunta Carlos.

- Nossa gente Carlos ainda tá aqui? Nem lembrava mais que você existia - diz Danni. Todos a ignoram.

- Vou pegar a chave do carro.

Danni da um tapa na cabeça dele.

- Tá doido também? Nunca viu filme de terror não? Quem banca o herói sempre morre também

Todos concordam com a cabeça.

- Vamos chamar a polícia - falou Ryan. Todos encaram ele.

- Como não pensamos nisso antes? - diz Indrid.

- Vocês esqueceram? Aqui não tem sinal - diz Ed.

- Porra! Aí fode tudo né - diz Danni.

- Aí gente tô me sentindo em um episódio de Pretty Little Lier - digo.

Todos olham pra mim.

- Nada igual - diz Rafa.

- Tá mais pra Pretty little Gays - diz Danni.

- Foco galera! - diz Rafa - Ele não deve ter achado minha carteira, ficou debaixo do tronco quase enterrado na areia.

- E se ele estiver armado - digo ainda jogado no chão - quem vai me comprar bolo?

- Eu compro - diz Carlos, Rafa olha torto pra ele.

Ficamos uns três minutos pensado em uma maneira de sair dali, mesmo sendo só um cara todos tem medo de sair da casa.

- Acho que devemos apenas esperar aqui dentro e esperar amanhecer - diz Indrid

Todos concordamos. Ficamos mais uns cinco minutos jogados no chão da sala, então ouvimos um barulho nos fundos.

- Que barulho foi esse Jesus? - digo.

Carlos levanta.

- Vou olhar - Danni o puxa para o chão e diz.

- Tá doido é? Nunca assistiu filme de terror não? - diz ela - Sempre quem vai ver algo suspeito acaba morrendo.

Todos concordamos.

- Então vamos todos juntos - diz Indrid.

- Vamos morrer todos juntos né? - digo - Merda queria ser lembrado sozinho.

Levantamos e andamos tão devagar para a porta dos fundos que já estava me dando nos nervos. Quando chegamos lá, meu corpo gela. Não conseguia me mexer.

A porta estava aberta.


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⏰ Última atualização: Feb 22, 2018 ⏰

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O Irreverente ( Romance gay )Onde histórias criam vida. Descubra agora