Todos ficamos em silêncio. POOW!
- Aahh - grita Ingrid - Gente o que foi isso?
- Será que tem algum animal querendo entrar e...
- AAHH! - grito interrompendo Rafael- eu vi alguém! Eu vi alguém!
Aponto para a janela. Mas já não havia ninguém.
- Meu Deus que cagaço - diz Ryan - tem alguém lá fora.
Todos estão juntos no chão da sala. Todos morrendo de medo. Se passa alguns minutos e todos em absoluto silêncio.
- Não escuto mais nada - diz Ed.
Todos concordam com a cabeça. Eu não estava com medo, apenas curioso para saber quem estava do lado de fora da casa.
- Eu vou nas janela - digo me levantando, mas Danni me puxa de volta.
- Tá doido?! - diz ela me dando um tapa na cabeça - você nunca viu filme de terror não? Quem sempre banca o curioso sempre morre!
- Eu vou tomar cuidado - digo me levantando novamente, nem mesmo Rafa me empede. Vou até a janela da cozinha e dou uma olhado para a floresta, depois para os arredores.
Quando volto Danni me puxa novamente.
- Eai? O que você viu?
- Não vi nada - digo - vou olhar pela janela da sala.
Me rastejo até a janela de vidro que fica ao lado da porta. Afasto a cortina. Vejo apenas a praia e nossa fogueira se apagando.
- Henrique volta logo pra cá - diz Danni baixinho - esse garoto que morrer.
Continuo observando quando vejo um homem com uma máscara preta cobrindo o rosto. Não fode. Ele anda até nossa fogueira e pega alguma coisa da areia. Um celular. O celular de Ingrid.
- Ingrid onde está seu celular? - digo desviando o olhar da janela.
- Não sei - diz ela pegando nos bolsos - Eu levai para a praia e... ai não, MEU CELULAR FICOU NA PRAIA!
- Eu sei - digo encarando-a - e o cara que tá lá fora acabou de acha-lo.
- O QUÊ?
- QUE CARA?
- TEM ALGUÉM LÁ FORA?
- VAI NOS MATAR!
- Mas que merda - diz Rafa quase gritando - Minha carteira também tava na praia.
- Porque você levou a carteira pra praia? - pergunto.
- Havia um esquero que usei pra ascender a fogueira dentro dela. A chave do carro também tava nela.
- Pronto - diz Danni levantando os braços - vamos todos morrer aqui.
Apenas olho na janela novamente. Nesse exato momento meu corpo gela. Ele estava a uns cinco metrôs de distância da janela. Me encarando.
Me jogo no chão fazendo a cortina cobrir a janela.
- Henrique o que houve? - pergunta Ryan.
- Ele me viu! Ele me viu.
- Calma - diz Rafa me abraçando - vou tirar a gente desse.
- Você vai fazer o que? - pergunta Carlos.
- Nossa gente Carlos ainda tá aqui? Nem lembrava mais que você existia - diz Danni. Todos a ignoram.
- Vou pegar a chave do carro.
Danni da um tapa na cabeça dele.
- Tá doido também? Nunca viu filme de terror não? Quem banca o herói sempre morre também
Todos concordam com a cabeça.
- Vamos chamar a polícia - falou Ryan. Todos encaram ele.
- Como não pensamos nisso antes? - diz Indrid.
- Vocês esqueceram? Aqui não tem sinal - diz Ed.
- Porra! Aí fode tudo né - diz Danni.
- Aí gente tô me sentindo em um episódio de Pretty Little Lier - digo.
Todos olham pra mim.
- Nada igual - diz Rafa.
- Tá mais pra Pretty little Gays - diz Danni.
- Foco galera! - diz Rafa - Ele não deve ter achado minha carteira, ficou debaixo do tronco quase enterrado na areia.
- E se ele estiver armado - digo ainda jogado no chão - quem vai me comprar bolo?
- Eu compro - diz Carlos, Rafa olha torto pra ele.
Ficamos uns três minutos pensado em uma maneira de sair dali, mesmo sendo só um cara todos tem medo de sair da casa.
- Acho que devemos apenas esperar aqui dentro e esperar amanhecer - diz Indrid
Todos concordamos. Ficamos mais uns cinco minutos jogados no chão da sala, então ouvimos um barulho nos fundos.
- Que barulho foi esse Jesus? - digo.
Carlos levanta.
- Vou olhar - Danni o puxa para o chão e diz.
- Tá doido é? Nunca assistiu filme de terror não? - diz ela - Sempre quem vai ver algo suspeito acaba morrendo.
Todos concordamos.
- Então vamos todos juntos - diz Indrid.
- Vamos morrer todos juntos né? - digo - Merda queria ser lembrado sozinho.
Levantamos e andamos tão devagar para a porta dos fundos que já estava me dando nos nervos. Quando chegamos lá, meu corpo gela. Não conseguia me mexer.
A porta estava aberta.
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O Irreverente ( Romance gay )
Fiksi RemajaHenrique é um garoto de 17 que mora na Califórnia com seus pais, avós e sua irmã mais velha. Ele é um garoto diferente dos outros pois ele fala tudo que vem na cabeça e vive a vida do modo que se sentir feliz e à vontade. Junto com seu namorado Rafa...