Capítulo Vinte e Um - Dulce Maria

1K 57 39
                                    


Nobody said it was easy, Oh, it's such a shame for us to part.

Nobody said it was easy, no one ever said it would be so hard...

I'm going back to the start.


Sentia cada pequena parte do meu corpo em chamas quando cheguei ao meu apartamento. Eu corri, mesmo não querendo fugir da maneira que fiz. Eu corri, mesmo que a única coisa que eu quisesse fazer fosse bater nele com todas as minhas forças, para tentar causar nele um pouco da dor que eu senti. Eu corri, mesmo que a minha vontade fosse me jogar em seus braços e implorar que sua boca tomasse a minha.

Como era possível que mesmo depois de tudo que havia acontecido, depois de tudo que ele havia feito comigo, meu corpo traidor tivesse vontade de se jogar em Christopher na primeira oportunidade? As gotas de suor escorriam pelas minhas costas, além de estar cheia de roupas molhadas, eu estava ainda mais cheia de remorso. Remorso, pela forma ridícula e abalada em que me mostrei em sua frente.

Ofegante caminhei até a cozinha para obter um pouco de água, minha garganta seca agradecia completamente. Eu sabia que seria difícil encontra-lo depois de tudo que havíamos passado, mas eu esperava me preparar psicologicamente antes de esbarrar com ele em qualquer lugar. Era exatamente por isso que tinha limitado minhas tarefas a minha casa e ao laboratório, mas a idiota aqui tinha que resolver dar uma passada na Coffee, onde seria um dos locais mais óbvios para encontra-lo. É claro que isso não aconteceria se ele não estivesse lá no meio da tarde, o que ele fazia lá no meio da tarde afinal de contas? Foda-se.

Meu telefone vibrou no bolso do meu casaco, e meu subconsciente gritou Christopher em alto e bom som. Rapidamente puxei o telefone, torcendo para que não fosse ele, e ao mesmo tempo torcendo que fosse ele sim.


Senti sua falta.


Bem feito. É bom que tenha sentido minha falta, tomara que a culpa tenha te corroído por dentro todos os dias. Tomara que você tenha sofrido e chorado pelos cantos da mesma forma que eu fiz. Meu telefone tocou na minha mão, fazendo com que eu o desse um pulo, e meu coração quase saísse pela minha boca. Graças a Deus era Mary.


— Hey Mary. — Disse ofegante enquanto atendia o telefone.

— Derrame sis. — Mas que inferno, como ela já sabia?

— Vai fazer diferença eu perguntar como você já sabe? Está me seguindo por acaso? Caramba eu mal consegui me recuperar do que aconteceu e você já está me ligando para me perguntar sobre.

— Besteira, Henry me ligou porque Christopher ligou para ele desesperado, você está bem? Quer que eu chute as bolas dele? — Minha risada soou fraca, imaginei ela e Camila ameaçando Christopher em sua conversa.

— Tranquila mana, respire fundo que a única que pode surtar aqui sou eu. Foi tudo bem, na medida do possível. Eu saí correndo, como se fosse uma fugitiva em perseguição pela polícia, cheguei em casa com dor nos pulmões de tanto que corri. Você pode me dizer, porque em nome de Deus eu senti vontade de beijá-lo? — A gargalhada de Mary ecoou do outro lado da linha. — Não tem nenhuma graça.

— Desculpa mas tem graça sim, que pergunta mais idiota. Vamos recaptular, talvez porque você está completamente apaixonada por ele? Talvez porque ele te deu o melhor sexo que você já teve? — Resmunguei mas ela continuou a falar. — Talvez porque a intimidade e a química que vocês tem um com o outro você talvez não tenha com mais ninguém? E ó deixe-me ver, talvez porque independente do que ele tenha feito você o A M A?

CoffeeOnde histórias criam vida. Descubra agora