Capitulo 1 - Introdução

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Desde de pequena sei que a vida nao é fácil. Sempre conheci o amor incorrespondido e a famosa decepção. Sempre conheci a espera e a ilusão. Moro com minha mãe, sou filha única e não tenho pai. Pelo menos nao o conheci. Sempre o esperei, minha mãe dizia que ele ia voltar. Pura ilusão. Hoje sei que ele provavelmente nunca quis que eu nascesse e nunca vai querer me ver. Não tenho problemas com isso, não quero conhecer ele também. Não falo muito sobre isso com a minha mae, nunca perguntei demais, sei que ela fica triste.
Moro em uma casa simples porem extremamente organizada e arrumada. Trabalho com jornalismo, faço algumas colunas do jornal local e entrevisto pessoas. Gosto muito do que faço.
Estava sentada em minha mesa escrevendo uma coluna sobre uma mulher de 102 anos que tem 23 gatos e sabe o nome de todos, coisa bem impressionante em vista que ela tem Alzheimer. Muito concentrada em meu trabalho ate que entra no escritório Thomas, meu amigo e colega de trabalho.

- Dulce, trabalhinho pra você. A família Uckermann deu um escândalo, parece que o filho mais novo deles foi pego bêbado dirigindo e o prenderam. Você vai atras dele e quero todos os detalhes desse caso.

- Aiaii mais outro... É tudo eu!!

- pelomenos esse é mais animado, nao é sobre uma velhinha e seus gatos.

Rimos. Peguei minhas coisas, entrei no carro e fui pra delegacia de onde supostamente o Uckermann caçula estava saindo.
Assim que entrei vi vários repórteres
em volta dele e o garoto mais ou menos da minha idade,de cabelos cacheados castanhos sorrindo feliz com a situação.
Bufei, era mais um daqueles metidos...
Me aproximei e anotei tudo o que perguntavam.

- senhor Uckermann, você não tem medo de estragar a reputação da sua família fazendo essas rebeldices?

- primeiramente não me chame de senhor, pode me chamar de Christopher e em segundo, não.

- não é a primeira vez que é pego fazendo estripulias deste tipo, você pensa em parar com isso?

- olha, não é a primeira vez e nem a ultima. E parar de cometer estes deslizes não é algo que se "pretende" mesmo se eu "pretendesse".

Os repórteres não tinham mais perguntas, todos se calaram sem graça e o garoto ficou olhando com um olhar malicioso e um sorriso de canto de boca. Ele já estava me irritando ate que não aguentei e fui pra frente da multidão.

- e seus pais? Não tem vergonha de você? Não pelas coisas que você faz, mas pelo jeito que trata as pessoas e lida com as consequências. O que eles falam disso?

Senti todos os olhares em minha direção, todos chocados sem ter o que comentar. Eu o encarava com o ar mais impetuoso possível.
Ele me olhava dentro dos olhos sem saber o que responder ate que um policial chegou e dispersou todos. Fui embora feliz.

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