Capitulo final

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Eu estava muito nervosa pois ia conhecer meus sogros. Eu tinha que causar uma boa impressão. Vesti um cropped azul de bolinhas brancas e uma saia branca que ia de onde o cropped terminava até o joelho. Ucker me levou em casa para eu me trocar e fomos pra casa de seus pais, era uma mansão imensa cheia de carros na porta e pessoas que trabalhavam la. Seus pais nos esperavam na porta com um grande sorriso no rosto, foram muito simpáticos comigo, perguntaram da minha vida, sobre o que eu fazia e não pareceram se importar de eu ser de uma classe social diferente. Porem, apesar de ele fingir bem, percebi que Victor pai de Ucker ao me ver fez uma cara de preocupação mas depois voltou ao normal. Marie, mãe de Ucker, era muito fofa comigo e conversamos bastante.
Estávamos todos na sala de estar conversando até que Marie e Ucker saíram para pegar algo para bebermos. Eu estava sozinha com Victor.
- então querida, qual é o seu sobrenome mesmo?
Achei a pergunta um pouco estranha mas respondi mesmo assim.
- Espinoza Savinon
Ele fez uma cara de choque
- está tudo bem? - perguntei
- sim, tudo ótimo. É só que acho que conheço sua família. Qual é o nome da sua mãe?
- Blanca. Mas conhece de onde?
A cara dele foi de maior espanto ainda.
- e seu pai?
- não tenho pai, quer dizer não sei quem é...
- ah que pena -ele respondeu tão chocado que nem conseguiu fingir que estava bem.
Ele se levantou e foi até o Ucker, que estava chegando na sala então eu o vi falando muito preocupado com ele. O que estava acontecendo? Vi que a situação estava tensa e fui pra cozinha atrás de Marie. Ela estava la com mais duas empregadas, Helena e Iolanda, arrumando uns petiscos e coisas para bebermos. Eu as ajudei e conversei um pouco com as duas ajudantes que tinham alguns amigos em comum comigo. Assim que voltamos pra sala Ucker veio em minha direção
- amor, meu pai está tendo alguns problemas, com a empresa eu acho, e a gente vai precisar ter uma reunião. É melhor você ir, mil desculpas mas as coisa não estão bem.
Alguma coisa estava estranha mas tentei não me importar, o que quer que fosse eu descobriria.
- tudo bem meu bem, vou pegar um taxi pra casa.
- meu motorista te leva, não se preocupe.
Despedi se seus pais e agradeci por aquela tarde. Marie disse que gostaria de me ver em breve novamente mas Victor se despedia de mim tenso.
*
Cheguei em casa e minha mãe estava vendo TV. Ao me ver chegar pela janela ela desligou a TV e foi me receber.
- oi querida! Como foi la? Me conta dos pais deles.
- foi ótimo, eles são muito bons e simpáticos mesmo sendo muito ricos.
* Ucker e Victor*
- filho, preciso conversar com você.
*Dulce e Blanca*
- são muitos ricos? O que fazem?
*Ucker e Victor*
- você não pode ficar com a Dulce.
*Dulce e Blanca*
- não te contei? Eles tem uma empresa, é a família Uckermann.
Na hora que falei esse nome ela arregalou os olhos que se encheram de lágrimas.
-qual é o nome do pai dele?
- mãe, o que foi?
- QUAL É O NOME DO PAI DO CHRISTOPHER?
- Victor. Porque???
- filha você não pode ficar com ele.
- o que? Mãe deixa disso, o que que ta acontecendo??
*Blanca falando com Dulce e Victor falando com Ucker*
- porque vocês são irmãos.
*
Meu mundo caiu. Eu não conseguia acreditar, muito menos parar de chorar. Estava em prantos enquanto minha mãe me contava que havia ficado com Victor mas ele a abandonou e pagou pra que ela nunca o procurasse, mas aqui estava o destino interferindo nas vontades das pessoas. Como eu poderia ser irmã da pessoa que eu mais amava no mundo? Porem eu o amava de outro jeito. Como seria minha vida agora? Eu teria que conviver com ele sendo meu irmão? Não aguentaria, eu nunca mais o veria. E sofreria pra sempre pois sempre saberia que não pude ficar com o homem que eu mais amei na vida. Onde ele estaria? Era por isso então que o pai dele estava tão tenso. Será que ele já sabia do nosso infeliz laço familiar? Peguei meu celular e liguei pra ele, uma, duas, cinco, dez vezes mas ele não atendeu.
De repente me veio um insight. Eu sabia onde ele estava. Sai de casa com a cara toda vermelha e lagrimas ainda saiam dos meus olhos mas eu iria atrás dele.
*
Cheguei em seu ponto "secreto". Aquela bela montanha onde tinha um mirante enorme. Desci do carro e fui andando em direção ao lugar que ele ficava, a medida que andava a silhueta de um homem sentado na beira do abismo se tornava mais clara. Tirei meu salto e corri até ele. O abracei pelas costas e sentia ele chorando, chorava junto com ele. Tentei memorizar ao máximo o seu cheiro. Ficamos naquela posição por algum tempo até que se virou pra mim, se levantou e puxou minha mão pra que eu ficasse de pé também.
- e agora?- ele perguntou
- eu não sei...- mais lagrimas se derramaram pelo meu rosto
Eu sabia que ele tinha muitos problemas na vida já. Com sua família, com a empresa e agora com sua namorada, ou irmã.
Nos olhamos nos olhos por alguns minutos enquanto tentávamos respirar fundo e parar de chorar. Estávamos muito perto um do outro, eu podia sentir sua respiração, como a primeira vez que nos beijamos. Tivemos a mesma ideia, ao mesmo tempo, eu podia saber sem nem falar nada com ele. Viramos a cabeça e olhamos para o lugar que estávamos, a altura daquele lugar, a morte certa no fim daquela queda onde tinham muitas pedras. Ele me beijou, eu sabia que era um beijo de despedida, sentia seu coração batendo rápido. Ele foi pra ponta do mirante e olhou pra baixo.
- UCKER!! - eu gritei.
Ele se virou pra mim bem devagar e sorriu, um sorriso discreto cheio de lagrimas que corriam pelo seu rosto.
- Dul, eu preciso. Não vou conseguir continuar assim, a vida ja é muito...- eu o interrompi.
- vou com você.
Ele estendeu a mão pra mim e me puxou para o seu lado. Apertei sua mão em sinal de que estava pronta. Demos uma ultima olhada no nosso destino e nos viramos de costas. De repente estávamos caindo, juntos como dois pássaros prontos para voar em direção a nossa liberdade. Eu estava finalmente ao lado de quem eu amava, em paz, voando lado a lado.
Até que tudo escureceu.

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