- Sua reserva, por favor. - O homem pergunta, todo sorridente, com um Ipad em mãos.
- Em nome de Pietro DeLuca. - repondo, simplesmente.
Ele dá uma rápida conferida em seu aparelho.
- Oh, sim. Ele já a aguarda. Por favor, siga-me.
Sigo o maitre por entre as mesas. O restaurante é elegante, com uma bela arquitetura que lembra o interior de um teatro, em tons pastéis e alguns detalhes em dourado - que ouso dizer que é ouro de verdade - como nas Igrejas barrocas. Uma leve e sedutora melodia de violoncelo preenche o ambiente.
Logo o avisto, em seu terno bem cortado que acentua cada músculo do enorme tronco, com uma taça de vinho na mão e aquela expressão quente de sempre. Permito-me apreciar sua elegância enquanto ando em sua direção. Sua postura é claramente confiante, de um homem perigoso e eu sou uma maldita pervertida por isso me excitar tanto.
Então ele me vê, oferece um brinde de longe e leva sua taça à boca. Assim que chego à mesa, exatamente abaixo de um enorme lustre de cristal, DeLuca se levanta e vem até mim. O maitre faz menção de tirar meu casaco, mas DeLuca o impede. Ele se posiciona atrás de mim e, suavemente, retira meu casaco, fazendo questão de tocar seus dedos pelos meus braços no percurso. Minha pele arrepia ao comando de seu toque.
- Está com frio? Eu posso colocar o casaco novamente, se quiser.
Ele fala em meu ouvido, ainda atrás de mim. Viro o rosto e vejo a provocação em seus olhos. Ele sabe as sensações que me causa.
O maitre limpa a garganta, chamando nossa atenção.
- O garçom logo virá servi-los. - E sai, um pouco encabulado.
DeLuca puxa a cadeira para eu sentar e depois senta em sua própria. Ele passa a encarar-me, sem dizer uma palavra sequer, com aquele olhar tão... profundo. Ele me avalia toda, meus olhos, desce por minha boca rubra que neste momento está esmagada entre os dentes, e continua até o meu decote, enfeitado por um colar simples que desce por entre meus seios.
- Gosta do que vê, DeLuca? - levanto uma sobrancelha e sorrio.
- Está ainda mais bela do que da primeira vez. - diz e se ajeita mais descontraído em sua cadeira - Por isso, está perdoada pelo atraso.
Leva novamente sua taça à boca, nunca deixando seu olhar se afastar do meu.
- Entendo. Estava contando os minutos para me ver. - provoco.
O garçom chega e enche minha taça de vinho, com toda aquela pompa desnecessária.
- Seus pedidos estão quase prontos - diz e sai tão rápido quanto apareceu.
Olho para DeLuca interrogativamente. Eu não pedi nada.
- Fiz o pedido, se não se importa. - ele diz, nem um pouco culpado.
Levo minha taça à boca e vejo, com divertimento, seus olhos seguirem o trajeto de meus lábios. Hum, é delicioso. Ótima safra. E, porque fez uma escolha tão boa de vinho, resolvo dar-lhe um voto de confiança com o jantar.
- Então, Eva, conte-me sobre você. - ele pede, nunca deixando aquela posição de predador.
- O que quer saber? - pergunto, curiosa.
- Sua idade.
Rio de sua resposta. É inusitada e deselegante.
- Deveria saber que , após os vinte anos, uma mulher não revela mais sua idade. É muito indelicado de sua parte - fingo uma careta e ele sorri.
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Lábios De Sangue
ActionVocê não quer entrar no caminho dela. Eva Bertizzolo é aquilo que podemos chamar de Femme Fatale. Assumiu o cargo de seu pai aos 18 anos tornando-se a primeira mulher italiana a ocupar o posto de chefe da Máfia. Linda, poderosa, manipuladora, p...