Eu NÃO estou solitária

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Naquele dia quente de sol, eu saí num encontro com Camila. Ele se abriu suavemente como um encontro que crianças do ensino fundamental teriam no interior.

Pegamos o trem dentro da cidade. Havia grandes multidões, então quase nos perdemos de vista. Nenhuma de nós carregava um celular; então, se nos separássemos uma só vez, seria o fim de tudo. Nessa cidade grande, não iríamos ser capazes de nos encontrar novamente. Tínhamos que ser cuidadosas.

Até então, Camila estava passeando descuidadosamente. Eu também estava apenas a acompanhando.

— Onde devemos ir? — Eu perguntei.

— Algum lugar.

— O que me diz de almoçar?

— Acabamos de comer juntas, não é mesmo?

— Que tal um filme?

— Ok.

Assistimos a um filme. Era um espantoso filme de ação de Hollywood. Alguém estava sendo surpreendido por bombas, balançando seus braços para o alto em círculos conforme flutuava para cima, em direção ao céu. Então, ele morreu. Eu queria ser ele.

— Isso é bem interessante. Você acha que eu deveria comprar o panfleto informativo?

Camila havia se surpreendido pelo preço de quase 40 reais, então, ela acabou não o comprando.

— Por que eles são tão caros?!

— Esse é o preço que eles geralmente custam, não é?

— Hm, mesmo? — Parecia que ela não sabia.

Quando saímos do cinema, novamente estávamos sem nada pra fazer.

— Onde deveríamos ir?

— Algum lugar.

— Que tal almoçarmos?

— Não acabamos de comer?

Continuamos andando sem direção. Não tínhamos para onde ir, e eu não sabia o que fazer. Camila se sentiu da mesma forma, e nós duas estávamos com esse problema. Em seguida, chegamos num grande parque na cidade. Havia muitas pessoas por ali, é claro - e bem no centro havia uma fonte. Pombas flutuavam ao nosso redor.

Sentando-me num banco, eu estava tonta. Nós conversamos amigavelmente até o crepúsculo. Finalmente, ficamos sem o que conversar; quando apenas nosso silêncio residiu, Camila tirou seu caderno secreto de sua mochila.

— Vamos andar em direção aos nossos sonhos!

Eu respondi: — Não importa mais. Essa coisa não vai mudar nada.

— Não diga essas coisas negativas.

— Mesmo se eu tentar acreditar nessas mentiras, no final, eu não seria capaz de fazer nada.

— Atualmente, elas têm me feito um tanto quanto normal.

— Qual parte sua?

— Você não acha que eu pareço normal? — ela perguntou.

— Você é estranha. — Eu informei. — Você sempre foi estranha. Mesmo quando eu te vi pela primeira vez, eu pensei que você parecia um tanto estranha.

— É mesmo...

Nós duas nos calamos.

Na nossa frente, um pombo passeava. Camila tentou pegá-lo. Naturalmente, o pombo escapou. Ela tentou várias vezes: após falhar todas, ela simplesmente encarou a fonte na nossa frente.

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