Conspiracy

Caderno Secreto

Antes que eu soubesse, eu já estava acabada, tanto socialmente quanto emocionalmente, este estava sendo meu verão. Antes que eu soubesse, eu já estava trancada em uma espécie de prisão, sem esperanças de fuga; isso estava acontecendo em Julho. Eu tentava falar "Me ajudem!", mas nada—nem amor, nem sonhos, nem amizade ou vitória—poderia me salvar. Eu estava ferrada.

Ao menos Dinah tinha pensamentos quanto ao seu futuro. Ela sempre falava coisas como "Arghhh! Pare de ficar tão grudada em mim", mas ao menos ela tinha algum tipo de ambição. Ela pensava em assumir os negócios da sua família desde que era pequena.

— Eu vou sair dessa merda de interior e ficar famosa na cidade grande! S-Seus hipócritas! Apenas vejam que eu vou mostrar para vocês! Eu tenho talento! Eu posso não saber qual é ele, mas eu certamente tenho!

Antes que eu pudesse confirmar a existência do meu talento, parecia que o destino me forçava a voltar para o interior. O interior, com seus chás familiares bizarros, sorrisos irritantes e estradas desnecessárias feitas por políticos locais. E apenas uma loja de conveniência... Eu iria fazer uma curva em Y para o terrível e assustador interior. Eu contemplava este destino com uma dor no coração.

Então eu falei da forma mais bela:

—Waaaaaaahhh!! Isso é terrível, terrível, terrível!

Eu não sabia exatamente o que era terrível, mas por enquanto, isso certamente é terrível. De fato, muitas coisas terríveis aconteceram e eu não posso consertá-las. Por alguma razão, os auxílios que meus pais davam para eu manter a casa pararam, mas a vontade de trabalhar não borbulhava em minha cabeça. Mesmo tendo sofrido o baque por causa disso, eu não conseguia sair. Meu título como "hikikomori de alto nível" não era apenas para amostra. Porém, eu tinha que cuidar dos meus gastos diários ao menos, ou mais cedo ou mais tarde eu seria mandada para fora do meu apartamento. Eu tinha que fazer algo.

Com meu cartão de crédito para estudantes, eu saquei todo meu dinheiro. Então eu vendi minha máquina de lavar, a geladeira, a televisão, o computador, o sofá para uma lojinha de segunda mão perto da minha casa. Eu também tentei vender toda a minha biblioteca para um sebo. Dessa forma, consegui dinheiro suficiente para viver, o que me deixou com um pouco mais de tempo. Suspirando mais aliviada, o tédio se tornou o problema principal. Tanto eu, como Dinah ficamos realmente entediadas. Sem nada para ocupar nossa atenção. "O que eu tenho para fazer? Eu não tenho nada para fazer."

Eu olhei para Dinah.

Ela parecia estar no fim da linha. Seu rosto estava ao chão do seu apartamento, ela falou sem entusiasmo: —Eu não estou tão desesperada quanto você, Lauren—por alguma razão, eu apenas não consigo me acalmar. Mesmo que pudéssemos fugir da realidade, eu gostaria que fosse do modo mais rejuvenescedor possível.

Escapar da realidade... Ao disparar aquelas palavras, uma boa ideia surgiu em minha mente.

— Falando em fugir, isso é o que as pessoas fazem quando são jovens, certo?

— É.

— E falando em escapar, isso me lembrou rock.

Eu comecei a sacudir os ombros de Dinah. —Isso mesmo, Rock and Roll! Sexo, Drogas e Violência!

Dinah se levantou, levantando seu braço e gritando bem alto: —Eu entendi! Isso é fantástico! Falando de Rock and Roll, eu realmente respeito esse único homem Jerry Lee Lewis.

— Quem é esse?

— Ele é um roqueiro que, desafiando a sociedade, casou com sua prima de treze anos, fazendo dele o então proclamado maior lolicon do mundo. Seu modo de vida é completamente sem princípios! Great Balls of Fire!