Genebra

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-Ei, acorda dorminhoca... Bom Dia!

Nicolas me acordava com suaves beijos pelo rosto, não teve como eu não acordar com um leve sorriso nos lábios.

-Bom dia... Que horas são?

Perguntei ainda preguiçosa.

-Já são nove da manhã do dia seguinte, acho que você dormiu quase quatorze horas.

-Ai merda! Rafael...

Falei dando um pulo da cama, ele devia ter passado horas me ligando.

-Ei, esqueci o Cazarim hoje, eu já falei com ele.

-Você o quê?

Perguntei alarmada imaginando o que ele devia ter falado para Rafael.

-Eu disse que você estava muito cansada e estava dormindo, apenas isso, e falei também para ele não te ligar o resto da semana...

-Por que você falou isso?

-Por que eu quero passar o resto da semana com você antes de Rafael te arrastar para Veneza.

Explicou ele acariciando meu rosto o olhei desfazendo minha cara de brava, era impossível ficar irritada com ele por mais de cinco segundos.

-E a Cadore?

Perguntei preocupada com o que poderia acontecer com sua prolongada ausência.

-Eu já falei com meu avô, e estou de férias no momento... Eu estou tão bravo com ele que ... Estou repensando minha permanência na Cadore!

Eu o olhei penalizada pude ver em seus olhos toda a mágoa que sentia com a conversa que teve com seu avô, eu sabia que ele era a única família que lhe havia sobrado e por mais que estivesse morando em Florença quando nos conhecemos, aquela tragédia os havia aproximado mais. Até eu aparecer. Pensei me sentindo culpada.

-Nicolas não fique bravo com seu avô por minha culpa, ele com certeza te ama e não me conhece... Ele... Estava apenas cuidando de você... Está preocupado...

-Ah Alice! Mesmo depois de tudo que ele te falou... Tudo que fez... Você já o perdoou?

Perguntou ele me olhando nos olhos.

-Apesar de ser muito poderoso ele não é um homem mal, posso ver isso pelas obras sociais que ele faz para transformar a Cadore em uma empresa melhor.

-Não se engane isso tudo era um sonho de minha mãe, ela que criou estes projetos de desenvolvimento dentro da empresa e muitos até foram vetados por ele na época!

Eu estava sem palavras, era tão raro ele comentar sobre sua família.

-Minha mãe tinha uma visão muito diferente de empreendedorismo eu a admirava muito...

Nicolas me olhava como se estivesse perdido em um passado feliz, porém logo seu rosto tomou uma expressão torturada e eu sabia exatamente onde ele estava naquele momento.

-Nicolas... Foi um terrível acidente e  você não teve culpa!

Ele respirou fundo e se afastou caminhando até a janela, ficamos por alguns segundos em silêncio até ele se virar e me surpreender.

-Tenho uma surpresa para você! Prepare-se por que vamos viajar.

Sua expressão havia se transformado e eu sabia que ele havia se fechado novamente para aquele assunto.

-Viajar? Onde vamos?

Perguntei sabendo que não adiantaria insistir em falar de seu passado ou de seu avô.

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