Feel like a monster

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  Forfeit the game, before somebody else takes you out of the frame, and put your name to shame, Cover up your face, you can't run the race , The pace is too fast, it just won't last, you love the way I look at you, while taking pleasure in the awful things you put me through. - Points of Authority, Linkin Park

Rebecca

O fogo rapidamente se alastrava, como as chamas descontroladas ardiam refletidas nos meus olhos.  Eu não conseguia me mexer, estava paralisada apenas admirando o fogo consumir a minha antiga casa. Sabe uma coisa engraçada sobre o fogo? É que ele é livre, inconstante, incontrolável. 

Ouvia uma voz de longe a gritar meu nome enquanto uma fraca chuva começava a cair sob minha pele, sirenes tocavam, o caos estava formado, os vizinhos gritavam devido a quantidade de chamas, meu irmão me fitava com os olhos arregalados segurando a mão da nossa mãe que estava aos prantos com tudo que havia acontecido.

- O que iremos fazer? Rebecca.... - Ela fitava meu estado deplorável pondo uma mão em meu ombro - filha... você está bem?

As palavras dela faziam minha raiva ferver ainda mais dentro de mim, sinto que irei perder o controle novamente, em minha mente vem a imagem do meu pai vindo até mim com aquele sorriso malicioso que eu tanto detestava, ele parecia tão real, ele era real? Não sei dizer, mas, ele berrava em minha mente " É TUDO SUA CULPA, VEJA O QUE VOCÊ FEZ, VEJA COMO SUA MÃE ESTA ARRASADA, É TUDO SUA CULPA REBECCA. E O QUE VOCÊ VAI FAZER AGORA?"

- NÃO É MINHA CULPA - Grito com todo o ar que haviam em meus pulmões ganhando a atenção de todos em volta, acabo caindo em um choro, um choro desesperado até um pouco infantil. Jake e me minha mãe me envolvem em um abraço apertado - O que aconteceu aqui? Mamãe por que a senhora esta aqui fora? Por que nossa casa esta pegando fogo? Onde esta o papai? Eu fiz isso? Eu matei o papai? - A mulher beija meus cabelos suavemente e sussurra ao meu ouvido.

- Vai ficar tudo bem, querida - A voz dela era tranquilizadora - Você não matou ninguém, foi um acidente e vamos provar isso.

- Eu não matei ninguém, mamãe foi um acidente, foi tudo um acidente.

- Claro que foi meu amor, tudo um acidente - Ela afagava meus cabelos de uma forma que jamais fizera, estava me dando carinho, atenção, uma sensação de proteção invadia meu peito, uma sensação boa de ser amada. 

Aquilo tudo era insanidade, minhas lembranças das ultimas horas tinham sumido, um branco em minha mente se formara, eu não entendia nada do que estava acontecendo, mas, sei que de toda forma minha mãe daria um jeito de esconder todo aquele escândalo dos tabloides sensacionalistas da cidade, afinal, quem poderia parar Louise Higmore? Ela faria de tudo para que nada acontecesse a nossa família, até vender a sua alma ao diabo. Nesse caso o diabo era o Sr. Kyle O'Hara, um homem jovem lá pelos seus 29 anos magnata dos diamantes, o cara sempre fora apaixonado pela minha mãe, ela sempre ria das investidas do garoto dizendo que ela teria idade de se mãe dele, o que não deixa de ser mentira.

Três dias depois do incêndio tudo parecia normal, seja lá o que minha mãe estivesse fazendo estava dando certo, na escola tudo continuava normal, eu estava completamente convencida que todos esqueceram aquela estória toda, como eu estava errada. Veja bem, eu não sou de me socializar muito com os outros alunos, o que me faz ser aquele tipo de aluno mediano, não sofre bullying, não é notado, é como um fantasma. Eu não entendo o motivo daquele dia ter sido diferente, todos vinham falar comigo me dando os pêsames e dizendo que eu ia superar aquela tristeza, eu tinha vontade de rir daquela cena, afinal, eu não estava triste eu queria mesmo era dar uma festa comemorando a morte do desgraçado na mansão do Sr. O'Hara. Mas, é aquela coisa, né ? Querer não é poder. O mais estranho é que Luke Walker ter vido falar comigo, o garoto esquisitão que sofria nas mãos do povo popular, ele se sentou ao meu lado e começou a tagarelar:

Sucker of the painOnde histórias criam vida. Descubra agora