Ice Cream Boy

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Sim, eu acredito

Que um dia vou estar onde eu estava,

Ai mesmo, bem ao seu lado.

É difícil, os dias parecem tão escuros

(...)

Lay Me Down, Sam Smith

Mas o que...?

"Obrigado, Niall?"

Eu ouvi bem?

Será que não foi "Caia Fora, Niall?"

Não.

Eu ouvi corretamente, não posso ter fantasiado isso.

"Obrigado, Niall."

Foi isso que ouvi.

O que mais explicaria essa sensação boa que é fazer a coisa certa e ser agradecido por isso?

Zayn foi sincero em seu agradecimento, e meu coração sentiu isso.

Talvez ele apenas seja mesmo bipolar.

Talvez só precise de ajuda, de alguém que tenha paciência.

Eu não devia ser essa pessoa, e sim seus amigos e sua família. Até mesmo um psiquiatra caso fosse necessário.

Mas não significa que não possa ajudá-lo pelo menos em pequenas coisas.

Claro que não tenho a ilusão de nos tornarmos amigos, afinal é muito tarde para isso, mas vou tentar pelo menos sermos bons colegas de quarto.

***

O tempo continuava chuvoso, e Zayn continuou a fazer sua rotina, tomar banho, estudar na biblioteca, jantar no refeitório, e por fim, ir para o carro. E sua nova rotina também, era sempre esquecer o edredom.

E por vários dias seguidos, eu esperava no estacionamento ao lado do seu carro com o guarda-chuva em uma mão e o edredom na outra, Zayn voltar do refeitório .

_ Obrigado, Niall.

Era o que ele sempre falava, sem olhar em meus olhos, mas com palavras sinceras.

Essa frase curta, me aquecia.

Me fazia esquecer o quão idiota ele era. Como se o que ele tivesse feito, pertencesse a um passado muito distante.

Não falávamos nada, Zayn não dizia nada além dessa frase, e eu muito menos.

Nosso diálogo se resumia em ele me agradecer, e eu acenar, mas eu estava bem com isso.

Sentia que não precisávamos de mais nada.

Quando voltei da minha segunda aula com Nath_ meu professor gato e inteligente, e que gosta de mim (ainda é tão difícil acreditar nisso!_ passei pelo refeitório, pois sabia que Zayn estava jantando por lá.

O vi em uma mesa afastada, comendo e mexendo no celular.

Peguei minha bandeja, e considerei sentar perto dele, mas não era o tempo ainda.

Então, respirei fundo e sentei umas duas mesas atrás dele.

E sempre que me distraia, meu olhar repousava em suas costas curvadas sobre a mesa, e me sentia triste, deprimido, como se e pudesse sentir a aura triste dele.

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