Um bom tempo ainda se passou antes da chegada da nona lua. Os três grandes continentes estavam prontos, as populações humanas cresciam e já se espalhavam. Orientadas por Triox-lón e Heina, alguns humanos com espírito desbravador, construíam barcos e viajavam para o novo continente. Os mares estavam cheios de vida, assim como todos os cantos da terra.
Forlagon e Ectarlissè comemoravam o despertar de seu quinto filho, Uraphenes. Foi pouco depois disso, antes mesmo de Forlagon erguer a lua em sua homenagem, que o Semeador retornou.
Desta vez, estava bastante insatisfeito e repreendeu seu filho por ter abandonado, várias vezes, suas tarefas. Foi então, que horrorizados, Forlagon e seus filhos viram o Semeador iniciar sua colheita. Os humanos adotados por Triox-lón que colonizavam o novo continente, foram os primeiros. Triox-lón pediu mais tempo, mas o Semeador tinha fome e desejava consumir a vida que havia cultivado. Desceu sobre a terra numa forma horrenda e caçava os homens engolindo-os aos montes. Além dos homens, animais, plantas e pássaros, nada escapava a sua fome. Ectarlissè questionou a Forlagon se ele sabia que o Semeador também era um ceifador. Forlagon assentiu e Ectarlissè foi tomada por grande tristeza. Aianaron quis enfrentar o ceifador, porém foi impedido por seus irmãos, que sabiam que seria destruído caso tentasse confrontá-lo. Em poucos dias, o mundo seria devastado.
Nesta hora, foi Uraphenes que agiu. O mais novo dos irmãos, também demonstrou ser o mais sábio. Carregava dentro de si, toda sabedoria do planeta, que ainda estava por surgir. Pois, quando dirigiu ao Ceifador suas palavras fez com que a criatura interrompesse sua colheita. Ao mesmo tempo, Ectarlissè, Forlagon e os outros filhos atravessaram o portal para Fandall, e foram suplicar por socorro. Sabendo da destruição pela qual passava a terra adotada por sua filha, Pholomeni atendeu os apelos de Forlagon, pois em sua mente, ainda havia um crédito oferecido e não cobrado pelo filho do Ceifador.
Ao retornarem à terra, encontraram Uraphenes e o Ceifador travando uma intensa discussão. Discutiam há dias e enquanto isso, homens e outros seres puderam ser conduzidos para longe por Triox-lón e Heina. Quando Pholomeni confrontou-se com o Ceifador este decidiu abandonar a terra para não mais retornar. Foi então que a última lua foi atraída por Forlagon para homenagear Uraphenes, o mais sábio e único que foi capaz de adiar a destruição da terra. Tratava-se de uma rocha celeste muito antiga de cor cinza clara, com algumas falhas. E Uraphenes reconheceu a rocha como sendo parte daquele mundo, mas destacada deste em tempos imemoriais. Aos que olham e pedem orientação à lua de Pelimiren ou Soene, é oferecida a antiga sabedoria do cosmo.
Depois da catástrofe causada pelo Ceifador, Pholomeni decidiu conferir àquela Terra dotada de Nove Luas, uma camada de proteção. Tocou os pés no solo e sentiu que ali houvera no passado uma terrível influência maligna. Ainda assim, construiu barreiras que a protegeram por gerações de ser invadida por criaturas malignas.
E assim, protegida dos males do cosmo, que foi construída a idade dourada dos povos humanos e élficos da Terra das Nove Luas. Aquilo não duraria para sempre, pois aquela não era uma terra destinada à paz, mas sim, ao conflito.
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Enciclonérdia - Terra das Nove Luas
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