10 capitulo

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Sai do meu quarto e dirigi-me á entrada da cantina, a lua reluzia no céu, como eu disse, o cenário da academia parecia o de um filme de terror. Ia perdida em pensamentos quando subitamente uma mão tocou no meu ombro. Quando olhei para o lado vi o Mason, sorridente como sempre. Um monte de raparigas babou quando ele passou, e algumas ficaram a cochichar algo como “ Aquela é a Caroline Hathaway ?! oh meu deus é mesmo linda”.

- Então Caroline parece que o destino nos voltou a unir – brincou ele

- Pois parece que o destino de mandou vir alegrar a minha noite.

Ele riu, uau, tinha os dentes mesmo brilhantes.

- És um ídolo por estas bandas sabias..

- Porque ? os rapazes não estão habituados a raparigas lindas como eu ?!

- Também… mas eles admiram-te porque ouvimos dizer que derrotaste o mais antigo..

- Ah isso…só o fiz para salvar o meu irmão…quer dizer o Damon.

- Hm…mesmo assim..

A nossa conversa foi interrompida pela voz esganiçada da directora Haly Belikov.

- É favor todos os alunos do ultimo ano, e os alunos do curso de instrutor do ultimo ano dirigirem-se imediatamente para o auditório principal.

- Ui é melhor irmos – disse ele num sorriso.

- Não vá a minorquinha comer-nos vivas – ambos rimos.

Entramos no auditório, um monte de olhares viram-se para nós, sentei-me perto do Boone que me sorriu.

- Silêncio por favor – começou ela. – Chamei-vos aqui, porque aconteceu uma desgraça…O conselho da Suiça foi atacado por lobisomens – o meu coraçao parou de bater, Suiça, lobisomens !? Os lobisomens são seres sobrenaturais tal como nós, mas em vez de se alimentarem de humanos, alimentam-se de vampiros. Há bastantes anos que vampiros e lobisomens tem um tratado de paz, mas pelos vistos eles quebraram-no num dia. Uma dentada de lobisomem não é fatal para um vampiro, mas levamos dias para que a ferida cicaterize, com febres, dores, alucinações blá blá blá. Os meus pensamentos foram interrompidos pela voz irritante da professora. – O conselho era composto por 40 vampiros, 30 morreram, 8 foram levados e 2 conseguiram fugir, sabemos que um deles esta gravemente ferido, eles estão neste momento a ser transportados para a academia.

“30 morreram, 8 foram levados e 2 conseguiram fugir” oh meu deus, onde estaria Damon neste momento, morto ? numa gruta a ser torturado ? ou gravemente ferido e á beira da morte ? Qualquer uma das hipóteses fazia-me tremer. Meti-me de pé num salto, um monte de olhares viraram-se para mim.

- Mas directora, há alguma hipótese de os que foram levados estarem hm…vivos ?

Ela olhou-me surpreendida, era obvio que não havia, mesmo que estivessem vivos, iriam morrer dentro de dias…mas eu precisava de o ouvir…

- Menina Hathaway sente-se, falarei consigo no final. Bom como eu ia a dizer, o vosso estagio será adiantado, peço aos futuros instrutores que se juntem a um aluno.

Em menos de um segundo estavam todos dispostos em pares, eu tinha ficado com o Boone, era o único que eu conhecia…

- Muito bem, não se larguem, precisamos que fiquem atentos aos mais novos e ao mínimo movimento suspeito ataquem. Não hesitem. Estacas de madeira serão distribuídas por todos vocês, também terão acesso a mata-lobos em explosivos.

Ela foi interrompida por uma assistente que lhe disse que os feridos tinham chegado mesmo agora de avião e precisavam de transfusões sangue, uma grande algazarra instalou-se no auditório

- Silencio. Preciso de 4 voluntários para darem sangue aos feridos, quem se oferece ?

Sem hesitar meti o dedo no ar, Boone meteu também, Mason, e uma rapariga chamada Helen. Todos os outros saíram do auditório com as estacas escondidas e olhos arregalados.

Nós porem fomos conduzidos para a enfermaria. A directora mandou-nos alimentar primeiro, fi-lo a correr, o meu coração batia tao depressa que estava á beira de um ataque cardíaco. Corri de novo para a enfermaria fui a primeira a chegar, logo seguida por Boone.

- Podem entrar, em silencio por favor, Caroline és a primeira a doar. Boone, se te fizer impressão não precisas de assistir…

- Não se preocupe não me faz confusão ver a minha melhor amiga a ser mordida. – ela afastou-se para dar indicações ao Mason e a Helen. Volteei-me para Boone

- Não sei se quero ver quem esta lá dentro…

Ele apertou-me a mão com força

- não estas sozinha, eu estou contigo, sempre estarei. – beijou-me a testa.

Respirei fundo e abri a porta, os meus olhos encheram-se instantaneamente de lagrimas que me escorreram pela cara, á minha frente estava Damon deitado numa cama com o braço ligado – devia ter sido mordido – não sabia se estava desesperada por o ver assim, ou aliviada por saber que estava vivo.

Aproximei-me dele, Boone observou-me com tristeza..Os olhos dele abriram-se quando lhe toquei, tinha a pele pálida tão pálida que mais parecia a cal de uma parede, os seus lábios mal se conseguiam distinguir de tao claros estarem. Passei-lhe uma mão pela testa.

- Dam, sou eu a Carol.

Ele esforçou-se bastante mas lá conseguiu sorrir-me, um sorriso que iluminou a minha alma, Boone olhou-me por uns instantes e depois saiu com a desculpa de ir beber agua. Voltei a concentrar-me no Damon, não podia perde-lo de modo algum, tinha de o salvar se ele morresse entao aí é que me ia desligar de vez.

Sentei-me numa cadeira perto dele e puxei a manga da blusa para cima, mostrando-lhe as veias. Os vampiros quando eram mordidos por lobisomens, não podiam beber sangue humano, pois não tinha vitaminas suficientes, tinham de se alimentar apenas de vampiros ate recuperarem. Ele olhou-me tristemente e afastou o meu braço do pé da sua boca.

- Não…- desatou a tossir, meti-lhe a mao sobre a testa e abracei-o.

- Ei Dam – puxei-lhe a cabeça para ele me encarar – Não faz mal, fá-lo.

- Não…eu prefiro morrer a ter de te magoar, beber do teu sangue – engoli-o em seco e continuou com esforço – vais ficar fraca preciso de ti forte para os enfrentar…- deixou cair a cabeça sobre as minhas mãos.

Uma onda de raiva e desespero invadiu-me, desatei aos berros como uma esterica

- Porque é que tens sempre tu a decidir por mim ?! Hm ? Tu não queres alimentar-te de mim para eu não ficar fraca !? Eu posso beber sangue humano logo de seguida. Mas tu se morreres, não podes voltar. Eu preciso de ti, vivo. – ele abriu muito os olhos como que surpreendido por me ouvir gritar daquela maneira.

- Carol..

O desespero voltou a falar mais alto que o meu raciocínio  

- Carol nada. Fá-lo – a minha raiva deu lugar a tristeza e magoa, desatei a chorar que nem uma doida – Fá-lo por favor, fá-lo por mim Dam, eu não ia aguentar perder-te, és tudo o que tenho, não me deixes …

Respirei fundo e estiquei novamente o braço, ele hesitou, mas depois acabou por deslizar a sua boca até ao meu pulso. Mal senti a dentada foi suave, a mim pareceu-me mais uma picada de mosquito do que uma terrível dentada de vampiro. Nunca tinha sido mordida por nenhum vampiro, pensava que ter as presas enterradas na pele fosse doloroso, mas aguentava-se bastante bem. Vi a expressão dele mudar para prazer e delicia. Quando acabou afastou-se de mim com uma cara de culpa.

- Não tens de te sentir assim – disse eu enquanto limpava o sangue, a ferida cicatrizou segundos depois.

- Mas sinto Caroline.

- Ei, Dam tu vais ficar bom eu prometo. E eu vou ficar contigo ate isso desaparecer ouviste ?

Afastei-me dele dando-lhe um beijo na cara, sai pela porta e fui-me embora.

The Kiss of DraknessOnde histórias criam vida. Descubra agora