Capítulo 3 - Jennifer Dunnes

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Confesso que foi uma surpresa David aparecer assim do nada. Quando liguei para minha mãe, ela disse que Milena realmente havia ligado para informá-la, ela ficou chateada por não estar aqui para recebê-lo e foi bem explícita em ordenar que eu deixasse David à vontade. Só que agora, ele estava atravessando a porta de casa e eu ainda tentava entender o que havia dito para ele tomar tal decisão.

David é simpático e percebi que estava tentando ser cavalheiro comigo. Ele presenciou tudo de ruim que um ser humano pode fazer, e ainda assim, não era grosso e rancoroso. Sinceramente? Eu achava que um homem do exército costumava ser rude e frio. Comprovei o contrário. Isso serve para eu deixar de julgar sem antes conhecer. Meus pés finalmente se movem e corro para fora observando David jogar sua mala de mão no banco de trás de sua picape.

— Espera! — falei alto chamando sua atenção. Ele girou sobre os pés me fitando de longe. — Por que vai para uma pousada? Minha casa tem vários quartos!

O sol de fim de tarde dava uma coloração avermelhada em seus cabelos pretos. Pensei que nunca haveria de gostar de ver um homem sob o sol, mas a visão de David parado a metros de mim com uma incógnita em seu rosto fez meu cérebro trabalhar, e guardar essa imagem como uma foto.

— Eu pensei que... — David balbuciou algumas palavras e cruzei os braços em meu peito.

— Que o quê? Que não poderia ficar na mesma casa que eu? — interroguei observando seu olhar desviar para o carro um pouco envergonhado.

Tive vontade de rir. Um homem desse tamanho sem jeito? Passada a vontade, pus meus pensamentos a vapor. Com certeza foi gentil da sua parte querer dormir em outro lugar pelo simples fato de ficarmos sozinhos em uma casa, mas se nossas mães se conhecem de longa data e confiam uma na outra, poderíamos considerar o fato de sermos quase irmãos.

— Vamos, volte para casa, minha mãe me mataria se deixasse você dormir em outro lugar. — falo e observo David pegar as malas e andar mais confiante para mim.

— Para sua informação, só estava tentando ser gentil, sei que sou um estranho. — murmurou quando se aproximou e sorriu.

— Eu desconfiei que estivesse sendo gentil, porém para sua informação, eu também sou uma estranha.

— Mas você não me atacaria. — devolve e ergo meu queixo de modo atrevida.

— Isso significa que você faria tal coisa?

Sua resposta vem com um erguer de sobrancelha. Significa um sim ou que está surpreso com minha pergunta? Noto minha respiração acelerar assim como minha frequência cardíaca. Tudo isso por causa de uma sobrancelha ou com o fato de que ele me atacaria? Resolvo não entender e lhe mostrar a casa.

Entrei na cozinha minutos depois e aproveitei que estava livre por algum tempo para devorar a torta de chocolate que me esperava na geladeira. A presença repentina de David não havia tirado minha fome e apesar de não ser uma janta propriamente dita, fiquei satisfeita com a quantidade de açúcar, mais a frente me renderia a uma boa noite de sono.

— Posso ter um pedaço? — sua voz soa divertida e me assusto levemente com sua entrada. Ele não percebe e continua a andar até o balcão.

Eu teria avaliado seu corpo mais uma vez, se seu sorriso não tivesse puxado meu foco, no entanto minha visão periférica de todos os ângulos notou que estava de regata e que ele era realmente grande e forte. Reprimo um suspiro e foco em seus olhos pensando ser mais fácil de conversar.

— Claro. — respondo quase em um estrangulamento vendo-o sentar na minha frente. Ajusto minha garganta e sorrio nervosa. Oh céus! Nervosa? — Os pratos ficam na prateleira atrás de você e os talheres na gaveta perto do fogão.

Amor em Combate - Os PetersonsOnde histórias criam vida. Descubra agora