O carro finalmente parou depois de girar duas vezes. Meu corpo doía por completo e um líquido quente deslizava por minha testa. Que diabos! Como isso aconteceu? Vejo do lado de fora o carro que me atingiu tombado, um homem tenta sair rastejando, mas ignoro. Só então noto o silêncio, sem gemidos, perguntas ou choro. Viro meu rosto rápido para ver Jennifer e fico assustado.
— Jenny? — chamo-a baixo quase num sussurro. – Jennifer! — entro em pânico sem ter uma resposta.
Solto meu cinto e mexo meu corpo dolorido para tocar seu rosto, um alívio me percorre ao saber que está viva.
— Jennifer amor, acorda... Jennifer? Vamos, amor... Jenny abra seus olhos. — peço balançando-a e meu alívio momentâneo desaparece. Por que ela não acorda?
Meus olhos fervem de lágrimas, mas seguro. Tateio no bolso da calça meu celular, por sorte ainda está inteiro e digito o número do meu irmão, sei que vai me ajudar.
— Não esperava que fosse ligar tão cedo, o que foi não sabe mais como transar? — pergunta divertido e ignoro.
— Gael, houve um acidente. — digo em desespero e saio do carro. Que bom que estou andando. Noto minha barriga contrair e percebo que tenho um corte no lado esquerdo. Como fiz isso?
— O quê? Com você? — pergunta com tensão e voz trêmula.
— Sim, eu estou bem mais a Jennifer não acorda... Um carro atravessou o sinal e... — arfo em desespero e me ponho em lágrimas. — Ela não acorda, Gael.
Tenho certeza que meu irmão nunca me viu tão fraco. Sempre fui um homem forte, sempre mostrei compostura diante de notícias e acontecimentos, mas esse, envolvendo Jennifer me derrubou.
— David, me escute, Jennifer tem batimentos cardíacos? — interroga depois de um tempo e olho-a fora do carro.
— Sim, está respirando mais não acorda.
— Ótimo, isso pode significar que ela apenas desmaiou, David. Quero que veja se o carro há perigo de explosão, se sim, tire-a com cuidado, não a movimente muito, mas se não houver riscos, deixe-a no carro. Eu estou indo lhe buscar e vou chamar um carro de bombeiro e uma ambulância. — sento no chão após ver tudo que me disse, não há perigos, mas ela continua imóvel. — Ouviu David? Fale comigo! — ouço a voz dura de Gael e finalmente falo.
— Sim, não tem perigo... Apenas venha logo.
Desligo depois de lhe dar o endereço. Puxo meus joelhos para cima e descanso meus braços vendo o corpo parado de Jennifer pela janela quebrada do carro. O rosto tem alguns cortes e do lábio sai sangue, sua cabeça pende para o lado da janela que antes existia. Meu coração está estraçalhado por vê-la assim e mais lágrimas surgem me fazendo rugir.
Isso dói! É cruel e horrendo. Chega a ser ridículo um homem que enfrentou guerras piores a cada uma que surgia, abalado com isso. O problema é que ninguém nos prepara para o amor, para a possibilidade de perder alguém que ama. Nunca imaginei que meu coração estaria nas mãos de uma pequena e atrevida fazendeira. Minutos depois é possível ouvir o som das sirenes e logo em seguida sinto mãos me tocando.
— David? — Gael me chama com certa calma. — Vamos cara, saia desse chão, preciso saber se está bem.
— Não vou sair daqui. — digo firme sem tirar os olhos de Jennifer.
— Não vai ajudar em nada ficar só olhando. — Noah diz ao meu lado agachado. — Deixe os paramédicos fazerem o trabalho, precisa sair de perto.
— Não quero. — sussurro.
— Se quer vê-la fora daquele carro, precisa sair de perto. — Gael engrossa e aperto minha mandíbula.
Levanto do chão e tomo certa distância. Uma mulher vestida com roupas elegantes toma minha frente verificando minha testa onde tem um ferimento. Olho ao redor vendo polícia, bombeiros e paramédicos se movimentando pelo lugar. Pego o vislumbre de meus irmãos preocupados e sérios, com trajes de gala. A mulher ergue minha blusa checando o corte em minha costela para depois olhar para Gael.
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Amor em Combate - Os Petersons
Chick-LitConteúdo adulto +18 David Peterson viveu tanto em infernos que quase esqueceu como era estar no paraíso. Ele só não sabia que esse lugar se encontrava em uma típica fazenda com uma nada típica Jennifer Dunnes, a mulher responsável pelo seu céu. Esta...