Capítulo 12 - David Peterson

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Eu pretendia lhe dar a melhor noite e o melhor dos prazeres antes de ir embora, mas seu corpo tenso e parado debaixo de mim dizia outra coisa. Devia ter levado a sério sua indireta de ser inapropriado no primeiro encontro, mas achei que estava brincando ou fazendo cena. No entanto, se for parar para observar, Jennifer nunca foi de fazer cena. Ela costuma ser direta, apesar de sempre sentir-se envergonhada em seguida. Lembro de até comentar comigo mesmo, que muitas moças não se ruborizavam com tanta frequência como ela faz, e isso me agrada.

Mas tê-la tensa debaixo de mim me confundiu. Tinha um pensamento de que ela me queria, me desejava, eu podia sentir isso nos seus beijos e a maneira que suspirava. Então por que freou? Afastei minha mão de sua calcinha e procurei seus olhos que se esconderam em meu pescoço. Outra vez contemplei seu rubor. Talvez ela não esteja acostumada e saber que posso ser seu segundo ou terceiro, me alegra mais que tudo.

— Estou indo rápido demais? — pergunto saindo de cima dela, mas antes me permiti beijar sua testa.

Jennifer se ajeitou sobre a cama um pouco acanhada e sendo sincero, eu adoro seu jeito menina de encarar as coisas e a leveza com que as enfrenta, mas não há motivos para ser tão retraída comigo. Cogito a ideia de fechar completamente as cortinas da sua janela quando olho para elas, a luz da lua cheia clareia o ambiente e penso que talvez esse seja o problema, tem vergonha de seu corpo. Tenho vontade de lhe dar um sermão e dizer o quanto é linda quando finalmente fala.

— Não é esse o problema David, não está indo rápido. — diz inquieta mordendo os lábios e olhando para todo o quarto menos para mim. Fito-a intrigado já pensando que a luminosidade do quarto seja o problema incômodo.

— Então temos um problema?

— Sim... Eu, eu sou o problema. — murmura aflita e me levanto da cama respirando fundo para não explodir.

— Você é linda Jennifer, não tem do que se envergonhar, mas se quiser eu fecho as cortinas. — digo apenas para satisfazê-la, porém amanhã, iríamos ter uma conversa bem longa.

— Você acha que eu tenho vergonha do meu corpo? Oh não David, não é isso. — engole seco ao dizer.

Seu olhar inocente me deixa... Desorientado? Essa é a melhor palavra para me descrever. Compreendo que não sente vergonha do corpo e isso elimina a única ideia que tinha para seu corpo tenso, ou talvez não.

— Já entendi. — murmuro sentindo uma irritação me inundar. — Você não quer fazer isso comigo.

— David... Entendeu errado. — ela comenta rapidamente ao ouvir meu tom e fico sem entender nada. Logo em seguida escuto um riso fraco.

E agora? Virei palhaço?

— Pode me esclarecer? — indago tentando manter a calma.

Jennifer sai da cama vindo em minha direção em passos confiante apesar de sua expressão estar indecisa. Parada bem diante de mim, ela respira fundo e ergue o queixo não dando sinal de fraqueza, me olhando profundamente. Isso me deixa alerta e preparado para seja lá o que ela for dizer.

— É mais simples do que parece. — murmura e vejo que nem ela gostou da frase. — Não tão simples assim, mas quero que mantenha a mente aberta. — manter a mente aberta? — David, eu quero que você seja meu último.

As palavras ecoam dentro de minha cabeça. O último? Sorrio aos poucos. Era esse o problema?

— Bom, eu desejo ser o último também. — digo e acaricio seu rosto. Seus olhos ainda apresentam dúvidas e deito minha cabeça sem entender o que a perturba. — O que está acontecendo Jenny?

Amor em Combate - Os PetersonsOnde histórias criam vida. Descubra agora