Capítulo 5 - Jennifer Dunnes

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Eu havia concordado com uma loucura. Sabia disso, mas mesmo assim, aceitei a proposta de David.

"Porque meu dia não poderia ser tranquilo?"

Minha ideia inicial era passar o dia na cachoeira, mas aí tinha David, podia ter sido um sonho sua vinda, mas ele estava realmente aqui. Como por obrigação, me senti no direito de mostrar a fazenda a ele, e não sei como acabei falando sobre a cachoeira. É um lugar particularmente meu e apesar de meu pequeno incomodo em ter que mostrar, eu sabia que não iria ser tão ruim.

Então... Surge uma vaca atolada e um peão machucado. Eu tinha feito algo de errado para não merecer meu dia de folga? Parei o carro atrás de um pequeno monte e olhei de relance para David que observava cada centímetro de terra. Percebi assim que saí de casa que ele tem mania de olhar tudo como se esperasse por algo.

— Lembre-se de que vamos salvar uma vaca. — digo trazendo seu olhar para mim.

— Tenho plena consciência disso.

— E tenho plena consciência de que nunca fez isso. — falo sarcástica.

— Temia essa certeza. — brincou com leve sorriso e abriu a porta. — Vamos Jenny, alguém precisa de nossa ajuda.

Saio do carro com certa rapidez indo parar ao seu lado. O brilho nos olhos dele me mostrava que estava se divertindo e ansioso. Aquilo me pegou desprevenida e pensei em lhe dar a melhor diversão que já tivera à custa de uma pobre vaca.

— Só para constar, vai fazer o que eu mandar. — aviso e fito o céu, verificando o sol cada vez mais forte. — Tenho mais experiência que você.

— Disso eu não duvido.

Ergui minha sobrancelha com a entonação dita por ele. Foi com segunda intenção? Sorrio com meu pensamento, se ele ao menos soubesse que de algumas experiências eu não tenho nada.

— Está sorrindo? — sussurra e pisco percebendo que estava sendo observada.

Abaixo meus olhos memorizando o olhar de David sobre mim e o que vi foi... Desejo? Certamente que não. Não tenho dúvidas de que estou enlouquecendo e isso seria normalmente explicado, devido ao homem ser lindo ao extremo, com leves covinhas ao sorrir. É claro que ele não me olharia assim, sou uma completa estranha. Tenho vontade de rir outra vez, pois não faz nem 24 horas que considerei tê-lo como um irmão.

— Não estou sorrindo. — replico apesar de estar sim, quase sorrindo. — É apenas o reflexo do sol em meu rosto, isso faz com que... Haja um alargamento em... — de que diabos estou falando?

— Seus lábios? — ele completa divertido e sei que está se segurando para não explodir em risos.

— Oh, por favor, não segure o riso por minha causa. — digo a seu favor.

— Bastava dizer que seus pensamentos não me interessam, sendo que é exatamente o contrário, dadas as circunstâncias de que parecia que você estava a zombar de mim.

Por não saber que sou virgem? Talvez!

Vejo-o cerrar os olhos agora e presumo que estou quase sorrindo de novo. Tenho que ser menos expressiva, o problema é que isso é difícil. Não o respondo, não era necessária alguma palavra. Eu acho que não. Subo o pequeno monte com David em meu encalço e avisto o pequeno lago onde a vaca está afundada no início da lama. A pobrezinha deveria estar lá para tentar se refrescar. Não a julgo, está calor demais. Suspiro cansada só com um pensamento, ao menos a vaca está de frente para a saída.

— Tudo bem. Vamos fazer o seguinte. — iniciei descendo até a poça enorme de lama com David do meu lado. — Você vai ficar atrás dela e eu vou ficar do lado. Nós vamos empurrá-la, fazer força para ajudá-la continuar a andar, mas vamos fazer com cuidado entendeu? Não se esqueça de que é um animal.

Amor em Combate - Os PetersonsOnde histórias criam vida. Descubra agora