Eu havia concordado com uma loucura. Sabia disso, mas mesmo assim, aceitei a proposta de David.
"Porque meu dia não poderia ser tranquilo?"
Minha ideia inicial era passar o dia na cachoeira, mas aí tinha David, podia ter sido um sonho sua vinda, mas ele estava realmente aqui. Como por obrigação, me senti no direito de mostrar a fazenda a ele, e não sei como acabei falando sobre a cachoeira. É um lugar particularmente meu e apesar de meu pequeno incomodo em ter que mostrar, eu sabia que não iria ser tão ruim.
Então... Surge uma vaca atolada e um peão machucado. Eu tinha feito algo de errado para não merecer meu dia de folga? Parei o carro atrás de um pequeno monte e olhei de relance para David que observava cada centímetro de terra. Percebi assim que saí de casa que ele tem mania de olhar tudo como se esperasse por algo.
— Lembre-se de que vamos salvar uma vaca. — digo trazendo seu olhar para mim.
— Tenho plena consciência disso.
— E tenho plena consciência de que nunca fez isso. — falo sarcástica.
— Temia essa certeza. — brincou com leve sorriso e abriu a porta. — Vamos Jenny, alguém precisa de nossa ajuda.
Saio do carro com certa rapidez indo parar ao seu lado. O brilho nos olhos dele me mostrava que estava se divertindo e ansioso. Aquilo me pegou desprevenida e pensei em lhe dar a melhor diversão que já tivera à custa de uma pobre vaca.
— Só para constar, vai fazer o que eu mandar. — aviso e fito o céu, verificando o sol cada vez mais forte. — Tenho mais experiência que você.
— Disso eu não duvido.
Ergui minha sobrancelha com a entonação dita por ele. Foi com segunda intenção? Sorrio com meu pensamento, se ele ao menos soubesse que de algumas experiências eu não tenho nada.
— Está sorrindo? — sussurra e pisco percebendo que estava sendo observada.
Abaixo meus olhos memorizando o olhar de David sobre mim e o que vi foi... Desejo? Certamente que não. Não tenho dúvidas de que estou enlouquecendo e isso seria normalmente explicado, devido ao homem ser lindo ao extremo, com leves covinhas ao sorrir. É claro que ele não me olharia assim, sou uma completa estranha. Tenho vontade de rir outra vez, pois não faz nem 24 horas que considerei tê-lo como um irmão.
— Não estou sorrindo. — replico apesar de estar sim, quase sorrindo. — É apenas o reflexo do sol em meu rosto, isso faz com que... Haja um alargamento em... — de que diabos estou falando?
— Seus lábios? — ele completa divertido e sei que está se segurando para não explodir em risos.
— Oh, por favor, não segure o riso por minha causa. — digo a seu favor.
— Bastava dizer que seus pensamentos não me interessam, sendo que é exatamente o contrário, dadas as circunstâncias de que parecia que você estava a zombar de mim.
Por não saber que sou virgem? Talvez!
Vejo-o cerrar os olhos agora e presumo que estou quase sorrindo de novo. Tenho que ser menos expressiva, o problema é que isso é difícil. Não o respondo, não era necessária alguma palavra. Eu acho que não. Subo o pequeno monte com David em meu encalço e avisto o pequeno lago onde a vaca está afundada no início da lama. A pobrezinha deveria estar lá para tentar se refrescar. Não a julgo, está calor demais. Suspiro cansada só com um pensamento, ao menos a vaca está de frente para a saída.
— Tudo bem. Vamos fazer o seguinte. — iniciei descendo até a poça enorme de lama com David do meu lado. — Você vai ficar atrás dela e eu vou ficar do lado. Nós vamos empurrá-la, fazer força para ajudá-la continuar a andar, mas vamos fazer com cuidado entendeu? Não se esqueça de que é um animal.
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Amor em Combate - Os Petersons
ChickLitConteúdo adulto +18 David Peterson viveu tanto em infernos que quase esqueceu como era estar no paraíso. Ele só não sabia que esse lugar se encontrava em uma típica fazenda com uma nada típica Jennifer Dunnes, a mulher responsável pelo seu céu. Esta...