Capítulo 12

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O dormitório do Mikhail estava situado sob o subsolo da casa. Tudo estava silencioso e escuro como uma tumba. Mikhail e Raven estavam juntos na enorme cama, seus corpos entrelaçados. Uma perna de Mikhail descansava sobre a coxa de Raven e seu enorme corpo a protegia, mantendo-a abraçada muito perto de seu coração. O silêncio no quarto era sepulcral, sequer podiam ouvir suas respirações. Seus corpos pareciam carecer de vida. A casa parecia estar inerte, silenciosa como se contesse a respiração, esperando a que chegasse a noite. Os raios do sol penetravam através das janelas e pulverizavam sua luz sobre os livros encadernados em pele, sobre os mosaicos do chão na entrada, criando uma neblina dourada sobre a madeira. Sem advertência prévia, Mikhail começou a respirar, para ouvir-se um sibilar lento e longo, lembrando o som de uma serpente venenosa preparada para atacar. Os olhos escuros se abriram de par em par, malévolos, brilhando com a fome do predador, com a fúria de um lobo preso. Os movimentos de seu corpo eram lentos, precisava repor sua força com um profundo sono. Unido como estava ao ciclo da noite e o dia, soube imediatamente que era meio-dia e que o duro e implacável sol estava em seu ponto mais alto e letal. Algo estava errado. Algo havia conseguido penetrar nas profundezas de seu sono e o havia despertado, embora precisasse continuar dormindo. Seus dedos se crisparam e longas unhas, semelhantes a garras rasgaram o colchão. Faltavam muitas horas até o pôr-do-sol. Esquadrinhou os arredores, numa meticulosa busca. A casa vibrava com a repentina tensão e o ar se agitava com inquietação. Os alicerces pareciam se encolher de terror ante a ameaça invisível. Além da grade de ferro, fora da casa, Rudy Romanov passeava inquieto de um lado para outro. Seu coração estava enegrecido pela fúria, igual a sua mente. A cada quatro passos, golpeava os grossos e retorcidos barrotes de ferro da grade, furioso e frustrado, com um taco de beisebol. — Demônio! Não-morto! — O vento arrastava as palavras para a casa. Mikhail grunhiu, seu corpo estava ainda preso nas neblinas do sono, mas seus instintos estavam plenamente em alerta. Seus lábios se contraíram, num silencioso

grunhido, deixando à vista as presas. Ouviu-se outro longo assobio. Em sua mente, ressonavam as acusações lançadas com fúria, por Rudy. — Encontrei as provas reunidas por meu pai durante anos. Tudo! Tudo está aí. A lista de seus serventes, maldito. Assassino! Ímpio! Monstro! Transformou a essa formosa mulher em sua pervertida escrava! Teria-me usado para somar suas hostes. Eram a loucura provocada pelo sofrimento e a ira, misturadas a um desejo fanático de vingança. Rudy Romanov acreditava em tudo o que seu pai tinha entesourado como provas e tinha vindo a matar o vampiro que governava sobre todos outros. Mikhail compreendeu imediatamente o perigo. O ar estava espesso. Chamou Raven, roçando sua mente numa carícia tenra. — Acorde, meu amor. Estamos em perigo. Raven começou a respirar, devagar e de forma irregular. Com a advertência de Mikhail na cabeça, comprovou a ameaça, automaticamente, no interior do dormitório. Sentia seu corpo murcho e sem vida, precisava urgentemente continuar dormindo. Seu cérebro parecia estar embotado e não entender nada. -Romanov está junto à grade. Raven piscou, tentando limpar a neblina que envolvia seu cérebro. — Hans Romanov está morto. — Seu filho vive, está la fora. Sinto sua ira e seu ódio. É perigoso. O sol está em seu ponto alto e estamos muito fracos. Não pode entrar, mas tampouco podemos sair. Custou-lhe um considerável esforço e uma enorme concentração, o simples feito de esfregar o rosto contra o peludo peito de Mikhail. Tentou limpar a garganta. — Posso abrir a porta e ver o que ele quer. Direi-lhe que você está trabalhando, sentirá-se como um imbecil e irá embora. Mikhail embalou a cabeça de Raven, ela ainda pensava como uma humana, inconsciente do terrível preço que pagavam, por serem imortais. — Ainda está aturdida, não o ouve. Seu estado mental é terrivelmente perigoso. Raven não fazia a menor idéia do preço que pagaria por amá-lo. O sol a destruiria, se encontrasse força para sair da cama.

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