Capítulo 13

315 20 0
                                    

>> Outro... Votem e Comentem <<

Rudy Romanov estava profundamente sedado. O aroma de narcótico chegava ao nariz de Mikhail. A idéia de introduzir sangue poluído em seu corpo o enojava, mas era necessário para poder ler os pensamentos de Romanov com total liberdade. Raven o havia deixado partir. Sua fé nele era total, igual a seu amor e sua confiança. Embora todas as células de seu corpo pediam a gritos a morte de Romanov, Mikhail não podia trair a confiança que Raven depositara nele. — Deixe que eu faço isso. – disse Gregori brandamente, pois lera com facilidade, os desejos de Mikhail. — Sua alma sofreria um grande risco. –assinalou Mikhail. — A continuação de nossa raça merece. Romanov é um perigo e não podemos permitir que nos espreite. Devemos concentrar todos nossos esforços na busca de mulheres que perpetuem nossa estirpe, não em lutar contra caçadores de vampiros. Acredito que só existe um punhado de mulheres humanas com grande habilidade psíquica que pode unir-se a nós. — No que o apóia para afirmar isso? –perguntou Mikhail, acrescentando uma sutil ameaça a sua modulada voz. Experimentar mulheres era um crime imperdoável. Os olhos de Gregori se estreitaram e brilharam. O vazio negro crescia em seu interior, a mancha escura se estendia por sua alma. E não fez nenhum esforço para ocultar a Mikhail. Parecia querer lhe mostrar, o desespero da situação em que se encontrava. — Fiz uma infinidade de coisas horríveis, escuras e imperdoáveis, mas jamais usaria uma mulher para experimentos. Deve ser eu a tomar o sangue de Romanov, se insistir em deixá-lo com vida. – não era uma pergunta. Os dois homens dos Cárpatos deslizaram com facilidade pelos estreitos corredores da ala de psiquiatria do hospital. Os humanos que se encontravam ali sentiram uma sensação de frio a seu passo, nada mais. Ninguém os viu cruzar o edifício. Entraram através da fechadura de uma das portas, tomando a forma de uma nuvem de vapor que mais parecia uma espessa névoa. No aposento envolveram o corpo de Romanov como uma mortalha. Romanov gritou, o medo se apoderou de seu corpo ante a visão da neblina movendo-se a sua volta, como uma serpente, escorregando por suas

costelas, suas mãos, fechando-se em torno de seu pescoço e apertando-o cada vez mais forte. Podia sentir essa sensação em toda a pele, enquanto o vapor retorcia seu corpo como um saca-rolha. Quando tentou segurar a névoa, suas mãos a atravessaram. Sentia horríveis vozes murmurando em sua cabeça, sussurrando e ameaçando. Ele cobriu as orelhas com as mãos, tentando deter o pernicioso murmúrio. Um fio de saliva caiu pelo canto de sua boca, aberta pelo efeito dos tranqüilizadores; sua garganta trabalhava de forma compulsiva. A neblina se dividiu em duas. Uma parte flutuou para um canto do quarto e ficou flutuando rente ao chão e a outra, se espessou lentamente, emitindo brilhos e começou a tomar forma humana, até que o corpo de um homem musculoso, de ombros largos, com olhos frios como a morte, apareceu ante ele. Rudy começou a tremer de forma incontrolável, enrodilhou-se a um extremo da cama. A aparição era muito impressionante e ameaçadora, para não ser real. — Romanov... –e as presas de Gregori brilharam no escuro quarto. — O que é? –as palavras brotaram num rouco grasnado. Os olhos pálidos prateados e sem piscar, estreitaram-se até formar duas fendas, prenderam os de Rudy e os transpassaram, hipnóticos, prementes. – Venha a mim, me alimente. Se converta em meu servidor até que seja digno de se entregar a escura maldição. Os olhos de Romanov mostraram a repentina compreensão, o horror e o crescente pânico. Gregori sussurrou novamente, agora com voz irresistível e sedutora. Uma arma poderosa. — Servirá-me agora, obedeça minha ordem e me informe quando for necessário. – Dizendo isto, ele baixou devagar a cabeça. Romanov soube que sua alma estava perdida. Podia perceber o incrível poder do estranho, sua imensa força e a habilidade de fazer coisas impossíveis para um humano. A imortalidade. A idéia o seduzia, tentava. Foi para ele de boa vontade, inclinando a cabeça para deixar exposta sua garganta. Sentiu uma respiração ardente e uma dor aguda quando as presas se cravaram em profundidade. Podia notar como seu sangue fluía, saindo de seu corpo como uma corrente. A dor era intensa, um inferno que era incapaz de deter, mas tampouco desejava detê-la. Um curioso torpor o invadiu, suas pálpebras estavam pesadas para poder elevá-las.

Príncipe SombrioOnde histórias criam vida. Descubra agora