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Os anos se passavam e eu fingia estar tudo bem, mesmo me sentindo cada vez pior... me afundando cada vez mais; continuava vivendo, prometendo pra mim mesma que e eu faria de tudo para ninguém saber como eu estava vivendo... até mesmo porque eu não estava precisando de cara de peninha vindo de ninguém; eu sempre fui forte, nunca precisei de ajuda nenhuma em relação a esse assunto. Passei a ser uma pessoa séria, não gostava de brincadeiras (zoação), nem tinha tempo pra muitos amigos... os poucos que eu tinha, via de vez em quando. A cada dia que passava eu me fechava no meu mundo, mas sempre estava de cabeça erguida; mostrando para os outros que eu estava muito bem, que eu não ficava abalada por qualquer coisinha... isso fazia eu me sentir melhor.
    Um dia minha tia pediu para eu ir pagar uma conta pra ela... eu estava com treze anos; cinco anos depois do ocorrido. eu peguei a conta com o dinheiro e fui. Estava de dia... e eu decidi ir andando. Depois de atravessar a rua, eu entrei num caminho onde as mães passavam levando e trazendo seus filhos das escolas; nesse mesmo caminho um homem passou do meu lado falando algo pra mim, que eu não entendi. Aquilo me congelou de medo por dentro, e eu decidi parar pra conversar com uma vizinha que vinha na direção contraria, ao meu encontro; contei pra ela que o homem havia dito alguma besteira pra mim... a mesma me disse para esperar um pouco até que o homem fosse embora. Olhamos depois de um tempinho...o homem já havia ido, eu me despedi, continuando meu caminho. Quando eu estava quase no final da rua o homem apareceu n sei de onde, me dando um grande susto. Tentei disfarçar indo para o outro lado da rua tentando me desviar do mesmo... mas ele me seguiu; puxando meu braço e segurando com força, me dizendo para esperar. Dessa vez não! De novo não!... Comecei a chorar alto e a passar mal, fazendo o homem me soltar. Eu corri chorando de encontro aos prédios quase caido por tontura e falta de ar, por causa do nervoso. Um  moço que dirigia um caminhão de carregar material de obras viu o que o cara tentou fazer comigo; Ele perguntou se eu estava bem, em seguida correndo com um pedaço de pau, à procura do homem, que sumiu no meio do mato.
   A vizinha que eu tinha encontrado, foi até minha casa contar pra minha mãe que tinha um cara me seguindo. minha mãe e minha tia sairam correndo atrás de mim desesperadas e meu padrasto pegou a bicleta dele e foi na frente, para ser mais rápido. quando ele chegou me viu sentada no chão, falando muito nervosa com o moço que me ajudou. Eu fui ao encontro dele chorando e indo embora pra casa, encontrando minha mãe e minha tia no meio do caminho. Ficamos um tempo tentando descobrir quem era o homem... até que um amigo do meu primo reconheceu, depois das características que eu tinha dito, contado pro meu tio o nome do cara. FERNANDO! Um amigo do tio da minha mãe que eu chamava de pai, e filho de uma amiga de trabalho da minha mãe.
     Depois de tanta coisa que aconteceu, depois de quase ser abusada pela segunda vez... eu realmente estava me sentindo um lixo; eu estava com raiva e com medo. Minha mãe não quiz chamar a polícia para ele, porque ela era amiga da mãe dele... e a mesma pediu.  Eu passei um tempo sem sair de casa; eu n falava muito... eu era uma pessoa triste. depois de uns dias eu voltei pra escola, voltei a fugir estar tudo bem... "eu precisava voltar a viver néh".  Mas posso dizer que depois disso... eu não era mais a mesma. Me sentia feia, burra, fraca,... uma idiota!! me olhava no espelho e me via gorda... comecei a parar de comer, e quando comia, vomitava tudo... eu precisava emagrecer... precisava me sentir bem.

Lutando Contra SíOnde histórias criam vida. Descubra agora